Entre a Cruz e a Espada - Capítulo 34 (21/08/2025)

ENTRE A CRUZ E A ESPADA - CAPÍTULO 34




CENA 01 - (MANSÃO DOS VENTURINI/INT./NOITE):

Joyce não perde a essência, mesmo diante da casa caindo sobre a cabeça dela. Ela segue até a sala.

JOYCE: Mas que maravilha, tudo que eu mais desejava era encontrar você em casa agora. 

ISABELLE: Ah, ma chérie! É sempre bom estar em casa mais cedo, principalmente sabendo que você se morde de raiva quando isso acontece. 

JOYCE: Nossa, como você é engraçada, Isabelle. Digna de uma palhaça de circo de interior. Que isso que você está escrevendo? 

ISABELLE: Nada demais, minha querida irmã. É só uma das mais anotações do dia a dia. 

JOYCE (arregalando os olhos): Espera aí...

ISABELLE: O que foi, Joyce?

JOYCE (puxando o papel): EU CONHEÇO ESSE ESTILO DE PAPEL?

ISABELLE: Me devolve!

JOYCE: Então é você, não é sua ordinária!

ISABELLE: Eu? Eu o que? Tá louca!

Joyce segue com o bilhete e sobe até o quarto correndo, Isabelle vai atrás. 

Corta para:

JOYCE (entrando no quarto e abrindo a gaveta): Como é que você pode, esse tempo inteiro!

ISABELLE: Joyce, você está louca! 

JOYCE (apontando o bilhete): Ah é? É o que isso aqui? 

ISABELLE: Ora, isso- isso parece ser um bilhete...

JOYCE: Bilhete com um papel idêntico este que você estava escrevendo!

ISABELLE: Idêntico sim, mas isso é normal! Que que tem demais nisso?

JOYCE (fechando os olhos sem paciência): Abre o jogo, Isabelle. Fala pra mim, é você que me manda esses bilhetes escabrosos? FALA! 


* Close em Isabelle tensa.

JOYCE: RESPONDE!

ISABELLE (revoltada): SIM. Sou eu sim! Sou eu que te mando esses bilhetes.

JOYCE (balançando a cabeça em negação): Isabelle....

ISABELLE: Sua assassina! Você matou o Otávio! Õh Joyce... Eu sempre disse pra você que ficaria do seu lado, que até mesmo apoiaria essa sua loucura de romance com o André! Mas eu te avisei pra que isso não chegasse até o Otávio pra que você cuidasse muito bem dele! 

JOYCE: Para com isso sua louca! Você não sabe do que tá falando!

ISABELLE: VOCÊ MATOU! Primeiro foi enchendo ele de doces, guloseimas, gorduras... Depois foi trocando as pílulas por farinha! E aí? Que tipo de pessoa você é? E que tipo de castigo você merece?

JOYCE (tentando sair): Sai da minha frente!

ISABELLE (segurando Joyce): Ah, você não imagina o prazer que eu tenho em ver você assim apavorada! Durante de meses assistindo de camarote você se debatendo pela casa e se torturando por causa desses bilhetes! 

* Joyce senta numa poltrona, expressando frieza e ao mesmo um leve deboche ouvindo tudo. 

ISABELLE: Eu deveria ter entregue você pra polícia, Joyce! Mas aí eu pensei, pra quê? Tá sendo tão divertida ver essa vagabunda assassina enlouquecer aos poucos! Inquieta e apavorada, esperando o próximo bilhete!

JOYCE (olhando pro nada): Você é um monstro.

ISABELLE: Não, ma chérie! Nós duas sabemos muito bem quem é o verdadeiro monstro aqui! 

ISABELLE: O Otávio adorava você! Ele te tratava como uma deusa! Você não poderia ter feito isso, Joyce! NÃO PODIA! Foi de uma desumanidade inominável! Tão ingênuo, tão puro perto de você.

JOYCE: Para com essa lamúria. Você tá desse jeito porque você amava ele! Ou você acha que eu nunca soube disso? Me poupe, minha queridinha! 

