Quatro Por Um - Cap. 002 (23/09/2025)

Quatro por Um - Capitulo 2



uma novela de:
Jacques LeClair

Direção:
Allan Fiterman
Leonardo Nogueira

Elenco:
Letícia Colin como Anabel Royal
Marcello Melo Jr. como Rafael Royal
Renato Góes como Miguel Royal
Sheron Menezzes como Isabel Royal 
Elenco em ordem alfabética 
Ângela Vieira como Eleonora Bonfim Alcântara 
Christiane Torloni como Selma Royal
Dan Stulbach como Celso Royal 
Emílio Dantas como Jorge Passos 
Felipe Bragança como Marcos Muniz de Albuquerque 
Giovanna Cordeiro como Solange Alcântara 
Herson Capri como Cezar Barbosa
Lilia Cabral como Suely Muniz de Alcântara 
Lucinha Lins como Eliete Royal
Marcos Palmeira como Higor Calmon
Maria Eduarda de Carvalho como Maria Carolina “ Carol " Muniz de Albuquerque 
Mariana Sena como Luisa Silva
Mel Maia como Bianca Pinheiro Royal
Paulo Betti como Antônio Marcos Albuquerque 
Paulo Lessa como Joel Bastos
Renan Monteiro como Rui Dantas
Ricardo Pereira como Dr. Bernardo França 
Selton Mello como Sérgio Santos
Sophie Charlotte como Josie Pinheiro 
Stella de Freitas como Norma Junqueira 
Suely Franco como Vilma Celestino
Valentina Herszage como Helena Royal 
Participações especiais
Cosme dos Santos como Amadeu Neves
Cristiane Pereira como Rita Anjos
Irene Ravache como Noelita Palmeira
Kadu Moliterno como Cassiano Dias
Atriz convidada:
Cássia Kis como Carmen Royal
Ator convidado:
Luis Melo como Pedro Rabelo


Cena 01: Mansão Royal/Manhã/Exterior (piscina)

Carmen - Enfim, eu acho que não dá mais para enrolar. Pois bem queridos, a tia de vocês já não possui mais condições de assumir todas essas empresas que compõem o Grupo Royal sozinha. E, nesse momento de transição, vi que já é a hora de passar o bastão para meus sucessores. E como já sabem, eu não tive filhos…
Miguel - Então?
Carmen - É a hora de vocês assumirem o meu lugar nas empresas. Faremos um teste, vocês trabalharão no Grupo, e aquele que se sobressair, alcançará a presidência do Grupo Royal!

Nesse momento a câmera focaliza nos quatro, que ficam atônitos com a informação. A câmera amplia para outra cena, em que todos comemoram durante o almoço. [cena interna/sala de jantar]

Anabel - Confesso que fiquei surpresa, titia. Não imaginava que essa fosse a notícia que a senhora fosse nos dar. Até porque, a Vilma fez todo um suspense quando me encontrou no aeroporto.
Vilma - Se não fosse assim, você teria viajado. 
Miguel - A Anabel tem razão, eu também fiquei preocupado, principalmente por não conseguir retornar a ligação.
Isabel - Isso é coisa da Vilma, não retornar as ligações.
Carmen - Isabel, a muito tempo não vejo sua filha, a Helena. Porque ela não veio?
Isabel - Ah, titia, eu imaginei que fosse algo mais grave. Por isso não trouxe ela.
Carmen - Já deve estar uma moça. Quantos anos?
Isabel - 21 anos.
Rafael - Foi bom não ter vindo. É menos uma pra abocanhar a presidência (ele ri, porém todos fazem uma cara desconfortável).
Anabel - Se ficasse de boca fechada teria ganhado mais…
Rafael - Eu não falei isso aqui com segundas intenções não viu. Até porque, sabemos que aqui será uma disputa entre os melhores. E cá entre nós, papai me preparou para esse cargo. Desde quando eu era menino ele dizia: “meu filho é a cara da presidência do Grupo Royal”.
Anabel - Titio era muito ingênuo mesmo… não foi ele que caiu no conto do vigário e perdeu uma nota? Deve ser por isso que vovô afastou ele das empresas.
Rafael - Não fale isso do meu pai, ouviu? Mais ingênuo foi o seu que casou com a vigarista da sua mãe. Que todo mundo sabe que só casou com ele por causa do dinheiro.
Anabel - Você respeita a minha mãe, ouviu?
Vilma - É… alguém quer mais batatas?
Miguel - Eu quero…
Anabel - Pois escute aqui, Rafael, eu sou capaz de fazer o que for preciso, mas eu fico à frente de você só pra ver a sua derrota.
Rafael - Pois tire seu cavalinho da chuva, isso não irá acontecer.
Anabel - Eu perdi o apetite.
Rafael - Eu também.
Vilma - Pelo amor de Deus, gente. Vamos conviver em paz! Vocês são primos, não devem viver a vida toda brigando.
Anabel - Pois perdi o apetite e não quero comer. Titia, foi um excelente almoço, mesmo com a presença de semelhante gentalha. Preciso ir (pega a bolsa e se levanta.)
Carmen - Um momento! Levantem-se vocês dois. (Rafael se levanta) Vocês não sairão daqui brigados, peçam desculpas um para o outro.
Rafael & Anabel - O que?
Carmen - Vocês pedirão desculpas um para o outro. Não quero contendas dentro de minha casa e principalmente de meus familiares. Andem! Peçam desculpas.
Rafael & Anabel - Desculpas…
Carmen - Agora abracem um ao outro. Quero a comunhão entre vocês.
Rafael - Perai, abraço já é demais.
Carmen - Abracem! Vamos!

