A INTRUSA
CAPÍTULO 09
UMA NOVELA DE TAÍS GRIMALDI
CENA 1. MANSÃO DOS GODOY BUENO. SALA DE JANTAR. INT. DIA
A mesa posta, porcelana francesa e prata antiga reluzem sob a luz dura da manhã. Tudo está em seu devido lugar — exceto os donos da casa.
Marco Aurélio e Daniel trocam olhares que dizem mais do que anos de terapia. A tensão é sutil, mas cortante.
Vivi, tentando parecer confortável em sua farsa, passa manteiga no pão com a delicadeza de quem segura uma bomba-relógio.
Lívia, sempre observadora, mastiga lentamente e capta cada gesto como se estivesse num tabuleiro de xadrez.
Valquíria entra com sua habitual pontualidade cirúrgica. Sua presença preenche o ambiente como um perfume caro e opressor.
VALQUÍRIA - (olhando para os dois filhos, ríspida)
Vocês pretendem medir testosterona na frente da criada ou vão se comportar como homens civilizados?
MARCO AURÉLIO - (frio) Sempre elegante, mãe.
DANIEL - (sorrindo com veneno) Ela está apenas mantendo o nível da casa. E da empresa.
VIVI - (tentando apaziguar, tensa) Se eu soubesse que minha presença causava tanto desconforto…
VALQUÍRIA - (corta, como uma navalha) Oh, Carolina, não seja melodramática. O problema entre os dois vem de berço. Você é apenas o cenário.
LÍVIA - (observando todos, astuta) E que belo cenário…
Valquíria se levanta. Caminha até a janela como quem está prestes a encerrar um casamento ou lançar uma campanha política.
Diante da vidraça, ela se vira com a segurança de quem dita o rumo de impérios familiares.
VALQUÍRIA - (grave, imperativa) Amanhã à noite, teremos o jantar de gala pelos 50 anos da Godoy Bueno Exportações.
A imprensa estará lá. Diretores, acionistas.
Quero todos impecáveis.
Ela gira devagar. Os olhos percorrem os rostos como um scanner.
Ela sabe o que cada um esconde — e adora isso.
VALQUÍRIA - (cont.) E isso inclui aparência, postura e falsos sorrisos convincentes.
Silêncio. O tipo de silêncio que antecede escândalos.
Close em Vivi, que sorri como quem ensaia o papel de Carolina no espelho.
Daniel a observa com mais do que curiosidade.
Marco Aurélio aperta a mandíbula.
CORTA PARA:
CENA 2 – MANSÃO DOS MONTESINOS. SALA DE JANTAR. INT. DIA
Luz natural entra pelas cortinas de linho branco. A mesa está posta com frutas frescas, louça antiga, o som discreto de talheres. Tudo exala tradição, mas há um ar de inquietude no ambiente.
Cecília, de robe claro, senta-se à mesa com um café com leite pela metade. Ela olha para Carlos, que lê o jornal como quem tenta fugir de alguma verdade.
CECÍLIA - (voz doce, porém decidida) Carlos, eu pensei muito durante a noite. E cheguei a uma conclusão que talvez vá te surpreender.
CARLOS - (ergue os olhos, calmo) Já começo a me preocupar.
CECÍLIA - (sorri de leve) Vou procurar a Carolina.
Carlos abaixa o jornal devagar. Olha para a esposa com a gravidade de quem lê uma notícia de falência.
CECÍLIA (cont.) Vou pedir perdão. Dizer que errei.
Se ainda houver um fio de afeto... talvez a gente possa resgatar alguma coisa.
CARLOS - (vai até ela, segura sua mão com delicadeza) Você tem coragem, Cecília. E tem amor. E isso nenhuma mulher deveria esconder.
CECÍLIA - (se emociona, mas sem drama) A vida é tão curta, Carlos. E eu fui tão orgulhosa, tão... estúpida. A gente cria um muro, e depois reclama da sombra que ele faz.
CARLOS - (sussurra) Você ainda é linda quando sofre.
