A INTRUSA
CAPÍTULO 38
UMA NOVELA DE TAÍS GRIMALDI
CENA 1. CAFÉ DE LA MUSIQUE. INT. NOITE
SONOPLASTIA – “PADAM PADAM” – KYLIE MINOGUE
Luzes vermelhas e azuis cortam o espaço como lâminas dançantes. O som pulsa no ritmo de um coração fora de controle. A atmosfera é febril: corpos se misturam no calor da pista, champanhe espirra como chuva dourada, gogo boys giram sobre plataformas como estátuas vivas.
Madson, Vivi, Lari Pacotão e Nanny Who estão no olho do furacão – vibrando, rindo, entregues à intensidade do momento como se o mundo estivesse para acabar, e isso fosse a melhor coisa possível.
Lari gira com os braços erguidos, gritando:
LARI — Isso aqui tá babado, mona! Que venha o apocalipse com glitter!
Nanny Who beija dois rapazes ao mesmo tempo, depois ergue a taça para um brinde sem sentido. Tudo é festa, excesso, libertação.
Mais afastadas, na área do lounge, Vivi e Madson dividem um cigarro. O rímel de Vivi está borrado, mas ela sorri. Há algo de confessional no ar.
VIVI — Por que você tem tanta certeza que eu não matei Carolina?
Madson olha para ela com calma, soprando a fumaça devagar. A resposta vem carregada de verdade.
MADSON — Porque eu sei o que é ser silenciada. Sei o que é não poder contar a própria história. (pausa) E porque uma assassina não teria a empatia que você teve comigo. Você me salvou de Rudolfe. Você me ouviu.
As duas se encaram. Há afeto real. Irmandade selada no inferno de uma história mal contada.
MADSON — Você pode ter vivido a vida de Carolina. Mas o seu coração é só seu.
Vivi sorri, emocionada. Dá uma última tragada e apaga o cigarro. Sem dizer nada, as duas se levantam e voltam para a pista, onde Lari agora dança em cima do balcão, segurando uma garrafa como se fosse um microfone. Nanny Who ri descontrolada, jogando o salto alto longe.
O beat explode. A noite promete durar para sempre.
CORTA PARA:
CENA 2. SÃO PAULO. AMANHECER. EXT.
SONOPLASTIA – “PADAM PADAM” – KYLIE MINOGUE
A cidade acorda. São Paulo ainda respira o silêncio difuso da madrugada, mas aos poucos a luz invade os prédios, contornando o concreto com um tom dourado. Carros ganham movimento, buzinas tímidas preenchem o vazio e a vida urbana começa a pulsar — neurótica, pulsante, quase melodramática.
A câmera passeia pelos bairros mais centrais, sobrevoa a Avenida Paulista, mergulha nos becos grafitados do Bixiga, e finalmente repousa na imponência gótica da CATEDRAL METROPOLITANA DE SÃO PAULO, onde uma cena improvável toma forma.
Centenas de corpos se agrupam em frente à catedral — uma multidão queer, glamourosa, vibrante, vestida com tule, couro, lantejoulas, lamê, brilho e irreverência. São drags, trans, não-bináries, travestis, clubbers, artistas, bichas velhas, panteras jovens. Todos unidos por um só motivo: o casamento de Lari Pacotão e Armand.
O som de “Padam Padam” explode, sincronizado com os corações que ali batem. A expectativa é tanta que parece que São Paulo parou.
No alto da escadaria, já se preparam fotógrafos, influencers, uma emissora de TV alternativa, padres em choque e travestis em êxtase.
Tudo é exagerado, escandalosamente belo. Um carnaval litúrgico prestes a acontecer.
CORTA PARA:
CENA 3. CATEDRAL METROPOLITANA DE SÃO PAULO. EXT. DIA
SONOPLASTIA – "PADAM PADAM" – KYLIE MINOGUE
O sol do meio-dia resvala nos vitrais da imponente Catedral da Sé, que hoje abriga mais que fé: abriga espetáculo. A multidão se aglomera na escadaria, entre bandeiras de glitter, saltos altos, ventarolas e cílios postiços que tremem como bandeiras de resistência.
