• Natal Sem Graça na Terra do Sertão •
📍Cearambuco do Norte - 22h22 da noite
Syryryca- Foi tudo culpa sua, a senhora matou a Ygona e ainda levou a porca pro natal do ano passado, desde então eu tenho trauma dessa celebração capitalista que só existe para nos fazer gastar o dinheiro que a gente não tem.
Maria José- Quem brigou com a Apsonsinha, sua prima, foi você. E você sabe como é, se formou em medicina escorada naquele pai dela, aquele cabeça de caixa d'água, e agora a Márcia quer esfregar isso na nossa cara em todas as reuniões. Mas isso tudo é culpa sua, não sai desse celular, não pega um livro.
Syryryca- Ah sim, é culpa minha que eu fui nascer em um país desigual onde quem tem, tem muito, e quem não tem ainda tem mais que a gente. Mas isso tudo é culpa da senhora, a tia Márcia foi esperta, arranjou um gringo que se iludiu com a pitomba brasileira e "esqueceu" de tomar a pílula.
Maria José- Oh garota, vê se você não me estressa que eu já tô por aqui com você. Essa peba dessa televisão não pega mais, vou é dormir. E vou tirar a internet da tomada, dê um jeito de ir dormir também.
Syryryca(sussurrando)- Ainda bem que eu tenho o plano Laricel, com ele você não passa aperto nenhum e a sua internet pega de qualquer lugar. #Publi.
As duas estão deitadas em suas camas, Syryryca se levanta e tranca a porta amarrando um cadarço. Ela pega o seu espelho e coloca em frente a cama, ela se prepara para tocar um dj quando se lembra do que sua mãe havia lhe falado de que todos os entes queridos que já morreram observam todas as nossas ações aonde quer que eles estejam.
De repente um clarão ilumina a casa escura e um estrondo assusta Syryryca e sua mãe que desperta. Syryryca se levanta rapidamente e sai do quarto.
Syryryca- Vala minha nossa senhora, que djabo foi isso, ainda quebrou esse telhado véi pôdi.
Syryryca vê sua mãe sendo sugada por um buraco menor do que o buraco da Sujiro. Ela se espanta enquanto os gritos de sua mãe vão se distanciando. Syryryca corre para tentar salvá-la, mas acaba escorregando na própria baba e cai no buraco.
Uma viagem mágica acontece, Syryryca passa por vários multiversos, ela vê o menino que gosta trocando de roupa e tenta parar, mas não consegue. Ela acelera e começa a pegar fogo, até que cai na sua própria casa, só que em uma realidade um pouco diferente na qual ela veio.
Syryryca- Ai... eu acho que vou vomitar, o que aconteceu?!
Ela escuta os gritos da mãe do lado de fora e corre na janela para vê. Syryryca se depara com um exército de bodes carregando sua mãe. A diva tenta se desvencilhar deles, mas são fortes. Syryryca sai correndo tentando alcançar a mãe, mas é tarde demais, a velha foi levada. Ela olha ao redor e vê todo aquele sertão coberto por neve, ela olha e vê as pequenas árvores que eram secas e que agora são pinheiros. Flores roxas surgem do chão e o céu tem uma aurora boreal acontecendo. De repente uma cabra surge falando com ela.
Cabra- Olá, meu nome é cabra, mas pode me chamar de Cacá. O que faz aqui, querida? Não sabe que é perigoso ficar aqui?
Syryryca- Espera, você fala? Youtra, você não é a nossa cabra? Eu acho que fumei alguma coisa, só pode.
A cabra se levanta e dá um tapa na cara dela.
Cabra- Acorda, meu bem. Eu sou real e isso aqui também. Sua mãe foi levada pelo exército daquele nojento, sabe quem comanda aquele exército? Fabrício, cê acredita que Fabrício não quis ficar comigo? Logo eu que sou tão ajeitadinha.
Syryryca- Eu preciso achar a minha mãe. Pelo amor de Deus, não estou entendendo mais nada.