Cecília sorri, com os olhos marejados. Um momento de ternura.
TOCA O CELULAR.
Carlos se assusta ligeiramente. Pega o aparelho com certa pressa. Atende.
CARLOS - (altera a voz) Alô? (PAUSA) Sim (PAUSA) Sim, claro.
Uma pausa.
CARLOS - (olha para Cecília) Sim, doutor. Eu estou indo agora.
Desliga. Volta à mesa apressado, tenta beijá-la na testa.
CARLOS - (sorriso apressado) Era do hospital. Emergência. Eu volto pro almoço.
CECÍLIA - (sem acreditar, mas contida) Claro. Eu entendo.
Ela o observa sair. Carlos pega o paletó com mais pressa do que o habitual.
Porta bate. Silêncio.
Close em Cecília, sozinha. Ela leva a xícara à boca, mas não bebe. Olha para o telefone.
CECÍLIA - (para si mesma, quase sussurrando) Hospital?
A dúvida se instala. E não vai embora tão cedo.
CORTA PARA:
CENA 3. MANSÃO DOS GODOY BUENO. SUÍTE DE CAROLINA E MARCO AURÉLIO. INT. DIA
Luz baça da manhã invade o quarto. Tudo é luxo, mas Vivi parece um corpo estranho naquela paisagem. De robe acetinado, celular em mãos trêmulas. O olhar perdido. Ela disca. Espera. Respira fundo.
VIVI - (aliviada, quase em prantos) Mana sou eu. Vivi.
Bicha, aconteceu. Eu virei a Carolina. Literalmente, mona.
Fui pra Campos, fiquei na função… e agora tô aqui, trancada na galeguice da mana rica.
INTERCORTE – HOTEL COPACABANA PALACE. SUÍTE DE ARMAND. INT. DIA
Lari Pacotão atende, deitada na cama com lençóis egípcios, robe escandaloso. Charuto fino entre os dedos. Toda ela é entojo e elegância debochada.
LARI PACOTÃO - (monótona, mas debochada) Menina, tu sempre gostou de uma cena. Mas se meter no lugar da mana rica é roteiro de série ruim. Que porra foi essa?
VIVI - (voz falhando, gesticulando com drama) Eu não sei, mana! Uma voz me ligou no meio do babado, disse que se eu saísse fora, ia acabar igualzinha à Carolzinha! Eu tremi na base. E olha que nem sou de flopar fácil.
LARI PACOTÃO - (levanta, acende cigarro) Tô no Copa, sabia? Suíte vista mar, Armand pagando quinze mil pela minha companhia. Uma semana de mimos. E ele ainda me chama de “estrella”. Tudo de bom.
VIVI - (mais pra si mesma) Tu nasceu pra isso, mana… pra arrasar no luxo, no bapho. Eu tô só o carão da mentira, entuchada num salto alheio.
Tô com medo. Essa casa tem vibe de necrotério chique.
LARI PACOTÃO - (pausa, mais séria) Então para de se fazer de figurante, gata. Tu tá no palco principal agora. Quer saber o que aconteceu com a Carolina? Começa a fuçar. Olha os armários, escuta atrás das portas...
Godoy Bueno não é família, é cartel.
VIVI - (engole seco) Tu acha que eu dou conta? Tô vivendo uma novela mexicana sem legenda! E essa galera… tem uma cara de que esconde cadáver em laje gourmet!
LARI PACOTÃO - (risada seca) Vai ver o segredo tá debaixo do tapete persa. Ou embaixo da cama de dossel.
VIVI - (baixa o tom, sincera) Te amo, mana. Tu é meu corre, minha base.
Só de falar contigo já respiro um tico.
LARI PACOTÃO - (firme, com carinho) Se cuida, bi. E se for fugir, foge com estilo. Ninguém gosta de pobre em fuga.
INTERCORTE – MANSÃO. Vivi desliga o celular. Olha para o espelho.
Ela passa batom vermelho, mira o reflexo com mais firmeza do que sente.
