A INTRUSA
CAPÍTULO 33
UMA NOVELA DE TAÍS GRIMALDI
Quatro por Um - Capítulo 8
uma novela de:
Jacques LeClair
Direção:
Allan Fiterman
Leonardo Nogueira
Elenco:
Letícia Colin como Anabel Royal
Marcello Melo Jr. como Rafael Royal
Renato Góes como Miguel Royal
Sheron Menezzes como Isabel Royal
Elenco em ordem alfabética
Ângela Vieira como Eleonora Bonfim Alcântara
Christiane Torloni como Selma Royal
Dan Stulbach como Celso Alcântara
Emílio Dantas como Jorge Passos
Felipe Bragança como Marcos Muniz de Albuquerque
Giovanna Cordeiro como Solange Alcântara
Herson Capri como César Barbosa
Lilia Cabral como Suely Muniz de Alcântara
Lucinha Lins como Eliete Royal
Marcos Palmeira como Higor Calmon
Maria Eduarda de Carvalho como Maria Carolina “ Carol " Muniz de Albuquerque
Mariana Sena como Luisa Silva
Mel Maia como Bianca Pinheiro Royal
Paulo Betti como Antônio Marcos Albuquerque
Paulo Lessa como Joel Bastos
Renan Monteiro como Rui Dantas
Ricardo Pereira como Dr. Bernardo França
Selton Mello como Sérgio Santos
Sophie Charlotte como Josie Pinheiro
Stella de Freitas como Norma Junqueira
Suely Franco como Vilma Celestino
Valentina Herszage como Helena Royal
Participações especiais
Cosme dos Santos como Amadeu Neves
Cristiane Pereira como Rita Anjos
Irene Ravache como Noelita Palmeira
Kadu Moliterno como Cassiano Dias
Jonathan Haagensen como Salles
Atriz convidada:
Cássia Kis como Carmen Royal
Ator convidado:
Luis Melo como Pedro Rabelo
No capítulo anterior…
O telefone de Helena toca, e ela atende - Toca Puro Êxtase - Barão Vermelho
Helena - Alô…
Cezar - Helena? É o Cezar!
Helena - Oh, Cezar. Que rápida a sua ligação. Geralmente as pessoas demoram mais tempo para pensarem.
Cezar - Eu pensei acerca de seu plano, e tomei uma decisão.
Helena - Pode falar… qual a sua decisão sobre isso?
Cezar - Eu aceito o seu acordo.
Helena - Que coisa, foi rápido mesmo. E o que te motivou a tomar essa decisão tão rápida
Cezar - Eu quero derrubar naquela empresa um por um. E eu já sei por quem começar. E preciso de sua ajuda.
Helena - E quem será?
Cezar - O Rafael.
Helena - O Rafael? O Rafael é fácil… eu conheço alguém que pode derrubar ele facinho.
Cezar - Quem?
Helena - A Ex-mulher dele.
A cena corta para Joel chegando de carro em frente a uma barraca de lanches. Ele desce, como quem está procurando alguém. Ele avista Josie (Sophie Charlotte), que está despachando crianças. Ele se aproxima.
Joel - Boa tarde!
Josie - Olha, sem conversa fiada. Qual o seu pedido?
Joel - É aqui que trabalha uma tal de Josie?
Josie - Sou sim. O que é que tu quer, hein? Já fizeram fofocas com meu nome? Porque se eu souber que usaram meu nome pra fofocagem eu rodo a baiana, viu?
Joel - É assim mesmo, uma assim que nós queremos.
Josie - Do que é que tu tá falando, hein? Olha aqui, eu não tô pra brincadeira não. Esse negócio não está certo não.
Joel - Não é nada disso que você está pensando. Você está ocupada?
Josie - Eu estou trabalhando, não está vendo não? Eu acho que você deveria fazer o mesmo.
Joel - E eu estou fazendo isso agora.
Josie - Se eu fosse você eu desembuchava agora, porque se não eu lhe parto a cabeça com essa frigideira.
Joel - É o seguinte, Josie. Você conhece um tal de Rafael Royal?