Os dois se abraçam e sussuram farpas

Anabel - Ridículo
Rafael - Cabeçuda 
Anabel - Mentecapto 
Rafael - Maluca

Carmen - isso. Gosto desse bom relacionamento entre vocês. Não quero contendas, principalmente por vocês agora serem os futuros cooperadores dos Grupos Royal. Olha, montarei uma grande recepção para o momento da nomeação, e preciso que vocês compareçam na sexta feira pela manhã no prédio onde trabalhamos. Será uma cerimônia formal, porém a presença de vocês será necessária. Até porque, não nomearemos fantasmas… uma pena vocês não poderem ficar até mais tarde, porém agora nos encontraremos mais vezes.
Isabel - Com certeza, tia.
Miguel - Não desapontaremos. 
Carmen - Eu acredito em vocês. Fico feliz de vocês terem vindo a minha casa. Então, nos vemos na sexta feira.
Todos - Na sexta-feira!

Toca então “Seu Nome” - Byafra, e mostra cada um se despedindo. Há uma transição de cena ao som da trilha que está tocando no momento, levando o telespectador a ver cenas comuns do dia a dia, como ciclistas, carros trafegando em pistas, crianças brincando no parque. Logo em seguida a câmera leva até a casa de Miguel. Miguel entra em casa e sua mãe o aguarda com uma cara não muito boa.


Cena 02: Casa de Miguel/Tarde/Interior

Miguel - Mãe, tenho uma novidade para te contar. Tenho certeza que a senhora ficará feliz.
Eliete - O senhor não esqueceu de nada não?
Miguel - Eu? Não, que eu me lembre não. Bom, se for às compras, eu já fiz na semana passada. Inclusive, está tudo pela hora da morte…
Eliete - Eu não estou falando das compras.
Miguel - Não? Ah, da empregada que viria ontem? Ela tinha me dito que estava com dor de dente e não conseguiu ver, mas falou que vem amanhã.
Eliete - Miguel, pelo amor de Deus. Não é possível que você tenha esquecido.
Miguel - Mas esquecido do que? Eu realmente não consigo me lembrar.
Eliete - A é? Pois então pegue o celular que você deixou aqui e veja quantas ligações perdidas você não atendeu pela mania de sair sem o celular de casa.
Miguel - Caramba, a Carol! Meu Deus, me esqueci completamente da Carol.
Eliete - Pois é, tanto esqueceu que já são 15h da tarde e ela está lá, te aguardando. Ela ligou para cá 17 vezes, e em todas eu atendi, e a resposta era a mesma: ele não está, Carol. 
Miguel - Mas a senhora sabia do almoço na casa da minha tia, porque não falou?
Eliete - Porque eu quero que você assuma suas responsabilidades. Parece que você gosta de ver as oportunidades escaparem pelas suas mãos. Sabem em que situação estamos? Vivendo no mínimo, economizando centavo por centavo para não falirmos. E ela, filha de um deputado e de uma estilista famosíssima, está caidinha por você e você não dá a mínima.
Miguel - Eu vou procurá-la.
Eliete - Vá, vá mesmo. E tente recuperar a besteira que você fez.


Miguel sai apressadamente para a casa de Carol.

Eliete - Ai dele se perder essa chance, aí ele conhecerá quem é Eliete Belmonte Royal.

Há uma transição de cena, com fotografias urbanas. Cenas belíssimas de pessoas passeando na rua, carros trafegando ao som de “Um Amor de Verão" - Rádio Taxi. Há um corte para o casarão de Carol. 

Cena 03: Casarão dos Albuquerque’s/Interior/Sala

Carol - Eu vou matar o Miguel! (Joga um objeto na parede e se quebra)
Suely - Minha filha, se acalme. Se você quebrar tudo que estiver aqui em casa…
Carol - Sabe o que é isso? Isso significa que ele está com outra! Outra, mãe!
Suely - Você já ligou para ele? Para saber do que se trata?
Carol - Já liguei, e só dava na caixa postal. Tive que ligar né, porque mensagem ele não lê. Parece que vive com a cabeça nas nuvens.
Suely - Deve ser porque vive…

Antônio, pai de Carol e marido de Suely, chega animado.