Cabra- Não se aperreie não. Eu vou te ajudar, eu sei pra onde levaram ela, mas você vai ter que me prometer uma coisa... Quero muito saber como ter uma lábia que nem a sua, eu vi que você já ficou com todos os meninos da sua cidade, praticamente uma Égera, achei bapho. Então prometa que vai me ensinar. Esses bodes estarão perdidos nos meus cascos.
Syryrca- Ai isso é moleza, a coisa mais fácil pra mim, vou te ensinar tu-do.
A imagem mostra Syryryca e Cabra andando juntas na direção para qual o exército foi. O som forma um fade das duas conversando.
Corta para o exército pulando em um buraco e aparecendo na frente da rainha de todo aquele lugar, Ygona. Ela está andando de um lado para o outro, roendo os ossos de um rato frito e jogando em uma pilha de ossos que está ao lado de seu trono.
Ygona- Ora, ora. Vejo que finalmente resolveram aparecer! E vejo também que me trouxeram ela, Maria José...
Maria José- O que cê quer comigo, oh satanás maldito?! Quem é você?
Ygona- Meu nome é Ygona Mourry, rainha desse reino inteirinho. E agora serei a sua rainha também. Esperem... onde está a garota? NÃO TROUXERAM A GAROTA? COMO OUSARAM ESQUECER DAQUELA FEDELHA FEDIDA A BACALHAU?!
Bode- Dona Ygona, nos perdoe, esquecemos da menina, mas vamos dar um jeito agora mesmo, irei dar ordens de buscarem ela.
Maria José- Sabia que a vossa senhoria tem o mesmo nome que a nossa leitoa?
Ygona- Como é? PRENDAM IMEIATAMENTE ESTA MULHER! Preciso das duas aqui para meu plano dar certo e se concretizar.
Ygona começa a rir enlouquecidamente enquanto tosse.
Ygona- NÃO É CATARRO!
Corta para uma estrada de corais infinitos, Syryryca e Cacá caminham juntas.
Ao longe um vilarejo. Todos parados. Cantando a mesma música de natal sem parar. Os moradores com sorriso travado encarando a grande imagem da Ygona.
Moradores(cantando)- "Ain jingle bell, jingle bell, jingle bell, soca essa piroca até minha xota soltar mel".
Syryryca- Eles cantam essa música há quanto tempo?
Cabra- Desde 1666 quando houve o alinhamento interplanetário.
Syryryca- Sério isso?
Cabra- Tô brincando bicha, sei lá o que djabo é isso, só sei que aqui o tempo não é como lá no mundo real, te prepare viu.
Syryryca- Pelo menos eles têm bom gosto.
Um bode do exército surge disfarçado de cantor.
Bode- Ei... vocês acreditam do Natal?
Syryryca- Oh meu bem, tô nem acreditando em mim.
A música para.
Bode- HERESIA!
Todos começam a perseguir elas, as duas fogem. Syryryca monta na cabra e elas sobem a montanha, mas acabam caindo em um vale. Nele havia uma mesa gigante cheia de comida.
Uma criatura surge e se senta na ponta da mesa. O Sommelier do Natal.
Sommelier- Estão servidos! E vocês sabem que é proibido se levantar da mesa sem comer tudo. TUDO! TUDO!
Syryryca- Meu pai, que pecado eu cometi. Vem cá, será que é isso que os maconheiros sentem quando fumam um beck? Se for... eu sinto muito.
Elas começam a comer sem parar.
Cabra- Mulher mas isso aqui tá bom demais, nunca fui tão bem alimentada.
Syryryca- Acho que eu não vou conseguir, vou vomitar.
Cabra- Da aqui que eu como por você.
Sommelier- Podem servir a sobremesa principal. Sabem suspiro? Suspiro com Sorvete, uma delícia, não acham?
Syryryca- Cacá, mulher, eu acho que não vou conseguir.
Sommelier- Se não comerem eu terei que matá-las!
Cacá se levanta e bate na cara do Sommelier.
Cacá- Queridinho, isso que você está fazendo se chama mansplaining, e eu vou te denunciar pra rainha se não deixar a gente ir.