Josie - Claro que eu conheço. Aquele traste. Está me devendo até hoje a pensão da filha dele, que parece que fez sozinho. Ah, mas eu vou arranjar um jeito de prejudicar ele, ah se vou.
Joel - Era aí mesmo que eu queria chegar. Eu precisarei de uns de seus serviços.
Josie - Eu sou pobre, porém honrada.
Joel - Não é nada disso. Quanto você quer para prejudicar a vida do Rafael?
Instrumental Drama Caique - Mu Carvalho
Josie - Mas do que é que você está falando?
Joel - Você mesmo falou. Que daria um jeito de prejudicar o Rafael. Eu estou pagando por isso, pode dar o seu preço.
Josie - Olha, não é bem assim
Joel - É 10mil? 20mil? É só falar. Eu recebi ordens para isso.
Josie - Pô, 20mil agora cairia bem… mas eu não vou aceitar. Ele é um desgraçado, mas não é pra tanto.
Joel - E se for 50mil?
Josie - Pô, 50 mil não é pouco, não é? O que é pra fazer?
Joel dá um sorriso
Cena 02: Barbearia/Fim de Tarde/Interna - Miguel chega de carro no local, após o expediente, à procura de Luísa. Ele entra e pergunta por ela.
Miguel - Boa tarde, boa tarde! Cadê a Luisa?
Funcionário - Ué, Miguel, tu não ficou sabendo não?
Miguel - Sabendo? Sabendo de que? O que aconteceu?
Funcionário - Oxe, hoje de manhã veio uma mulher ai, uma daquelas granfinas, e fez o maior barraco. Ela e a Luísa saíram até no tapa aqui.
Miguel - Meu Deus, mas eu não fiquei sabendo de nada disso… mas quem foi que fez isso? Me diga o nome dessa infeliz.
Funcionário - Agora, como é que você não soube?
Miguel - Se eu estou dizendo que não sabia, é porque eu realmente não sabia. Mas quem foi que fez uma coisa dessas?
Funcionário - Foi a tua própria noiva, Miguel. (Instrumental - Tenso Dragão/Amor a vida) elas bagunçaram tudo aqui, quebrou muita coisa. E o patrão foi e demitiu a Luísa.
Miguel - A Carol… eu não acredito que ela foi capaz!
Funcionário - Foi a maior bagunça aqui. Você precisava ver.
Miguel - Ela não devia ter feito isso… e quer dizer que a Luisa perdeu o emprego?
Funcionário - Pois é. E foi logo no dia que o patrão tava mais irado, porque ele não é assim, sabe.
Miguel - Mas isso não vai ficar assim, não vai mesmo! (Seguido do instrumental, Miguel sai furioso para seu carro. A câmera mostra do lado de fora da barbearia e ele entrando furioso no carro, e arrancando).
Cena 03: Prédio Royal /Fim de Tarde/Externa. - Anabel e Jorge estão saindo do prédio onde trabalham e ambos dialogam enquanto vão em direção ao carro
Anabel - Pensa em um dia de trabalho cansativo. Hoje pareceu que não acabaria nunca.
Jorge - Eu imagino. Tem dias que parecem que não passam. Sabe, Anabel, você já sabe que você é a primeira amizade que eu realizei aqui.
Anabel - Você ama dizer isso (risos)
Jorge - Pois é. Mas é porque isso é muito importante pra mim. Mas hoje, mesmo com o pouco que te conheço, eu tomei uma decisão
(ele abre a porta do carro. Começa a tocar Um Sonho a Dois/ Joanna, Roupa Nova e Miguel Plopschi) ele tira um ramalhete de flores e entrega a Anabel. Seus olhos brilham, enquanto ele discursa.
Jorge - Margaridas, são suas flores favoritas. Elas exalam um perfume que lhe acalma, em momentos difíceis.
Ele retira uma cesta de chocolates
Jorge - Chocolates deixam o coração de qualquer mulher feliz, e eu pude ser sensível o suficiente para entender isso. Anabel, pelo pouco que nos conhecemos, eu tive a certeza, desde o primeiro momento, que era você a pessoa ideal.
Ele fica de joelho, e tira uma aliança.
Jorge - Anabel… você quer casar comigo?
Sem reação, Anabel se emociona com a atitude do amigo.
