Quatro por Um - Capítulo 7
uma novela de:
Jacques LeClair
Direção:
Allan Fiterman
Leonardo Nogueira
Elenco:
Letícia Colin como Anabel Royal
Marcello Melo Jr. como Rafael Royal
Renato Góes como Miguel Royal
Sheron Menezzes como Isabel Royal
Elenco em ordem alfabética
Ângela Vieira como Eleonora Bonfim Alcântara
Christiane Torloni como Selma Royal
Dan Stulbach como Celso Alcântara
Emílio Dantas como Jorge Passos
Felipe Bragança como Marcos Muniz de Albuquerque
Giovanna Cordeiro como Solange Alcântara
Herson Capri como César Barbosa
Lilia Cabral como Suely Muniz de Alcântara
Lucinha Lins como Eliete Royal
Marcos Palmeira como Higor Calmon
Maria Eduarda de Carvalho como Maria Carolina “ Carol " Muniz de Albuquerque
Mariana Sena como Luisa Silva
Mel Maia como Bianca Pinheiro Royal
Paulo Betti como Antônio Marcos Albuquerque
Paulo Lessa como Joel Bastos
Renan Monteiro como Rui Dantas
Ricardo Pereira como Dr. Bernardo França
Selton Mello como Sérgio Santos
Sophie Charlotte como Josie Pinheiro
Stella de Freitas como Norma Junqueira
Suely Franco como Vilma Celestino
Valentina Herszage como Helena Royal
Participações especiais
Cosme dos Santos como Amadeu Neves
Cristiane Pereira como Rita Anjos
Irene Ravache como Noelita Palmeira
Kadu Moliterno como Cassiano Dias
Jonathan Haagensen como Salles
Atriz convidada:
Cássia Kis como Carmen Royal
Ator convidado:
Luis Melo como Pedro Rabelo
No capítulo anterior…
Cezar - Simone, preciso que você encaminhe aqueles documentos para a sala de dra. Solange. Aqueles contratos precisam ser vistos hoje. Ah, e não esqueça de deixar o café lá na sala.
Simone - Dr. Cezar, tem uma moça esperando em sua sala.
Cezar - Moça? Mas que moça? Eu não deixei ninguém esperando em minha sala.
Simone - Ela é sobrinha da Dra. Carmen.
Cezar - Sobrinha? Deixa eu ver. (Ele caminha apressadamente para sua sala. Ao chegar lá, ele se depara com Helena sentada em sua mesa)
Helena - Finalmente o senhor chegou, dr. Cezar. Eu tenho uma proposta para lhe fazer.
Cezar - Escute aqui, menina, eu acredito que você não tenha nenhuma proposta a me fazer, se não for de importunação. Então, por favor, peço-lhe que saia de minha sala.
Helena - Dr. Cezar, o senhor não sabe o que está fazendo.
Cezar - Eu acho que você é quem não sabe o que faz.
Instrumental - Quimedha 3/Mu Carvalho
Helena - Pois eu te mostro agora. Eu sou filha de Isabel Royal, uma das que concorrem ao cargo de presidenta do Grupo Royal. Cargo este que você tanto almeja, não é mesmo. Capaz de fazer qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, para alcançar este lugar.
Cezar - Quem te falou isso?
Helena - Um passarinho me contou. Pois saiba de uma coisa, eu sou a pessoa ideal para tornar possível esse acontecimento. Afinal de contas, sendo filha de uma das donas, não é tão difícil conseguir as coisas. Até porque, na linha sucessória, eu sou a seguinte. Cezar, creio que agora eu posso te chamar assim, eu já pensei em tudo, tudo mesmo. O seu desejo é chegar à presidência do Grupo Royal, porém já tem quatro que estão concorrendo ao mesmo cargo, o que torna inviável a sua presença nesse posto. Desses quatro, uma é minha mãe, que infelizmente, não acho capaz de ganhar, tendo o Rafael e a Anabel como grandes opositores. Tenho o Rafael e a Anabel como grandes opositores, isso torna mais difícil que ela se destaque entre eles, afinal, ela não possui nenhum atrativo ou ambição. Então, se minha mãe não é uma das escolhidas, meus planos se tornam completamente frustrados.