Antônio - Queridas, olha só que ideia eu tive. (Ele se desvia de um objeto que voou em sua direção) mas o que é isso? Atentado contra a minha pessoa?
Suely - É a sua filha indignada com o Miguel. 
Antônio - O que ele te fez, filha? É só me falar que eu tomo as minhas providências.
Carol - Pois tome mesmo. Ele faltou ao almoço que eu marquei. Inclusive, onde o senhor estava? O senhor também não estava aqui na hora do almoço.
Antônio - Ora, minha filha. Eu estava… estava trabalhando, claro. Trabalhando.
Carol - No domingo?
Antônio - E porque não? Domingo também é um dia criado pelo Senhor, então também é um dia para se trabalhar.
Suely - Estava trabalhando… estava trabalhando na mente de quem? Porque quando você sai assim, é porque está tentando votos de alguém.
Antônio - Olha como vocês pensam só meu respeito. Quer dizer que minha vida é só procurar votos?
Suely - Claro que não. Comprar também.
Antônio - Eu não admito esse tipo de afirmação, ouviu? Eu não sou como esses políticos corruptos, que são capazes de matar e roubar para se manter no poder. Eu sou justo, honesto, incorruptível.
Carol - O que o senhor não respondeu, foi o porquê não esteve presente no almoço que organizei. Eu esperei o senhor, esperei o Miguel e até agora. 
Antônio - Ora bolas, eu estava … eu estava…
Carol - Estava fazendo tudo, menos pensando na sua própria filha (ela joga outro objeto, e ele se agacha)
Antônio - Não, minha filha, não é nada disso. Eu estava (o porteiro chega)
Porteiro - Licença, boa tarde. O senhor Miguel está à porta, permito entrar?
Suely - Claro, pode mandar entrar.
Porteiro - Sim senhora.
Carol - Isso, mande entrar. É hoje que vamos ter uma conversa séria!

Miguel se aproxima e entra pela porta

Miguel - Boa tarde, gente. (Carol joga um jarro, que se espatifa na parede) mas o que é isso?
Carol - Você! Você não podia ter feito isso comigo, Miguel, não podia!
Miguel - Calma, Carol, eu posso explicar.
Carol - Você não pode explicar nada, sabe o porquê? 
Miguel - Porque?
Carol - Porque? Bom, eu não sei. Mas você não vai falar nada porque quem vai falar as coisas aqui sou eu.
Suely - Carol, deixa o rapaz falar. Eu tenho certeza que ele tem explicações.
Antônio - Ele não tem explicação nenhuma. Coloque ele em seu lugar, filha.
Suely - E você não se intrometa. (Ela se aproxima) Miguel, por favor querido, explique o que foi que aconteceu para você ter chegado atrasado no almoço que sua noiva preparou. Nós ficamos preocupados com o seu atraso.
Miguel - Eu vou explicar, dona Suely. E muito obrigado por ter compreendido. Carol, ontem eu recebi uma ligação da governanta da casa de minha tia, que ligou afônica para que eu comparecesse a um almoço na casa dela.
Carol - E você logo foi, não é? Um almoço na sua tia é mais importante do que um almoço com sua própria noiva?
Suely - Deixa o moço terminar de falar. Continue, Miguel.
Miguel - Mais uma vez obrigado, dona Suely. Bem, continuando, hoje eu compareci ao almoço que havia sido convidado. Só que, o que eu menos esperava aconteceu. A minha tia havia anunciado que estaria se preparando para afastar-se do cargo, e que eu e mais três primos seriam os candidatos a assumir a sua vaga no Grupo.
Carol - E você faltou por causa disso? Mas será possível…
Antônio - Espere, espere. Você disse que sua tia renunciou ao cargo? E que você era um dos candidatos para assumir o posto da presidência do Grupo Royal?
Miguel - Isso mesmo.
Antônio - (se levanta) Ah, mas aí está mais que perdoado. Sente-se, meu jovem, sente-se. (Caminha em direção a Miguel, o levando para a sala de jantar) Esquentamos a comida, e vamos continuar esse papo na sala de refeições. Bem, talvez não como um almoço, mas um lanche da tarde. Até porque, não é sempre que falamos com um presidente de um conglomerado de empresas, não é? Tenho assuntos interessantíssimos para tratar sobre esse tema.
Carol (indignada) - Aí, mãe, aí oh. Olha como o pai trata esses tipos de coisas, como se fossem nada. Eu não consigo acreditar em uma palavra que ele disse.
Suely - Minha filha, você precisa aprender a ponderar as coisas. Veja uma coisa, ele não explicou o motivo do atraso? Ele fez a parte dele.
Carol - Você é igual ao papai, não é? Passa a mão na cabeça de todo mundo!
Suely - Carol, não é isso.
Carol - É isso sim! E quer saber de uma coisa, eu vou para o meu quarto, porque eu estou cansada de tudo isso. Pois comam vocês, que são da mesma laia. (Sai furiosa da cena, subindo as escadas. Suely tenta acompanhá-la até o primeiro degrau)
Suely - Carol, mais respeito comigo, viu? Carol, volte aqui para ouvir sua mãe! (Ouve-se um estrondo de uma porta batendo. Suely quebra a quarta parede) Eu não sei a quem essa menina puxou…




Cena 04: Casarão dos Albuquerque's/Interior/Sala de Jantar - Nessa cena, Antônio Marcos e Miguel estão conversando enquanto almoçam. 