Anabel - Sim, Jorge! Sim!!!!!
Os dois se beijam, apaixonados, enquanto a câmera os pega de forma panorâmica. Todos ao redor aplaudem, enquanto a música segue tocando. Os dois se olham, seus olhos brilham, provando o amor que ambos sentiam um pelo outro.
Cena 04: Casarão dos Albuquerque's/Noite/Interna. Antônio está jantando, enquanto conversa com Suely.
Suely - Sua filha não saiu pra almoçar, e agora não saiu para jantar. E você, homem, não fará nada?
Antônio - A sua filha tem idade o suficiente para saber tomar as próprias atitudes. Eu não posso fazer nada.
Suely - Não pode fazer nada? Mas que tipo de pai é você, que deixa a filha fazer o que quer?
Antônio - E que tipo de mãe é você que quer controlar uma mulher que já tem mais de 30 anos? Se essa menina não casou ainda é porque você não a educou o suficiente para isso, e faz com que ela viva na barra da sua saia.
Suely - E que tipo de pai é você que não orienta a própria filha. Tá aí, o Miguel já é noivo dela já faz quase 5 anos, e esse casamento nunca sai. É ele enrolando de todos os lados, e nenhuma atitude é tomada. A culpa foi sua de ter concordado com tudo isso.
Antônio - Quer dizer que a culpa é minha?
Suely - É sua sim! Que parece ter medo de agir feito homem!
Antônio - Agora você me ofendeu, Suely, agora você me ofendeu!
Carol - Os dois não precisam mais brigar, eu já estou aqui.
Suely - Minha filha! Você está bem? Meu Deus, como está pálida! Precisa comer imediatamente.
Carol - Eu não quero nada, mãe, obrigada.
Miguel bate na porta.
Suely - Mas quem será a uma hora dessas? Está muito tarde pra alguém nos visitar.
Antônio - Eu abro a porta. Era só o que me faltava, ter que atender os outros nesse horário!
(Miguel entra furioso) Instrumental: Batalha 1 - Tim Rescala
Miguel? Mas o que você está fazendo aqui uma hora dessas? E desse jeito?
Miguel - Agora não, seu Antônio, agora não. Porque a minha conversa agora é com a sua filha!
Carol - Miguel! Miguel, você veio.
Miguel - Foi bom você ter aparecido. Carol, a atitude que você tomou nessa manhã foi a gota d'água, a gota d'água do nosso relacionamento! Está tudo acabado entre nós dois!
A cena segue, com o instrumental "Suspense - A Favorita".
Carol - Mas Miguel, eu não estou te entendendo.
Miguel - Não está entendendo? Pois muito bem, deixa só eu te refrescar a memória. Porque hoje pela manhã, o barraco que você armou lá na barbearia é digna de uma suburbana.
Suely - Calma, Miguel, não fique alterado.
Miguel - E quem está alterado aqui? Quem estava alterada ainda hoje pela manhã foi a sua filha, que foi capaz de fazer uma moça perder o emprego por causa de um ciúme doentio.
Antônio - Isso é verdade, filha?
Miguel - Mas é claro que é verdade. Agiu da maneira mais desonesta possível com alguém que ela sequer conhece.
Carol - Quem agiu de maneira desonesta foi você, em relação a mim. Porque você saiu com aquela moça no domingo pela manhã? Porque? Você esconde as coisas de mim e depois joga a responsabilidade pra cima de mim como se não tivesse nada a ver com o que estava acontecendo. Fiz aquele barraco sim e não me arrependo.
Miguel - Pois a atitude que eu vou tomar agora eu também não vou me arrepender.
Miguel pega a sua aliança e joga no chão
Miguel - Pronto, acabou tudo entre nós. E não me procure mais. (Miguel sai)
Suely - Espere, Miguel, não faça isso!
Carol - Desgraçado! Eu quero morrer! Eu quero sumir! (Carol chora desolada, subindo as escadas em direção ao seu quarto)
Suely - Era só o que faltava. Mais um problema para resolver…
Cena 04: Restaurante/Noite/Interno. Rafael e Solange estão à mesa, enquanto o garçom os atende
Solange - Que lugar lindo. Você tem bom gosto.