Sommelier- Eu não posso.
Cacá- Ah não? Pois vamos ver!
A Cabra assopra farofa nos olhos dele e as duas começam a correr em direção ao inexplorado, elas acabam caindo em um mundo vazio e sem cor que ainda não tinha sido escrito e nem desenhado. Elas dão a volta ao mundo e saem em frente a vila, só que agora está vazia. Até que o exército surgem, elas correm e se escondem em um presépio gigante se passando pelo burro e pelo bebê.
Bode- Pela ordem da Rainha Ygona Mourry! Eu ordeno que apareçam!
Cacá- Gente essa mulher tá obcecada.
Syryryca- Toda vilã é.
José e Maria do presépio começam a brigar.
José- Esse menino não é meu! Eu não fiz filho nenhum! Cê sabe que a gente não tem condições nenhuma de criar criança.
Maria- Cala a boca que é Natal!
Enquanto isso no mundo real... Uma réplica de Syryryca e uma réplica de Maria José começam a espalhar a mensagem de de Ygona na cidade de Cearambuco do Norte.
Elas discursam na praça da cidade.
Syryryca falsa- Todos sabem que é Natal e todos nós devemos nos amar, nós devemos nos amar.
Um homem que está no fundo indaga.
Homem- O que ela disse? Devemos nos matar?
Ele tira uma peixeira da calça e começa a esfaquear as pessoas. Antoin com medo foge e se abriga na casa de Syryryca, só que ele acaba caindo no buraco e surge no mundo maluco.
No mundo maluco... Syryryca e Cabra chegam no castelo da rainha, elas entram e todas as portas se fecham. Elas ficam presas. Ygona surge dando gargalhadas e encarando as duas.
Ygona- Que bom que vieram até a mim. Estive sedenta por esse momento durante todos esse anos. Eu preparei tudo para que caíssem nas minhas mãos.
Cabra- Dona Ygona, por favor, eu não tenho nada a ver com essa menina, fiz tudo isso pra dar uma lição naquele macho sem vergonha, mas nem conheço essa daqui, me deixe ir.
Ygona- E por qual motivo eu não llhe deixaria ir? Você me trouxe a Syryryca. Pegue seu homem e aproveite, o curral está limpo.
Syryryca- Cabra sem vergonha, cê me paga. Aqui o dona Ygona.
Syryryca ri.
Syryryca- Cê tem o mesmo nome da minha leitoa. Desculpa. Dona Ygona, meu bem. Isso aqui tudo, cê fez pra que? Pra nos dar uma lição de valorizar o Natal? Não funcionou, tô com mais raiva.
Ygona- Sua mãe e você são as mulheres mais bonitas do Brasil, preciso de vocês. Usarei a genética das duas para fazer uma poção da beleza eterna pra mim.
Syryryca- Oh mulher, vamos aprender a nos valorizar. Tia Xanda já ensinou a se amar. Você é linda com essas pernas tortas, esse olhar de sereia e essa risada com catarro. Pare com isso e nos solte.
Maria José- Oh Ygona, escuta a minha filha, solta a gente fia, nós não temos nada na vida, ainda quer tirar a nossa dignidade.
De repente Antoin surge invadindo o castelo. Ele mata todos os guardas com uma arma e roubas todos os ouros. Ele é o ponto fraco de Ygona.
Ygona- Quero machooour.
Antoin beija Ygona que se desfaz como poeira e depois solta Syryryca e Maria José. Antes de ir ele escraviza o povo do vilarejo, os evangeliza e rouba todas as suas preciosidades. O tempo se passa e Maria José, Syryryca e Antoin estão na ceia com a família. A leitoa Ygons se levanta assustando a todos gritando que voltou, Syryryca joga ela no fogo e a mata. Aphonsinha largou a medicina e agora tem um privacy.
No pequeno sítio da Syryryca:
Syryryca está carregando um balde com água quando Antoin surge.
Ele toma o balde dela.
Syryryca- Precisa não Antoin,,,
O resto já sabemos...
FIM!

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