As câmeras da LACRE TV transmitem tudo ao vivo. Emoldurados por um arco de flores tropicais e LEDs coloridos, Leilane Neubarth, elegante como sempre, divide a tela com o humor ácido e preciso de Bruno Motta. Ela conduz a cobertura com voz embargada, evocando liberdade, afeto e cidadania, enquanto ele equilibra emoção e ironia.
LEILANE - (ao vivo, emocionada) São Paulo se ilumina hoje não só com sol, mas com a coragem de amar sob holofotes. E se for pra fazer história, que seja com paetês e poesia.
BRUNO MOTTA - (com um sorriso torto) O amor venceu, mas veio de salto, com o cabelo armado e uma taça de espumante na mão.
Roberta Close surge no frame — divina, inatingível. Seus olhos carregam décadas. Sua fala é elegante, firme, cortante.
ROBERTA CLOSE - (olhando direto para a câmera) A diferença entre ontem e hoje é que agora fingem que nos aceitam. Mas ainda se assustam quando nos olham nos olhos. A hipocrisia, essa, nunca saiu do armário.
A câmera passeia pela escadaria, onde Penelopy Jean, Ikaro Kadoshi e Rita Von Hunty e uma procissão de musas LGBTQIA+ dão seu show pessoal. A cidade é uma ópera queer.
E então, como uma rajada de perfume caro, Valquíria Godoy Bueno surge: um furacão vestindo vermelho Dolce & Gabbana, lábios mais afiados que sua reputação. Ela caminha como se atravessasse o tapete do Met Gala, não os degraus de uma igreja. Ao seu lado, Daniel, tenso e sóbrio, e Isabella, com um Saint Laurent preto de gola V e babados, em silêncio elegante — mas com olhos que analisam tudo como uma cobra enrolada.
Jornalistas cochicham. Flashes disparam. O exagero é regra. Tudo reluz. Tudo escapa do real para se tornar lenda.
CORTA PARA:
CENA 4. DELEGACIA. INT. DIA
A luz do sol invade o ambiente com timidez, filtrada pelas persianas fechadas. Na parede central do gabinete da Delegada Clara, um novo quadro domina a atenção. Nele, duas fotos lado a lado: Carolina Godoy Bueno, elegante, fria, e Viviane, intensa, com aquele olhar de quem já viu o fundo do poço e voltou mais de uma vez. Ligando as duas imagens, como uma cicatriz costurando realidades, está uma foto de Lari Pacotão, extravagante e sorridente, como se zombasse do quebra-cabeça que os policiais tentam montar.
CLARA - (concentrada) As peças estão se encaixando.
Ela se recosta na cadeira. O silêncio é quebrado por seus próprios pensamentos em voz alta.
CLARA — Viviane foi assassinada na Mansão dos Godoy Bueno em Campos do Jordão. O sistema fez a identificação pelas semelhanças faciais com Carolina e... a ficha de Viviane, que já foi presa por prostituição.
POLICIAL 1 - (seco, cruzando os braços) O único ponto em comum entre as duas? A tal da Lari Pacotão. Depois da morte da Vivi, virou sombra da Carolina.
POLICIAL 2 - (mais aguda, sagaz) E como uma sombra, talvez esconda mais do que revela. Essa aproximação é estratégica demais pra ser coincidência.
POLICIAL 3 - (irrompe na sala, ofegante, segurando um laudo) Delegada a arcada dentária da vítima não bate com os registros da Viviane. E tem mais — o DNA é praticamente idêntico, mas não igual. Só que... é o mesmo da Carolina Godoy Bueno.
Silêncio. Clara levanta-se. Os olhos dela brilham com a descoberta — dura, mas esperada.
CLARA — Carolina está morta. E Viviane assumiu o lugar dela. Está vivendo a vida da irmã.
POLICIAL 1 - (rindo) Pelo menos ninguém pediu pensão da Vivi já pensou? Mais um escândalo pro INSS. A Previdência chora.