Rafael - Eu sempre venho aqui quando eu quero arejar, sabe? É um lugar que não é muito cheio, a comida é boa. Tenho certeza que você gostará.
Solange - Mas fale um pouco sobre você. Me conte sobre sua família.
Rafael - Não tenho muito o que contar…
Solange - Me fale de seus pais. Como estão?
Rafael - Estão mortos…
Solange - Meu Deus, me perdoe.
Rafael - Não, sem problemas. Já tem muito tempo isso. Mas pode ter certeza que você gostaria deles, e eles de você. Meu pai era irmão da tia Carmen.
Solange - Que interessante. Bom, não é todo dia que se encontra o parente de alguém tão importante.
Rafael - Mas e você. Você é advogada lá no Grupo, não é?
Solange - Isso… eu tomo conta da parte chata dos trabalhos (risos)
Rafael - Mas está aí, uma área que eu gostaria de trabalhar, direito. Me parece ser algo muito bom.
Solange - Pode ser certeza que você gostaria
Josie aparece no restaurante. Rafael nota e se incomoda. Suspense - A Favorita toca.
Josie - Boa Noite para os pombinhos.
Solange - Quem é essa, Rafael? Eu não a conheço.
Rafael - Eu não a conheço…
Josie - Não me conhece, Rafinha? Tem certeza?Tu é muito cínico mesmo. Esse aí conhece até demais, menina, até demais. Fazíamos loucuras quando éramos mais jovens, e ainda me prometeu mundos e fundos. Sabe o que eu recebi? Um pé na bunda. E cuidado, o mesmo vai acontecer com você.
Rafael - Já chega! Escute aqui, Josie, você pode se retirar.
Josie - Esse restaurante não é seu, ou é?
Rafael - Não, não é meu.
Josie - Então fique na sua aí. E você, menina, tome cuidado. Esse daí promete muito, mas no final desaparece. Foi assim que ele fez com nossa filha.
Solange - Filha?
Josie - Isso mesmo, filha. A filha que ele fez e abandonou!
Rafael - Vai embora, Josie, vai embora!
Josie - E as pensões que você deve? Você está devendo a pensão da nossa filha.
Rafael - Eu não estou devendo nada, porque não se paga pensão para uma filha que é maior de idade.
Josie - E ela vai se sustentar com o que? Com vento?
Solange - Eu acho que já deu. Rafael, muito obrigada por tudo, mas eu preciso ir. (Solange sai)
Josie - Vá, minha filha, vá enquanto pode.
Rafael - Você viu o que você fez?
Josie - Você merece muito mais…
Rafael se levanta e sai. Josie sorri. Ao som de Perigo - Zizi Possi, Jorge, Anabel e Selma brindam com champanhe.
Cena 05: Apartamento de Anabel/Noite/Interna
Selma - Botou pra lá hein, Jorginho! Tu foi rápido.
Jorge - A sua filha é incrível, dona Selma.
Selma - Dona Selma não! Selminha. Que isso, me chamando de velha?
Anabel - Mãe?
Selma - Fique na sua, Anabel. Porque não vai pedir umas pizzas enquanto eu converso com meu genro?
Anabel - Pelo amor de Deus…
Jorge - Fique em paz, eu estou sem fome.
Selma - E quem disse que é pra você? É pra mim. Eu não aguento mais de fome e estou sem paciência pra fazer comida. Mas me digam, quando será o casório?
Jorge - Dentro de 1 a 2 meses. Vamos planejar ainda.
Selma - Com certeza. Mas não demorem… essas demoras costumam separar as pessoas.
Cena 06: Casa de Isabel/Noite/Interna. Ao som de Recado - Joanna, Isabel sofre. Ela faz as coisas mostrando a falta de vontade de fazê-las. Senta-se para assistir, e não consegue se concentrar. Seu telefone toca, e ela atende.
Isabel - Alô?
Helena - Mãe?
Close em Isabel, que muda logo de feição. Drama Caique - Mu Carvalho toca, e ela fica mais aliviada.
Isabel - Helena? Helena, é você Helena?
A imagem quebra em quatro partes, e encerra ao som de Recado - Joanna.