Antônio - Sabe, rapaz. Eu já estava animado para esse casório, mas agora eu estou mais ainda. Minha filha casada com o presidente de um dos grupos empresariais mais importantes do país? Isso é o maior presente que um pai poderia receber.
Miguel - Calma, sr. Antônio. Isso ainda não é algo concreto.
Antônio (assustado) - O casório ou a presidência?
Miguel - A presidência, é claro. Não é apenas eu que estou concorrendo ao cargo, mas meus outros três primos também. É que titia planeja se aposentar, e a ideia é deixar tudo em família.
Antônio - Claro, com certeza. Uma coisa que preciso dizer para você, filho. Claro, porque te considero como filho, já que você se casará com minha filha.
Miguel - Claro, fique à vontade. 
Antônio - Pois então filho, você sabe que meu outro filho, o Carlinhos foi estudar medicina em uma das melhores universidades dos Estados Unidos, e logo voltará.
Miguel - O Carlinhos… realmente faz tempo que não o vejo.
Antônio - E assim como para ele, o meu desejo era que você também entrasse para a carreira política. Eu já sei que você está às portas da presidência do Grupo Royal, mas isso será tão bom quanto, já que os empresários também seguem carreira política. Imagina, você como um deputado? Será ótimo e…
Miguel - Sr. Antônio, não precisa continuar. Desculpa decepcionar o senhor, mas eu nunca almejei a carreira política. É um ambiente corrupto, insuportável.
Antônio - Mas a presidência de um grupo empresarial também é. Ou você acha que lá não vai ocorrer subornos, compras, charlatões? A, isso com certeza. E não se engane, porque você não será o único a padecer desse mal.
Miguel - O que o senhor quer dizer? Que eu vou me corromper lá dentro?
Antônio - Mas não foi isso que eu disse. O que eu quis dizer é que não é apenas na política que há corrupção. Nos meios das grandes empresas também, e vá se preparando, porque lá dentro é uma verdadeira selva de pedra. Eu também enfrento milhões de problemas, mas veja o meu caso, me mantenho firme e incorruptível!
Miguel - Eu estou vendo. Sr. Antônio, foi muito ter almoçado com o senhor, mas precisarei ir.
Antônio - Está bem, filho, está bem. Mas saiba que a proposta ainda está de pé, e quando quiser, é só mandar uma mensagem.
Miguel - Está certo! (Ele se levanta e sai, e Antônio segue almoçando. Cortando para o salão, Miguel encontra Suely sentada no sofá refletindo.) dona Suely, porque a senhora não veio almoçar conosco?
Suely - Estava sem fome…
Miguel - Desculpa pelo atraso, mas eu…
Suely - Eu já sei, eu ouvi suas explicações e as considero. Mas tenta cometer menos erros em relação a Carol. Essa nós conseguimos segurar, mas uma próxima eu não sei.
Miguel - Está certo, vou me policiar melhor. Até uma próxima.
Suely - Até…

Cena 05: Rua e casa de Isabel/Externa e Interna/Tarde. Cenas na rua e sala
Começa a tocar um instrumental de “Recado" da cantora Joanna. A cena mostra Isabel subindo para a sua casa. Entrando assobiando a música, depara-se com a filha a aguardando.

Helena - Posso saber onde a senhora estava?
Isabel - Minha filha, tudo bem?
Helena - Poderia estar melhor se tivesse atendido pelo menos os meus telefonemas e as minhas mensagens. Poxa, eu cansei de te ligar e nada de me responder, pensei que tivesse acontecido o pior.
Isabel - Não, minha filha. É que você estava dormindo quando eu saí, e não quis te incomodar.
Helena - E porque não me respondeu? Poderia ao menos responder?
Isabel - Eu estava almoçando com umas amigas.
Helena - Que amigas?
Isabel - Ora, Helena, minhas amigas. Da mesma forma que você tem as suas, eu tenho as minhas.
Helena - Pois saiba de uma coisa, a primeira coisa que eu fiz foi ligar para suas principais amigas, justamente pra saber onde é que você estava. E sabe o que elas me disseram? Que você não estava lá. Mãe, você nunca mentiu pra mim, pra que mentir agora?
Isabel - Que isso, minha filha, mas eu não fiz nada contra você, e muito menos mentir. Eu de fato almocei com minhas amigas, o problema é que você não conhece todas elas.
Helena - Já não basta mentir acerca de meu pai, agora também está mentindo para onde está indo. Daqui a pouco vai dizer mais o que?

Isabel dá um tapa na filha. Ela recua, e tenta conversar.