POLICIAL 2 - (sorrindo) Essa virada dramática é mais catalisadora que a Soraya brigando com o Padre Kelmon.
POLICIAL 3 - (entre risos) Por essa só Gilberto Braga esperava. Rei das tramas bem armadas...
Clara não sorri. Apenas encara o quadro, o olhar afiado, a mente já três passos à frente.
CLARA — Chega de teatro. Precisamos prender essa impostora. Hoje ainda.
CORTA PARA:
CENA 5. CATEDRAL METROPOLITANA DE SÃO PAULO. INT. DIA
A catedral é uma provocação barroca à sobriedade. A luz atravessa os vitrais como se fossem filtros de Instagram disfarçados de arte sacra. Arranjos florais obscenos disputam espaço com esculturas centenárias — um carnaval de mau gosto e beleza que se anula em excesso. Parece o casamento de uma socialite decadente com um personal trainer endividado. Ou o fim da inocência.
Vivi — ainda tratada por todos como Carolina — está ao lado de Marco Aurélio. Ela sorri com aquele tipo de serenidade que vem do esgotamento. Os dois seguram as mãos como se estivessem assinando um pacto silencioso: manter as aparências até o fim, mesmo que o fim esteja logo ali, no altar.
Armand, estático à frente, parece uma miragem. O terno cintila, quase como uma armadura. Não há amor no olhar, há estratégia. Sobrevivência. O altar é apenas um degrau antes do império.
Entre os convidados, a fauna é de dar vertigem: influenciadoras desbotadas, socialites com Botox vencido, vereadores fingindo virtude e travestis que carregam nos ombros o peso da história queer brasileira. Daniel encara o nada. Isabella, belíssima e venenosa, bebe um espumante como quem prepara um golpe. Valquíria observa tudo como uma matriarca romana: julgando, censurando, desejando o poder absoluto.
Então — como se o universo conspirasse para um espetáculo — a porta da igreja se abre. E Lari Pacotão entra.
A SONOPLASTIA detona: Padam Padam, de Kylie Minogue.
Lari parece flutuar. O vestido, uma releitura cômico-trágica do look de Diana, provoca reações em cadeia: bocas abertas, celulares discretamente erguidos, sorrisos tortos. A cauda do vestido varre o chão como se dissesse: “eu sou o evento”. E é.
No altar, Armand remove o véu. Lari sorri. O sorriso de quem já perdeu muito e, mesmo assim, chegou ali. O padre Fábio de Mello — metade sacerdote, metade apresentador de talk show — inicia a cerimônia com a solenidade de um confessionário gay.
PADRE FÁBIO DE MELLO - O amor não precisa de permissão. Precisa de coragem. E salto alto. O que se celebra aqui hoje é o improvável — o amor que sobreviveu à chacota, ao deboche, ao preconceito e ao desejo alheio de vê-lo falhar.
As palavras cortam a nave como estiletes.
Os votos são trocados. O beijo parece inevitável. O altar parece prestes a explodir em purpurina. Mas…
ISABELLA - (em espanhol, cortando o clima) ¡Yo tengo algo que decir! Esa boda es una farsa.
Ela ergue um controle e, dos alto-falantes, ecoa a gravação:
NANNY WHO (voz distorcida) -Mana, tu tá certíssima no golpe do baú. Vai arrancar até o leite do boy.
LARI (gravada, rindo) Nem que eu tenha que dar close errado, eu saio milionária dessa tour!
O templo vira um tribunal. Armand permanece impassível.
ARMAND - (en español, sereno) ¿Eso es todo?
ISABELLA - (gritando) ¡Estás loco! ¿Vas a casarte con una estafadora?
Ele ri. Lari sorri. Mas antes que o escândalo se instale por completo, Mascha, a Ursona, surge como um anjo travesti vindo da sacristia, com um notebook reluzente.
Mascha conecta o aparelho aos alto-falantes. Nova gravação. Agora é Isabella.