CORTA PARA:
CENA 4. PALÁCIO TANGUARÁ. SUÍTE DE LAURA. INT. DIA
A luz invade suavemente a suíte de Laura, que exala requinte e frieza. Cortinas de linho, móveis assinados, tudo calculado. Laura, impecável num robe branco, segura uma taça de champanhe enquanto ouve Debussy ao fundo. O notebook aberto sobre a mesa em frente à varanda.
PLIM – notificação de e-mail.
Ela se aproxima, os pés descalços no mármore frio. Clica. Lê.
Na tela: “Godoy Bueno – Dossiê completo. Acesso sigiloso. Boa sorte, Selma Ledur.”
Laura sorri, satisfeita. Abre os arquivos com a calma de quem já esperava. Um PDF recheado de escândalos e relações nebulosas. Fotos, contratos, movimentações bancárias.
VÍDEO: Marco Aurélio e Ana Maria trocando beijos apressados na garagem da sede da empresa. Câmera de segurança. Ângulo baixo. Paixão escondida.
LAURA - (sussurra, com um sorriso malicioso) Ah, Marco Aurélio… parece que você também tem seus segredos.
A máscara dele começa a escorregar.
Ela ri baixo. O riso de quem não tem pressa. Fecha o vídeo. Abre outro arquivo.
NOVO NOME: Selma Ledur
Documentação completa. RG, CPF, diploma de pedagogia, mestrado, doutorado. Tudo impecavelmente falso — ou tão bem forjado que é impossível provar o contrário.
LAURA - (satisfeita, como se brindasse) Selma Ledur, prazer em conhecê-la.
Fecha o laptop, caminha até o closet. Escolhe um vestido floral de corte clássico. Terno demais para um passeio no parque, mas doce o suficiente para não levantar suspeitas.
Ela dá uma última olhada para a tela do laptop, uma imagem do vídeo congelada, com Ana Maria e Marco Aurélio ainda em um beijo furtivo. Laura pega o celular e envia uma mensagem para Marcelo:
“Às 16h, estarei no parque. Espero ver Aurora. Espero não me decepcionar”
Ela coloca brincos discretos, perfume suave. Um leve batom. O rosto da nova personagem: Selma Ledur.
CORTA PARA:
CENA 5. MANSÃO DOS GODOY BUENO. SUÍTE DE CAROLINA E MARCO AURÉLIO. INT. DIA
A câmera captura o luxo da suíte, mas o ar é pesado, denso, como se a qualquer momento pudesse explodir. Vivi (disfarçada de Carolina) está diante do espelho, ajustando um acessório. A porta se abre de repente, quebrando o silêncio da sala.
LÍVIA entra, seus passos decididos ecoando na sala. O rosto tenso, os olhos fulminantes. Ela não pede licença, avança com uma postura impositiva, a arrogância em cada movimento.
LÍVIA - (voz cortante, carregada de raiva contida) Carolina, me escuta bem.
Ela fica frente a Vivi, encarando-a com desdém, quase um sorriso cínico nos lábios.
LÍVIA - Agora que Daniel está de volta, você vai entender quem realmente tem o controle por aqui. Ele é meu, e você vai se afastar. Não vai mais interferir.
Lívia não sai do lugar, fixando os olhos em Vivi, sua voz cortante como lâmina.
LÍVIA - (mais agressiva, passos mais próximos) Porque quem vai ficar com o meu homem e ter tudo que merece sou eu (PAUSA) E não você com essa farsa toda. Não tenho mais paciência pra sua pantomima.
VIVI - (olha para ela, imóvel, uma calma imperturbável) Você está achando que eu sou a mesma, né?
Vivi se vira devagar, seus olhos agora mais gélidos, sem a menor intenção de se intimidar.
VIVI - Eu não sou a mesma Carolina de antes, e você, Lívia, não me assusta. Não me interessa o que você acha que vai fazer com Daniel.