Isabel - Helena…
Helena - Se afasta! Se afaste de mim! Você não era assim, mãe. Mas sabe o que é isso? É a pobreza, a pobreza deixa as pessoas feito animais. Você tinha como ser rica, tinha como ser herdeira e sabe o que aceitou? A mixaria que a avó deixou, outra inútil, que gastou tudo o que tinha com cachaça.
Isabel - Para, Helena!
Helena - Mas é isso mesmo! Primeiro é meu avô, que perdeu tudo no jogo do bicho. Aí quando viu que já não tinham onde cair mortos, vieram pra essa vila imunda. Até tentaram ajudar, mas a cachaça falou mais alto.
Isabel - Eu não admito você falar isso de meus pais, eu não admito!
Helena - Não? Mas foi por causa deles que nós estamos vivendo nessa miséria. Poderíamos estar lá, naquela mansão, naqueles restaurantes, viagens internacionais. E sabe o que é pior? É você aceitar isso como uma ordem do destino, como se as coisas fossem para serem assim!
Isabel - E não é? Diga, diga se não é? Se estamos assim, é porque é o nosso destino. E eu não estou com cabeça pra falar sobre esses assuntos.
Helena - Pois saiba de uma coisa. Eu não tenho nada a ver se você tem sangue de barata, mas fique sabendo de uma coisa, eu vou reaver tudo! Até o último centavo que nós temos direito!
Isabel - Helena, você não vai fazer nada.
Helena - Vou sim, porque eu também sou uma Royal, e se seus primos têm direito a viver do bom e do melhor, eu também tenho! 
Isabel - Helena, eu entendo que você está nervosa, e está falando sem pensar. É normal, eu sei. Mas você precisa escutar uma coisa, e isso não irei te poupar. É esse destino que você tanto crítica, que te sustenta até hoje. Se eu paguei o seu colégio para que tivesse uma educação de primeira, foi com os rendimentos que sairiam dessa padaria. Se é a sua faculdade, que pagamos direitinho, é com o dinheiro que sai daqui. E você não tem do que reclamar, porque nunca te faltou nada, ouviu bem? Nada! Tudo bem você criticar o fato que não estar lá administrando uma das grandes empresas da família, para administrar o meu, isso eu não posso te impedir. Mas sabe de uma coisa, a sua opinião para mim não vale de nada, entendeu? Nada! E tire essa sua ideia de grandeza, de querer ter o que não é seu.
Helena - Pois pode falar o que quiser, mas a minha posição segue sendo a mesma. Eu vou conquistar o que é nosso naquele lugar, e nisso ninguém vai impedir. Sou capaz de morrer e deixar tudo pra você se for preciso, mas aquilo ali será nosso!(Ela sai de cena).
Isabel - Helena, volte aqui. Helena!

(Isabel passa a mão na cabeça mostrando preocupação. Ela senta no sofá e reflete. Nesta ocasião, toca um arranjo instrumental de Recado, da cantora Joanna, enquanto a câmera afasta-se da personagem, cortando imediatamente para a cena a seguir)

Cena 06: Prédio do Grupo Royal/Interior. Cenas localizadas nos salões, corredores e salas da empresa. Na cena, passada dentro da sala de Cezar, Joel entra agitado para contar a grande notícia.

Joel - Cezar, Cezar, veja só o que eu fiquei sabendo.
Cezar - Perai, perai. Quem te deu autorização para ficar entrando nas salas alheias sem bater?
Joel - Ora, é que…
Cezar - Negativo. Primeiro você bata na porta e aí eu vejo se você está pode entrar. E outra, já te falei que aqui você tem que me chamar de Dr. Cezar.
Joel - Está bem, Dr. Cezar.
Cezar - Agora sim. Diga, o que é tão importante para atrapalhar o meu trabalho.
Joel - É algo que é de seu interesse, pode ter certeza. Eu tenho uma amiga que é dona de um buffet, me ligou hoje mais cedo. Ela estava me dizendo que a Dra. Carmen está organizando uma recepção aqui no prédio das empresas. Aparentemente é algo sigiloso, porque nada foi comunicado, para nenhum dos cooperadores.
Cezar - Bom, a questão do Buffet não é nenhuma anormalidade. Agora, o porquê do sigilo?
Joel - É isso que vim comentar com o senhor. Não é estranho?
Cezar - Fora que os buffets geralmente são para grandes recepções. Eu me lembro que, na última vez que tivemos uma recepção aqui desse nível, foi para receber promover um cooperador a diretoria, você nem trabalhava aqui ainda.
Joel - Será que não é o do novo funcionário que entrou agora?
Cezar - Não, não. A área dele é financeira, não tem nada a ver com a diretoria. Agora você me deixou em dúvida, Joel. Quem será que a Carmen quer promover para algum novo cargo? E não ter comentado nada, é muito estranho. Em quase 40 anos de empresa, eu nunca vi uma coisa dessas.
Joel - Não sei se estarei falando besteira, mas teve algo que ouvi que me deixou encucado.
Cezar - Pois diga.
Joel - Eu ouvi pelos corredores, que a Carmen quer se aposentar.