ISABELLE: AMAVA SIM! E MEU MAIOR ARREPENDIMENTO FOI TER ENTREGUE VOCÊ DE BANDEJA PRA ELE! 

JOYCE: Entregou porque você era um interesseira e preferiu se casar com um homem mais velho e cheio de dinheiro! Tudo que o Otávio não tinha naquela época! 

ISABELLE: E paguei caro por isso! Porque larguei o amor da minha vida pra você, e você o matou! Ora, Joyce! Eu quero ver você se consumando! Imaginando quando a polícia vai bater na sua porta! Quando o seu retrato vai sair nas primeiras páginas dos jornais! Imagina as manchetes hein? "Joyce Venturini, a viúva negra"!

JOYCE (gritando e levantando): CHEGA! 

ISABELLE: É minha querida, o melhor a fazer agora; é entregar você a polícia e acabar com isso de uma vez por todas

Joyce caminha rápido até a porta, Isabelle a segura. 

ISABELLE: EU ODEIO VOCÊ! EU ODEIO VOCÊ, JOYCE VENTURINI POR TER MATADO O OTÁVIO!

JOYCE (desprezando): Sai da minha frente. SAI DA MINHA FRENTE! 

Joyce empurra Isabelle e sai do quarto, descendo até a copa da casa. Isabelle vai atrás.

ISABELLE: Pensando bem, ma chérie; eu não vou entregar você agora! Primeiro eu vou esperar você perder tudo que tem, o shopping, essa casa e todo o seu dinheiro, eu vou perder isso por nada! Claro que eu até me preocuparia na possibilidade de você fugir, mas como você não tem dinheiro...

JOYCE: Se você acha... 

ISABELLE: Ah não? Ora, Joyce! Você acha que eu não sei que o Felipe está te chantageado? 

* Close em Joyce.

ISABELLE: Que pouco a pouco, ele não está ficando com todo o seu dinheiro? Ele já conseguiu ficar com toda a sua parte das ações da Tower Shopping e ainda por cima a presidência! Você não tem mais renda nenhuma! Você oficialmente está falida e totalmente dependente dele! 

JOYCE: ISSO É MENTIRA!

ISABELLE: Você blefa muito mal, querida! Eu já sei de tudo, até mais do que você imagina. 

JOYCE: Sai daqui!

ISABELLE: Inclusive, ma chérie, amanhã é a grande festa da posse do seu amado genro, que você o proporcionou a estar nesse cargo tão importante! 

JOYCE: Saia daqui! 

ISABELLE: Aproveite a última oportunidade de Joyce Venturini aparecer na coluna social, porque depois de tudo, ma chérie... Você vai aparecer na coluna policial.

JOYCE: Eu vou pro meu quarto, e você não venha atrás de mim! 

ISABELLE: Divirta-se, querida.

Joyce sobe até o quarto dela. Ao entrar, senta em frente da penteadeira, se olha no espelho e começa a pentear o cabelo, sorrindo maquiavelicamente.

Corta para:


CENA 02 - (APARTAMENTO DE JORGE.CORREDOR/NOITE):

Marion e Simone chegam até o apartamentos de Jorge e encontram a porta aberta. 

SIMONE: A porta dele tá aberta!

MARION: Vamos entrar! 

As duas entram e se deparam com Jorge caído no chão, passando mal.

* Instrumental criminal ON.

MARION: MEU DEUS! JORGE!

SIMONE: O que houve com ele?

MARION: Eu não sei! 

JORGE (ofegante): Foi ele! Foi ele! Foi ele! 

MARION: Ele quem, Jorge! O que aconteceu?

JORGE (acelerado): O Felipe! Foi ele! Aquele desgraçado! Ele me envenenou!

* Close em Isabelle e Simone olhando uma pra outra, em choque.

JORGE (chorando de desespero): Foi ele! Ele que vai me matar! Eu vou morrer! Eu vou morrer!

MARION: Para com isso, Jorge! VOCÊ NÃO VAI MORRER! VOCÊ NÃO PODE MORRER!