Vivi dá um passo à frente, sua voz baixa, mas cortante, cheia de veneno
VIVI - Você me desafia, mas não sabe com quem está lidando. Você não é dona de nada, e nem de ninguém. Isso é só uma ilusão sua.
Lívia dá um passo mais rápido para se aproximar, tentando intimidar, mas Vivi não vacila. O olhar de ambas se entrelaça como uma batalha silenciosa, em que quem ceder primeiro perde.
LÍVIA - (raiva controlada, tentando manter a autoridade) Você não vai fazer nada, Carolina. Nada! Vai achar seu lugar no mundo e não se meta onde não foi chamada.
VIVI - (sem tirar os olhos, voz quase sussurrada, mas cheia de um perigo latente) Você acha que pode me empurrar pra qualquer lugar? (Ela se aproxima de Lívia, o rosto agora a poucos centímetros do dela, seu olhar desafiador, quase ameaçador) Pode tentar. Mas se pensa que vai me tirar do meu lugar, está enganada. E eu vou te mostrar até onde vai a minha paciência.
Vivi dá uma última olhada fria antes de virar as costas e caminhar para a porta. Cada passo ressoa como uma sentença.
VIVI - (firme, quase sussurrando, sem olhar para trás) Não subestime o que você acha que tem controle. Eu vou fazer você engolir suas palavras.
Ela sai do quarto com a cabeça erguida, deixando Lívia lá, mais furiosa e intimidada do que jamais imaginou. O silêncio que se segue é carregado de tensão, e ambas sabem que isso é apenas o começo.
CORTA PARA:
CENA 6. MANSÃO DOS GODOY BUENO. FACHADA. EXT. DIA
Sol de fim de tarde banha a fachada neoclássica da mansão. A babá Ana Maria sai pela porta lateral com Aurora pela mão, já pronta para o passeio rotineiro ao parquinho. Ela carrega uma mochila rosa nas costas, com brinquedos e uma garrafinha d’água pendurada.
Vivi, ainda sob o disfarce de Carolina, observa a movimentação da janela do andar superior. Logo aparece na escadaria externa, vestida de forma irrepreensível, sorriso contido e olhar fixo em Aurora.
VIVI - (fingindo leveza) Ana Maria, vocês vão ao parquinho?
ANA MARIA - (simples, cordial) Sim, senhora. A Aurora tava agitada, achei melhor gastar um pouquinho de energia. Ela dorme melhor assim.
VIVI - (aproximando-se com naturalidade) Posso ir com vocês?
Ana Maria hesita por uma fração de segundo. Sorri, mas algo na postura de Vivi incomoda. Ainda assim, assente, sem ter razões para negar.
ANA MARIA - Claro, dona Carolina. A Aurora vai adorar.
AURORA - (dando pulinhos) Vamos, mamãe?
VIVI - (ajoelha-se com delicadeza, segura as mãozinhas da menina)
Claro, minha princesa. A gente vai brincar muito hoje.
(olha para Ana Maria com uma expressão ambígua)
E a gente vai se conhecer melhor também, né Ana Maria?
ANA MARIA - (tenta disfarçar o estranhamento) Sim, senhora...
Começam a caminhar em direção ao carro da casa. Vivi segura Aurora pela mão com um cuidado calculado, enquanto lança olhares discretos à babá.
VIVI - (sem olhar diretamente) Deve ser difícil trabalhar com uma família assim. Muita coisa que se vê, mas não se fala, né?
Ana Maria não responde de imediato. Finge arrumar a mochila no ombro, pensativa.
ANA MARIA - Eu faço o meu trabalho, dona Carolina. Cuido da Aurora como se fosse minha.
VIVI - (sorri, mas com algo sombrio na voz) Imagino que sim.
Elas seguem rumo ao carro. Aurora corre até a porta traseira, animada. A câmera acompanha a expressão de Vivi enquanto observa Ana Maria — há algo por trás daquele sorriso que não é apenas interesse maternal.