(Cezar se levanta da mesa como quem se surpreendeu com a notícia)




Cezar - Aposentar, a Carmen? Será, Joel.
Joel - Foi o que eu ouvi nos corredores.
Cezar - Joel, você me trouxe uma informação valiosa. Se a Carmen quer fazer uma recepção e não contou pra ninguém, e como você falou, quer se aposentar…
Joel - O que significa?
Cezar - Significa que ela vai promover alguém para o cargo dela! Claro, é óbvio! Essa é a minha chance, Joel, é claro que é minha chance!
Joel - E o que leva a crer que será logo tu o presidente do grupo?
Cezar - Porque de todos aqui presentes, eu sou o único que conhece essas empresas dos pés a cabeça. Trabalhei quase 40 anos aqui como braço direito do velho Royal. Ninguém melhor do que eu para assumir esse cargo. Que dia falaram que seria a recepção?
Joel - Nesta sexta.
Cezar - Ótimo! Você vai ver, comprarei um terno novo para esse momento. E aliás, o que você está fazendo aqui? Porque não volta pro seu posto para trabalhar? (Joel se levanta sem entender) Anda, tenho certeza que tem muito serviço para você. (Joel sai e ele bate a porta. A câmera dá um close em Cezar, que possui planos em sua cabeça, ao arranjo de Suspense Pop - Mu Carvalho)


Cena 06: Pensão de Noelita/Sala de Jantar/Noite. Na cena, todos os participantes do núcleo estão sentados ao redor da mesa conversando. Logo em seguida, Noelita chega com uma louça. A cena é arranjada pelo tema instrumental Alfinetadas - Mu Carvalho 

Noelita - Aqui está. Podem se servir.
Higor - Pela cara está parecendo um feijão bem adubado.
Rita - Feijão a noite? Deve ser um macarrão (ela destampa e vê que é sopa)
Higor - Sopa?
Rita - Sopa? E isso é janta?
Noelita - Se eu colocasse um pão seco aí, também seria janta. E se dêem por satisfeitos, porque as coisas estão caras.
Sérgio - Eu não acredito. Eu pago o aluguel todos os meses, dou um duro danado pra chegar de noite e ter que tomar sopa.
Noelita - Se eu fosse você eu tinha era vergonha de falar uma coisa dessas. Se eu deixasse você com fome toda vez que você não me pagasse o aluguel, você morria de fome, isso sim. E que duro você dá? Só se for o duro do…
Todos - Epa! Agora não.
Noelita - Está bem… mas agora vão e tomem a sopa, porque é o que tem pra hoje.
Pedro - É isso, gente. Não dá pra ser comida boa todo dia, às vezes a gente tem que sacrificar.
Noelita - Você quer dizer que minha comida é ruim? É isso?
Pedro - Não foi isso que eu quis dizer.
Noelita - Pois agora nem sopa vocês vão ter (pega a porcelana)
Todos - Peraí, devolve aqui.

Isabel aparece na porta.

Isabel - Boa noite. Acho que não cheguei em boa hora.
Noelita - Pode ir entrando, minha filha. A casa é sua.
Sérgio - Belzinha, Belzinha. Fale aí pra essa senhora que sopa não sustenta ninguém.
Noelita - Escute aqui, seu vagabundo.
Isabel - Eu não queria atrapalhar o jantar de ninguém.
Noelita - Pois agora vocês não vão ter sopa.
(Todos murmuram)
Isabel - Dona Noelita, dá a sopa pra eles. É que eu queria conversar com a senhora, em particular.
Noelita - Está bem, eu devolvo a sopa. (Ela coloca no lugar)

Continuação da cena: Varanda da casa de Noelita/Noite. Elas caminham e se sentam em duas cadeiras. (Cada fala de um personagem, um close no ator) Instrumental arranjado de Recado - Joanna 