SIMONE: Eu ligar pra um ambulância! 

MARION: Faz isso, minha filha! Jorge, fala comigo! Vai ficar tudo bem!

JORGE (alucinando): Não... Não! Adelaide meu amor, eu- eu- eu vou cuidar do Felipe!

MARION: O que? 

JORGE: Eu não tive culpa! Eu não tive culpa! Eu queria ter dado uma vida melhor pra você, pro Felipe! Me desculpa! Eu juro que vou recomeçar! Logo logo eu vou tá trabalhando de novo!

SIMONE: A ambulância já vindo! 

Marion não consegue tirar os olhos de Jorge, extremamente assustada. 

SIMONE: O que é que ele tá dizendo? 

MARION: Eu não sei. Ele não tá dizendo coisa com coisa.

SIMONE: Eu acho que ele tá alucinando!

JORGE: Filho! Filho! Olha pra mim meu filho! Papai te ama, tá bom! Olha só Adelaide, como nosso filho tá crescendo!

MARION: Talvez sejam lembranças! 

JORGE: Adelaide, cadê você, meu amor? Adelaide fala comigo! Volta pra casa vai! 

MARION: Jorge, CALMA! Olha pra mim, Jorge!

JORGE (chorando desesperado): Ela não vai voltar! Ela não vai voltar nunca mais! Ela morreu.... ELA MORREU! 

MARION: Jorge! Tá tudo bem! A ambulância já tá chegando bem!

Jorge começa a tossir, faltando ar, a boca dele coberta de saliva e cuspe, entrando em convulsão.

MARION: Jorge! Jorge! 

Naquele momento, a respiração dele para. Um silêncio instantâneo por alguns instantes.

MARION (chorosa): Jorge, por favor! Você não pode morrer! Jorge... Por favor, fala comigo. 

SIMONE: Marion...

Marion não consegue segurar, e desaba em lágrimas. Simone a abraça. 


SIMONE (indignada e ao mesmo incrédula): Ele matou o próprio pai! Como é que pode existir um ser humano tão cruel, tão podre feito ele!

MARION (olhar vazio): Eu não me surpreendo com mais nada que venha do Felipe, eu só quero acabar com isso. 

Corta para:


CENA 03 - (TOWER SHOPPING. SALA DE FELIPE/INT./NOITE):

Renato entra na sala de Felipe. 

RENATO: Onde é que você tava? Eu te liguei o dia inteiro e você não atende.

FELIPE: Virou minha mulher agora, foi? Eu hein, não tenho que te dar satisfação nenhuma de onde eu tava não. 

RENATO: É sério, Felipe! Eu tô com medo, a casa tá caindo pra gente!

FELIPE: Ah meu Deus! De novo essa história! Você tá sempre com medo, tô pra ver bandido frouxo feito você.

RENATO: O clima fechou lá na mansão, sabia? 

FELIPE: O que houve dessa vez? A Joyce teve outro chilique de meia idade, foi?

RENATO: A ISABELLE TAMBÉM SABE QUE A JOYCE MATOU O OTÁVIO! Já tem gente demais sabendo dessa história!

FELIPE: A Isabelle? 

RENATO: Pois é! 

FELIPE: Quer saber? Que se dane. 

RENATO (sem entender): Como assim, Felipe? 

FELIPE: Isso problema da Joyce, ninguém mandou ela matar o marido por causa de macho, e além do mais eu já tenho tudo que ela podia me oferecer. A fonte dela era esse shopping, isso ela não tem mais. Só falta eu tomar dessa mansão e aí me livro de vez dessa gente.

RENATO: CAI NA REAL CARA! A Isabelle é esperta ela já deve ter sacado tudo e deve tá na sua cola! Vamo desistir, vamo vazar enquanto é tempo!

FELIPE (enfurecido, arregalando os olhos): NUNCA! EU NUNCA VOU DESISTIR! CAI NA REAL VOCÊ SEU IMBECIL! 

FELIPE: Babaca! Imbecil! Idiota! Frouxo! Desde pequeno que é assim, basta o negócio apertar, que foge feito uma ratazana de esgoto!