ISABELLA - (voz cristalina, gravada) Todo tiene que salir perfecto. Que parezca natural, sin fisuras. Quiero que crean esas voces, que se traguen la mentira entera.
A igreja vira um caos controlado. Isabella empalidece. A multidão se divide entre risos e gritos abafados. Valquíria leva a mão à testa. Daniel deixa escapar um “Meu Deus” que ninguém ouve.
LARI (em Pajubá, triunfante) - Achou que ia tombar a bicha errada, mana? A Ursona hackeou antes de tu meter o shade. A gente é bicho solto, mas não é burra!
ISABELLA - (furiosa, em espanhol) ¡Esto es una locura! ¡Degenerados! ¡Todos!
Ela tenta sair, mas é vaiada com gosto. Uma travesti derruba champanhe nela. Uma senhora solta um “bem feito”.
LARI - (gritando) O amor venceu, cachorra!
A comunidade queer levanta, aplaudindo. As travestis choram, as senhoras da elite se abanam com escândalo. Valquíria, com o olhar de quem engoliu um limão sem sal, observa a cena com nojo.
Marco Aurélio sorri. Vivi respira pela primeira vez em dias. Padre Fábio de Mello tenta conter as lágrimas — ou o riso.
O coral começa a cantar “I Will Survive”, de forma involuntária. Como se o destino tivesse ensaiado.
CORTA PARA:
CENA 6. SÃO PAULO. RUA AUGUSTA. EXT. DIA
SONOPLASTIA — “I WILL SURVIVE” – GLORIA GAYNOR
A trilha icônica explode enquanto funde-se com o canto coral vindo da cena anterior, criando um hino de resistência, quase religioso e debochado. A câmera plana por sobre a Avenida Paulista até mergulhar na Rua Augusta, onde a multidão se move em êxtase, suor e purpurina. É São Paulo em sua glória decadente: frenética, insolente, viva.
Entre carros de som, bandeiras tremulando e drag queens vestidas como primeiras-damas, uma carruagem branca e dourada surge como uma miragem kitsch no meio da multidão.
Sentados nela, majestosos e absolutamente fora do contexto, estão Lari Pacotão, com um vestido tomara-que-caia cravejado de cristais cor-de-rosa, e Armand, com um blazer lilás e um leque espanhol, abanando-se como se estivesse em Sevilha em pleno verão.
Lari acena como se fosse Miss Brasil 1979, lançando beijos para o público com sua ironia habitual.
LARI PACOTÃO - (encantada)Monamu, tô me sentindo a Nazaré indo desfilar na Sapucaí só que viva!
ARMAND - (abanando-se) Es demasiado. Esto es el apocalipsis con lentejuelas.
A carruagem segue, arrancando aplausos e gargalhadas. A trilha continua em crescendo.
A sonoplastia — “I WILL SURVIVE” atinge o refrão com potência cinematográfica.
A câmera se afasta em grua, revelando a Rua Augusta tomada por uma procissão pagã de personagens — cada um mais exagerado, mais perdido, mais liberto do que o outro. Um desfile de sobreviventes, traidores, vítimas e vilões.
E no centro desse caos, Lari e Armand seguem desafiando a lógica — e o roteiro.
CORTA PARA:
CENA 7. RUA AUGUSTA. EXT. DIA
SONOPLASTIA — “I WILL SURVIVE” – GLORIA GAYNOR
A Rua Augusta pulsa. É uma São Paulo que desafia o cinza: fechada para o trânsito, aberta para o brilho. A multidão toma conta do asfalto com purpurina nos olhos e bandeiras no peito. Há um clima de celebração, resistência e catarse.
Na área VIP, montada com luxo quase cafona — cadeiras Luís XV douradas, prosecco francês e balões que flutuam como promessas —, Lari Pacotão, num vestido de vinil lilás com babados dramáticos, e Armand, de alfaiataria branca, recebem os convidados como realeza queer.
Penelopy Jean, Ikaro Kadoshi e Rita Von Hunty se aproximam. As trocas são afetuosas, rápidas e afiadas.
IKARO - A gente resiste porque a gente existe, manas.