Noelita - Fale, minha filha. O que te trouxe até aqui?
Isabel - Dona Noelita, eu sei que a senhora não teve filhos, mas é uma mulher experiente, e entende da vida mais do que eu. Meu problema é com a Helena. 
Noelita - O que ela fez dessa vez?
Isabel - Tudo, dona Noelita, tudo. E sabe pra que? Pra me pôr contra a parede. Eu não aguento mais essa pressão, eu não aguento!
Noelita - Calma, minha filha. Olhe, me conte tudo do início, para que eu entenda de uma vez do que se trata. Se falarmos por recortes não chegaremos a lugar algum.
Isabel - Está bem. Contarei tudo desde o início. A senhora se lembra do dia que vim morar aqui na vila?
Noelita - Lembro sim. Tem mais de 20 anos.
Isabel - 27 mais precisamente. 27 anos… eu vim aqui com minha mãe e meu pai.
Noelita - Do seu pai não lembro muito. Mas da sua mãe eu lembro, dessa eu lembro. Finada Amélia… gente finíssima.
Isabel - Minha vida nunca foi fácil não, dona Noelita. Olha, no tempo que meu avô era vivo, era um pega pra capa. Primeiro que minha mãe se casou contra a vontade dele. Meu pai era dono de um cassino, e meu avô era extremamente tradicional. Quando eles se casaram, foi aí que começaram as brigas. E eu vim morar aqui por causa dessas brigas, porque meu pai era gastador. Gastava tudo que tinha nos jogos e nas cartas. Aí depois de perder quase tudo, não tiveram jeito e vieram morar aqui. Papai já não tinha mais empresa, e meu avô com medo, deserdou minha mãe temendo que meu pai torrasse tudo. Moral da história, meu avô morreu, papai morreu, mamãe morreu, e a gente aqui.
Noelita - E foi nessa época que você começou a vender pão para se sustentar, não foi? Nesse tempo a Helena já tinha nascido.
Isabel - A Helena só nasceu um tempo depois, papai não era nem mais vivo. 
Noelita - Mas não estou entendendo onde vamos chegar com essa conversa.
Isabel - Que depois de mais de 15 anos que minha mãe morreu, minha tia desejou reunir a família novamente. Ela quer repartir para nós o que é de nossa família. 
Noelita - Mas isso é ótimo, não entendo qual é o problema.
Isabel - E é aí que a Helena entra na história. A Helena tem mania de grandeza, dona Noelita. Ela não aceita a condição que estamos. Foi vendendo pão que eu paguei o colégio dela, foi vendendo pão que eu pago a faculdade. Tudo bem que ela não goste do que eu faço, isso não é problema meu, mas todas as discussões que temos, é por causa desse dinheiro. Ela não aceita que por muito tempo não tivemos direito a nada, reconstruímos tudo do zero. E agora ainda cisma em querer saber quem é o pai, alguém que nunca ligou pra ela.
Noelita - O pai dela eu não conheço. Quem é?
Isabel - A senhora não o conhece, ele veio aqui pouquíssimas vezes. Ele é filho de uma gente aí, que até no jornal aparecia, naquelas colunas. Ele era até legal, mas aquela mãe dele… o pai dele até que era gente boa, ele tem uma irmã que na época era pequena. Mas aquela mãe… mas ele também era muito mentiroso, na minha frente era uma coisa, e com a mãe era outra completamente diferente. A mãe dele era muito preconceituosa, mais por causa dos meus pais, sabe?
Noelita - E porque não dá a oportunidade dela conhecer ele? Não é o que ela tanto quer?
Isabel - Deus me livre, eu não quero minha filha envolvida com aquela gente toda.
Noelita - Mas até quando você vai impedir de que ela conheça a outra família? Quando criança tudo bem, mas depois de adulto as coisas ficam mais difíceis.
Isabel - Aquela gente não presta.
Noelita - E porque você nunca diz os nomes? Sempre diz a mãe dele, o pai dele, aquela gente. Eles não tem nome?
Isabel - Porque não quero e nem faço questão de lembrar do nome deles. Por mim eu já teria esquecido totalmente. Nunca precisei deles, porque agora vou procurá-los?
Noelita - Porque não é por você, é por ela. Chega uma hora, Isabel, que não conseguimos controlar certas coisas. Eu já criei meus sobrinhos, e sei como funciona. Quando criança é uma maravilha, mas depois de adultos viram uma peste. Fora que a Helena não tem amigos, não tem ninguém, muito menos um namorado. Eu acho que já chegou a hora de contar toda a verdade para ela.
Isabel - Eu vou pensar nesse caso.
Noelita - E a posse, quando será?
Isabel - Será amanhã. Já imagino quando a Helena souber.
Noelita - Ela ainda não sabe?
Isabel - E como é que conta? Dizer que vou entrar em uma dessas? Ela vai pensar logo no dinheiro que eu vou ganhar.
Noelita - E vai ter festa?
Isabel - Vai, mas parece que é mais para os funcionários, sabe? Mas não se preocupe, porque vamos fazer uma festinha entre nós também. Muito obrigada, dona Noelita, por me ouvir.
Noelita - Imagina. Vizinhas são para isso. Mas não se esqueça, você não pode controlar tudo, principalmente quando a menina em questão vira uma mulher…


Cena 07: Apartamento de Rafael/Manhã/Interior - Rafael está penteando o cabelo e descendo as escadas. Ele vê Norma e outras funcionárias (figurantes) e chama a atenção de Norma. Instrumental arranjado de Sábado à Noite - Cidade Negra & Lulu Santos 

Norma - Olha só, para onde vai assim tão bonito? 
Rafael - Como pra onde, Norma? Já esqueceu? Hoje é o dia da posse lá na empresa, com comemoração e tudo. E é claro que vou com minha melhor roupa. Você vai ver, vou chegar aqui em casa com a certeza da vitória. 
Norma - Claro, disso não há dúvidas. 
Rafael - Eu almejei tanto, Norma, tanto! E hoje tem que ser o grande dia!