Cezar - Você falou tanto, e não chegou a lugar nenhum.
Helena - Tenha paciência, porque eu chego lá. Cezar, meu querido Cezar, tirando os quatro competidores, eu sou a única capaz de alcançar aquele cargo que você tanto almeja, e que sou capaz de fazer qualquer coisa para que não pare em outras mãos a não ser as minhas.
Cezar - Pois pode ir tirando o seu cavalinho da chuva, porque eu nunca deixaria que um Grupo Empresarial desse porte caísse nas mãos de uma pirralha.
Helena - Pois aí é que você se engana. Sozinho você nunca conseguiria chegar lá, Cezar, muito menos com aquela tentativa de ajudante que você conseguiu. Eu tenho informações, entrou em lugares que você não consegue entrar, posso ouvir conversas que você não consegue ouvir, eu chego em locais onde não você nunca passaria da porta. Cezar, eu estou aqui pra formar uma aliança com você, para tirar das mãos desses ai, o que deveria estar em nossas mãos. Quem sabe não chegamos a um acordo.
Cezar - Helena, já percebi que você não é boba, e já está à frente de muitos. Você é muito ousada viu, menina. Se eu te entregar pra sua tia…
Helena - Cezar… em quem você acha que a titia iria acreditar? Em um homem que trabalha aqui há trocentos anos e nunca chegou sequer a vice, ou a herdeira direta desse trono? Fora que, acreditando ela em você ou não, eu herdarei aquele lugar de qualquer jeito, afinal, sou a sobrinha mais velha. Eu duvido muito que minha mãe alcance, até porque com duas aves de rapina como o Rafael e a Anabel se tornam mais difícil, mas eu só iria adiantar o percurso. Já você, Cezar, capaz de aposentar nesse cargo que há anos você trabalha… quem é que é mais beneficiado, hein?
Cezar - Eu vou pensar no que você disse. Agora, peço que você saia de minha sala, preciso trabalhar.
Helena - Pense com carinho, e aqui está meu número, para entrar em contato comigo. Ah, e mais uma coisa, se por algum acaso o meu plano chegar aos ouvidos de terceiros, eu faço a sua caveira… tchauzinho. (Helena sai. Cezar reflete)
Cezar - Essa menina é muito esperta… aqueles quatro estão lascados na mão dela…
Cena 02: Barbearia/Manhã/Interna
Instrumental - Drama Caíque/Alto Astral = Continuação da cena na barbearia. Carol realiza barraco com Luísa.
Luisa - Olha, moça, eu não sei do que você está falando. Mas o que acha de nós duas conversarmos, para entender essa situação.
Carol - Eu não quero entender nada. Se eu quiser, eu coloco tudo isso aqui para baixo,
Luisa - Não adianta ficar gritando não. Você pode ser quem for, mas não é maior do que eu pra gritar comigo.
Carol - Eu grito com quem eu quiser! (Luisa da um tapa em Carol)
Luisa - Não grita não, por que eu não vou deixar! (Carol da um tapa. As duas se agarram e rolam pelo chão, brigando. O chefe chega)
Chefe - Parem já as duas, eu não quero brigas dentro de minha barbearia. Parem já as duas!
Carol - Eu não vou deixar isso barato não, viu! Eu não vou deixar (sai de cena, furiosa)
Chefe - E você, Luísa, pode ir pegando as suas contas, aqui você não trabalha mais. Está despedida!
Ao som de Um Amor de Verão - Rádio Táxi, imagens do Rio são mostradas, e levam até o apartamentos de Celso. Lá, Eleonora se arruma para visitar o Grupo Royal.
Cena 03: Apartamento de Celso/Manhã/Interna
Celso - Para onde a senhora vai assim, toda arrumada? Parece até que vai se encontrar com alguém.
Eleonora - Isso não é de sua conta. Irei lá para o Prédio do Grupo Royal. Afinal, eu ainda detenho uma porcentagem das ações daquele lugar.
Celso - Mas o que a senhora vai fazer lá?