LARI PACOTÃO - Mana, olha, se não fosse pelo amor, pela bixa e pela trabacu, a gente já tinha tombado!
ARMAND - Este evento es un acto de amor. Un acto de revolución.
RITA VON HUNTY - E sem ser panfletário, né? Porque o amor educa melhor do que qualquer decreto.
O grupo ri, se abraça. A alegria é real.
Surge Narcisa Tamborindeguy, com plumas e exagero.
NARCISA - Ai, que loucura! Eu amo as gays, as trans, as travestis! Mas sabe o que eu acho? A letra T é muito invisível, sabia? Isso me dá uma raiva! Eu falo mesmo!
A câmera desliza pela festa até encontrar a mesa onde Vivi — que a maioria ainda acredita ser Carolina — está sentada com Marco Aurélio, Nanny Who e Madson. Todos acolhem Patrícia, que chega de preto discreto, abatida.
PATRÍCIA -Não tive forças pra ir à igreja. Mas não podia deixar de estar aqui com as melhores amigas da minha mãe. E as novas da trupe também.
NANNY WHO - Miga, mana, mona. Lucinha era luz. E você tá vivona, então vambora botar glitter nesse luto.
MADSON - Ela não ia querer menos que isso.
O momento é vibrante. A música continua ao fundo, mas um novo movimento muda a vibração: Helena surge, simpática, acolhedora, irradiando uma calma doce.
HELENA -Carolina, será que podemos conversar um minutinho a sós?
VIVI -Claro.
Enquanto elas se afastam, a câmera corta para Valquíria, ao telefone em sua casa, elegante e impaciente.
VALQUÍRIA - Não me venha com desculpas, Serpentinha. A polícia tá chegando? Ótimo. Agora o cerco fecha em Vivi. (pausa) Os números foram revisados?
SERPENTINHA (voz) -Sim. Ainda não acharam a cópia da contabilidade original. Talvez a Carolina…
VALQUÍRIA -Seja competente. Eu quero isso enterrado.
Ela desliga. De volta à Rua Augusta, Helena e Vivi conversam sob um toldo colorido.
HELENA - Fico tão feliz com esse casamento. Sabia? Eu tive uma companheira. Ela morreu de covid. Nunca tivemos essa chance de celebrar nosso amor.
VIVI - Sinto muito.
HELENA -Imagino como foi difícil a pandemia pra você também, Carolina…
Ela pausa, olha nos olhos de Vivi.
HELENA - Ou seria Vivi?
A música baixa. Vivi paralisa. O tempo suspende.
VIVI - (baixa) Você viu Olivia?
HELENA -Estou ajudando a escondê-la. Agora sei que era verdade. Olivia teve gêmeas. Uma está viva. A outra morreu.
VIVI -Ela me abandonou. Deixou comigo uma vizinha. Eu precisei me virar. Me prostituí. Me defendi.
HELENA - Ela se culpa. E te ama. Muito. (pausa) Mas agora precisamos entender quem matou Carolina. E não confie em ninguém da família Godoy Bueno. Se meu palpite estiver certo o assassino é um deles.
A câmera fecha em Marco Aurélio, Daniel e Valquíria, todos olhando para Vivi e Helena à distância. O olhar de suspeita desenha o suspense.
Nesse instante, Clara entra na festa com uma expressão impenetrável. Mostra o distintivo aos seguranças e atravessa a multidão. Ao lado de Vivi, Cecília e Carlos se aproximam.
CLARA - Viviane da Rosa. Ou Vivi Veneno, como é conhecida. Você está presa por falsidade ideológica e suspeita de assassinato.
CECÍLIA - O quê? Essa é a minha filha Carolina!
CLARA -Não. Sua filha está morta. É o corpo dela que encontramos em Campos do Jordão. Esta (olha para Vivi) é uma intrusa.
A música explode — “Wintersun” — e o tempo desaba. Vivi não diz nada. Seu rosto é uma pintura de choque e desespero. A multidão congela. O mundo começa a ruir.
CORTA PARA:
FIM
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