Cena 08: Casa de Isabel/Manhã/Quarto - Isabel se arruma para ir a festa, até que sua filha surge e a questiona.

Helena - Para onde vai? Ah, não precisa dizer, deve ser mais um de seus segredos…
Isabel - Desta vez não, filha. Arrume-se, hoje você vai sair comigo. (Close em Helena)

Cena 09: Prédio do Grupo Royal/Manhã/Interior - Carmen segue caminhando pelos corredores conversando com os funcionários e depois de um tempo Cezar aparece, com um terno novo e arrumado, chamando a atenção de todos os funcionários.

Carmen - Cuidado com essa decoração, eu quero esse salão impecável. Por favor, não mexa aí, para não desorganizar.
Funcionário - Dra Carmen, preciso que a senhora assine esses papéis.
Carmen - Hoje não. Hoje não estamos em serviços. Hoje é um dia especial.
Cezar - Especial porque, Carmen?
Carmen - César, finalmente você chegou. Terno novo? Muito bonito.
César - Obrigado. Fiquei sabendo que hoje não será dia de funcionamento, onde serão os trabalhos?
Carmen - Na sala da presidência. Me acompanhe, porque já vamos começar, os convidados estão pra chegar.
Cezar - Convidados? Mas quem seriam esses convidados?
Carmen - O senhor saberá.

Interior da sala da presidência: As portas se abrem, ampliando a visão da sala. A cena é mostrada pelo ponto de vista de Rafael, que entra na sala vislumbrado com a mesa posta e a decoração. Ele caminha observando cada cadeira da mesa.

Rafael - A tão sonhada sala da presidência. Esse é o meu lugar! O lugar que sempre sonhei. Olha este ambiente, e pensar que tudo isso foi preparado para mim. (Caminhando e vendo cada lugar da mesa) Cada lugar nesta mesa é o de alguém importante, mas aquele ali (a câmera foca na cadeira da cabeceira da mesa) aquele ali é o meu lugar.

Rafael caminha olhando para trás, vendo se alguém se aproxima. Quando chega na cabeceira da mesa, se depara com Anabel, que o aguardava também ao lado da cabeceira. Começa a tocar o instrumental Agulhas & Linhas - Mu Carvalho

Anabel - Perdeu algo, querido primo?
Rafael - Querida prima, que grata surpresa. Veio prestigiar a minha vitória?
Anabel - Como você é convencido… Às vezes me pergunto se ainda não se convenceu do senso do ridículo.
Rafael - Ridículo é imaginar que você ainda não se convenceu que esse lugar é meu, e foi preparado para mim desde cedo. Afinal, todas as expectativas são depositadas no primeiro neto varão da família.
Anabel - Que pensamento retrógrado o seu. Ainda bem que os tempos são outros.
Rafael - Mas os valores seguem os mesmos.
Anabel - Você deveria estudar mais. Olha só quem é a atual presidenta do Grupo? Uma mulher!
Rafael - Por falta de opções melhores. Mas já saiba que aquele que foi preparado desde sempre para assumir este lugar está aqui. Já você, pelo visto, só serve para limpar chãos, e daqueles bem sujos.
Anabel - Que imbecilidade, um machismo inescrupuloso, sem precedentes. A personificação do que há de mais retrógrado.
Rafael - Você pode falar o que quiser, mas desde que eu nasci me prepararam para alcançar esse posto.
Anabel - Aquela ideia antiga de que o primeiro neto homem da família era o descendente do cargo. Que patético! Até porque, se dependesse de você, iríamos à falência. Esse lugar, Rafael, é meu. Esse é o meu lugar.
Rafael - Claro que seu lugar é aqui, limpando o chão, limpando a mesa, até porque é o que você sabe fazer de melhor.

(Instrumental Charleston 1 - Mu Carvalho) Anabel pega uma jarra de suco e joga em Rafael. Rafael fica estático, pegando outra jarra de suco na mesa, e jogando na prima. 

Rafael - Agora estamos quites.

Anabel pega uma geleia, e joga em Rafael, que retribui com outro alimento. Assim se instaura uma guerra de comida dentro da sala da presidente, com direito a tortas na cara, bolos, doces e salgados.

Exterior da sala: Carmen, Cezar e outros acionistas estão prestes a entrar na sala.

Carmen - Vamos entrar?
Cezar - Vamos sim, deixa que eu abro a porta.

Todos entram, e são recebidos com comidas voadoras. A guerra segue, Carmen e os acionistas são acertados pelos alimentos.

Carmen - Mas o que é isso? O que é que está acontecendo aqui?

Rafael e Anabel pausam a guerra e ficam assustados com o resultado da briga. A imagem congela e quebra em quatro partes, com o foco nos dois protagonistas, encerrando assim mais um capítulo. O tema de encerramento deste capítulo é “Sábado à Noite" - Cidade Negra & Lulu Santos.



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