CORTA PARA:
CENA 7. SÃO PAULO. CLIPE. EXT. DIA
SONOPLASTIA – CIRCO — “VENERA VAI VENUS”
Imagens aéreas sobrevoam a Avenida Paulista banhada pela luz fria do fim da tarde. Carros formam linhas em movimento, como veias metálicas pulsando entre os arranha-céus. Cortes secos mostram o Parque Trianon, entre árvores antigas e caminhos de pedras gastas.
Crianças brincam. Executivos passam apressados com celulares colados ao ouvido. Vendedoras de algodão-doce giram os bastões como num balé cotidiano.
A câmera desce. Estamos agora no bairro dos Jardins. Um parque discreto, elegante. O foco se estreita até uma área mais reservada, com brinquedos de madeira, bancos antigos e sombras generosas.
CORTA PARA:
CENA 8. PARQUE. EXT. FIM DE TARDE
O sol pousa preguiçoso sobre o verde do Parque Trianon.
O céu rosa-queimado encontra as copas das árvores. Crianças correm entre sombras longas. Um grupo de mães observa de longe, bolsas Hermès e carrinhos importados formando um pequeno exército de silêncios bem-educados.
Aurora desliza no escorregador.
Ri alto, o som limpo e livre, como se o mundo ainda não tivesse lhe oferecido segredos.
Vivi (no lugar de Carolina), sentada em um banco de madeira clara.
Usa roupas discretas, mas caras. Um vestido bege de linho, sandálias rasteiras Bottega Veneta e óculos escuros que escondem não só os olhos — mas a dúvida.
Ela assiste Aurora com atenção excessiva, como quem precisa aprender rápido a amar uma criança.
Laura surge, andando com elegância casual.
Tailleur de linho cru, sandália block heel, cabelos presos em coque moderno. Ela é o tipo de mulher que ninguém estranha ver ali. Está no habitat das que pertencem — ou fingem bem que pertencem.
Passa por Vivi, nota o semblante, a filha, o conjunto.
LAURA - (simpática, natural) Você escolheu bem. Esse horário é o mais bonito. A cidade fica menos dura.
VIVI - (educada, distante) A Aurora adora.
(pausa) Costuma vir sempre?
LAURA - (senta-se ao lado com elegância contida) Primeira vez. Me mudei pro Jardins agora. (estende a mão) Selma. Selma Dumont.
VIVI - (hesita, depois aperta) Carolina. Godoy Bueno.
CLOSE EM LAURA.
O nome acende algo por dentro, mas ela sorri como se nada. Mestre na arte da contenção.
LAURA — Godoy Bueno? A menina é sua filha?
VIVI - (sorri sem mostrar os dentes) Sim. Por quê?
LAURA — É que ela tem um olhar muito vivo. Criança esperta assusta e encanta.
Aurora acena de longe. Vivi acena de volta.
VIVI — Está na idade de absorver tudo. Um perigo.
LAURA — E uma benção. (pausa) Sou pedagoga. Vim pra São Paulo dar aula numa fundação. Mas confesso: parques me ensinam mais que congressos.
As duas riem. Uma trégua sem motivo aparente.
VIVI — A sua filha?
LAURA – (pausa breve) Ainda não tenho. Talvez um dia. Por enquanto, observo.
As duas assistem Aurora brincar.
LAURA — Eu devia ir, mas foi bom conversar com alguém que parece entender certas coisas.
VIVI — Acho que entendo demais. Esse é o problema.
Silêncio. Tensão leve, como uma névoa entre as duas.
Sorriso emoldurado pela desconfiança. Há uma faísca de conexão. E um pressentimento sombrio.
LAURA — A gente se vê por aqui, Carolina?
VIVI — Talvez. Se o destino quiser brincar.
Aurora corre até o banco. Puxa Vivi pela mão.
As duas se afastam.
Laura observa.
Seu sorriso diminui. Fica só o olhar afiado de quem já sabe demais.
TRILHA FINAL SOBE — “VENERA VAI VENUS” — SINTETIZADOR ETÉREO E LUXUOSO.
PARA:
FIM
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