Eleonora - Vou ver uma pessoa que não vejo há muitos anos… vamos, Celso, adiante-se. Eu não tenho o dia todo.
Cena 04: Casarão dos Albuquerque's/Manhã/Interno. Arranjada pelo instrumental Drama Caique - Alto Astral, Carol entra toda desarrumada, e chama a atenção de Suely e Antônio Marcos.
Antônio - Escute querida, eu já estou organizando tudo para a campanha do próximo ano. Afinal, quero me lançar como senador. Imagine aí, senador? É um completo sonho.
Suely - Eu quero ver quem vai votar em você.
Antônio - O que é isso? Que pessimismo. As mesmas pessoas que votaram em mim para deputado.
Suely - Pois é, mas essas mesmas pessoas comentam horrores contra você na internet.
Antônio - E você se seguia por internet? O meu público, o meu eleitorado são pessoas fiéis, que não caem nas fake news e balbúrdias da internet. São gente de bem, que ainda dá para confiar!
Carol entra (começa a tocar o instrumental)
Suely - Mas Carol, o que aconteceu? O que fizeram com você?
Carol - Saia da minha frente, mãe. Eu não quero ver ninguém agora. E nem venham atrás de mim!
Suely - Mas minha filha! Volte aqui! Vai lá, Antônio, faça alguma coisa.
Antônio - Mas o que você quer que eu faça? Não vê que ela não quer ninguém agora.
Suely - E você vai deixar ela sozinha? No estado que ela está?
Antônio - Você é a mãe!
Suely - E você é o pai! Se eu for esperar por você, Antônio, eu estou frita!
Suely sobe para o quarto de Carol. Ela fica a porta, tentando falar com a filha:
Suely - Carol, minha filha, me responda! Deixe-me entrar, para falar com você.
Carol - Vá embora! Eu não quero falar com ninguém.
Suely - Minha filha, eu preciso saber o que está acontecendo. E para saber, eu preciso que você me diga.
Carol - Pois não adianta falar nada, porque eu não vou te atender. E nem adianta ficar acampada na porta do meu quarto, porque eu não vou abrir!
Cena 05: Prédio Royal/Manhã/Externa e Interna - ao som de Por Una Cabeza - Carlos Gardel. A cena mostra a chegada de Eleonora no prédio Royal. Ela chega com roupas elegantes e um óculos escuro. Ela retira o óculos, observando o lugar.
Eleonora - Esse lugar continua a mesma coisa… não mudou nada.
Carmen - Simone, por favor, não esqueça de me encaminhar aqueles processos, certo? (Ela vê Eleonora) Trilha - Tango Cocodrilo - Daniel Musy.
Eleonora - Olha, olha, olha, quanto tempo. (Todos paralisam para ver o momento)
Carmen - Eu que digo. Quanto tempo. O que foi? Cansou da Europa?
Eleonora - Se me cansasse da Europa, não seria eu, seria outra. Se eu pudesse, estaria lá até agora.
Carmen - E porque não ficou? Não diga que é falta de dinheiro.
Eleonora - Mas é claro que não. A culpa não é minha ser uma pessoa muito ocupada e cheia de situações para resolver.
Carmen - Quais situações? Que eu me lembre, tudo está caminhando bem nas minhas empresas.
Eleonora - Será mesmo? Vamos ver isso agora.
Carmen - Venha para a minha sala. (Elas caminham até a sala de Carmen) pois diga, Eleonora, quais são esses problemas que você tanto diz que a minha empresa anda passando? Que eu me lembre, está andando tudo de vento em popa.
Eleonora - Claro, Carmen. Que história é essa de colocar seus sobrinhos para concorrer à presidência? Que eu me lembre, eu ainda tenho a minha parcela de ações aqui, que me dão direito de escolha.
Carmen - Pois escolha como quiser com os seus 20% em ações, porque até onde eu me lembre, eu detenho 80%, o que me dá a maioria das ações nessa empresa. Ou seja, eu posso escolher quem eu quiser.
Eleonora - (risos) Não diga que agora haverão 4 presidentes?
Carmen - Um reino dividido nunca subsistirá, Eleonora. Jamais daria a meus quatro sobrinhos 20% de ações. Para se igualar aos seus filhos? Jamais. Manterei minha autonomia, 80%, é apenas um conseguirá alcançar esse posto. Você acha que eu não pensei em tudo? Imagina se eu desse 20% de ações a cada um? Igualaria-se a você, e consequentemente um de seus filhos, que assumiria essas ações, estaria igual em ações aos meus sobrinhos. Eu não nasci ontem, Eleonora, e não será dessa vez que você conseguirá passar por cima de mim.
Eleonora - E por algum acaso preciso? Pelo amor de Deus, Carmen, não seja boba. Você sabe muito bem da rixa que nós temos, e o porquê estou aqui. Eu estou de olho em suas armações, principalmente nesse plano absurdo que você criou.
Carmen - Apesar dos problemas, papai me ensinou muito bem como reger uma empresa, até porque, fui criada pra isso. Agora, por favor, preciso trabalhar. Ao contrário de umas aqui, que vivem do trabalho dos outros.
Eleonora - Eu estou falando, eu não vou deixar que você tome decisões que prejudiquem a mim e a meus filhos.
Carmen - Você não faz nem cócegas, Eleonora. Em algum outro momento nós conversamos, até porquê, eu trabalho.
Eleonora sai furiosa da sala, enquanto Carmen ri da situação
Cena 06: Sala de Cezar/Manhã/Interna. Cezar e Celso conversam.
Celso - Então quer dizer que a Helena te procurou?
Cezar - Procurou, e que menina sabida, Celso. Ela me procurou com um plano completamente arquitetado, e ainda me ameaçou caso eu revelasse a tia dela o que ela está planejando.
Celso (risos) - Pra você ver essa juventude, Cezar. Hoje em dia ninguém é besta mais não.
Cezar - Mas acredite, Celso, ela tem o jeito. Bom, o plano em si não disse, mas se mostrou disposta a agilizá-lo. E ainda percebeu que o Rafael e a Anabel são águias quando o assunto é essa empresa, capazes de fazer tudo pra alcançar aquela cadeira. E eu não suporto aqueles dois.
Celso - E o Miguel?
Cezar - Aquele ali não fede e nem cheira, parece estar ali por conveniência.
Celso - Mas você vai aceitar esse plano?
Cézar - Não me parece uma estratégia ruim, sabe? Às vezes dá vontade de dar o braço a torcer. Mas ela é muito esperta, capaz de sacar coisas que poucos sacaram.
Celso - Pois então dê o braço a torcer. Se der errado, pule do barco.
Cezar - Eu vou ligar para ela. Vamos ver no que dará
O telefone de Helena toca, e ela atende - Toca Puro Êxtase - Barão Vermelho
Helena - Alô…
Cezar - Helena? É o Cezar!
Helena - Oh, Cezar. Que rápida a sua ligação. Geralmente as pessoas demoram mais tempo para pensarem.
Cezar - Eu pensei acerca de seu plano, e tomei uma decisão.
Helena - Pode falar… qual a sua decisão sobre isso?
Cezar - Eu aceito o seu acordo.
Helena - Que coisa, foi rápido mesmo. E o que te motivou a tomar essa decisão tão rápida
Cezar - Eu quero derrubar naquela empresa um por um. E eu já sei por quem começar. E preciso de sua ajuda.
Helena - E quem será?
Cezar - O Rafael.
Helena - O Rafael? O Rafael é fácil… eu conheço alguém que pode derrubar ele facinho.
Cezar - Quem?
Helena - A Ex-mulher dele.
A cena corta para Joel chegando de carro em frente a uma barraca de lanches. Ele desce, como quem está procurando alguém. Ele avista Josie (Sophie Charlotte), que está despachando crianças. Ele se aproxima.
Joel - Boa tarde!
Josie - Olha, sem conversa fiada. Qual o seu pedido?
Joel - É aqui que trabalha uma tal de Josie?
A câmera foca em Josie, partindo ao meio. Encerramento ao som de Só Você - Vinícius Cantuária
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