RENATO: Olha lá como você comigo!

FELIPE: Olha lá o que? Que que você vai fazer, hein? Se liga, idiota. Você está um parasita que precisa de mim pra viver bem. 

RENATO: Você é um mal agradecido, isso sim. Eu te ajudei em muita coisa na vida e inclusive quando você matou a coitada da Giovanna!

FELIPE: Agradecer? Agradecer pelo o que? Um indigente, incompetente feito você que não soube nem dar o golpe do baú numa velha que se casou. Eu que fiz tudo por você! Eu não preciso de você pra nada! Nunca precisei. Você, Renato... É- é um inútil, um imprestável sem serventia nenhuma. Só sabe se escorar nas pessoas a troco de uma gorjetinha, assim como você comigo.

RENATO: Você vai se arrepender de falar assim comigo.

FELIPE: Ah é? Nossa... Eu tô aqui morrendo de medo do que você é capaz de fazer, eu não vou nem conseguir dormir só em pensar do que você é capaz. Vaza daqui, vai. Minha mente já tá cheia de problema e um deles é essa maldita festa de amanhã. 

Renato sai calado e sério. 


CENA 04 - (MANSÃO DOS VENTURINI/INT./NOITE):

Alex e Ricardo vão até a mansão, a campainha da casa toca e Isabelle abre a porta. 

ISABELLE: Meus queridos, mas que surpresa. 

ALEX: Como vai, tia?

ISABELLE: Bem, na medida do possível. E você, Ricardo? Como vai?

RICARDO: Bem, também, tia. Nós viemos aqui pra falar com a minha mãe.

ISABELLE: A Joyce, mas o que foi que ela fez dessa vez?

RICARDO: Uma coisa horrível.

ALEX: Sabia que ela ofereceu dinheiro pra Camilla se separar de mim?

ISABELLE: Hum, vindo da Joyce eu não me assusto. 

* Simone chega em casa no mesmo momento.

ISABELLE: Simone, você chegou na hora certa.

SIMONE (agitada e amarga): O Felipe tá ai? 

ISABELLE: Não. Que cara é essa? 

SIMONE: Nada, depois eu te conto.

RICARDO: O que houve, Simone? Você tá pálida.

SIMONE: Eu vou ficar bem, depois eu falo tudo! Eu só preciso-


JOYCE (do alto da escada): Mas que o está acontecendo aqui?

* Close em todos olhando pra Joyce em desprezo. 

Corta para:



ABERTURA



CENA 05 - (CASA DE MARION/INT./NOITE):

Marion chega em casa, chorosa, ao fechar a porta, e segue de cabeça baixa. Num tempo de 5 segundos ela acende as luzes e ergue a cabeça... Sem saber em quem a espera...


* MARION GRITA DE SUSTO. 

MARION (extremamente chocada e tapando a boca com as mãos): Isso- isso não tá acontecendo...

ANDRÉ (emotivo): Como vai, mãe? Desculpa pelo susto. 

MARION (chorando): Meu filho! Meu filho! Me diz que isso não é uma alucinação minha! 

ANDRÉ (abraçando Marion): Eu tô vivo, minha mãe. Eu tô vivo!

* Marion chora de alegria.

Corta para:

CENA 06 - (MANSÃO DOS VENTURINI/INT./NOITE):

JOYCE: Qual o propósito dessa reunião aqui, lembraram que tem mãe, é?

RICARDO: Viemos conversar com você, minha mãe.

ALEX: Que tipo de ser humano você é? Como é que você tem coragem de oferecer dinheiro pra Camilla pra se separar de mim! Você é um monstro, mãe! 

JOYCE: NÃO ME CHAMA DE MÃE!

ALEX: E NÃO É MESMO! IMAGINA SE UMA CRIATURA BAIXA FEITO VOCÊ SERIA MÃE!

JOYCE: CALA ESSA BOCA, ALEX! Eu nunca te dei permissão pra assim comigo! Logo você querer falar em baixeza, uma pessoa que sempre me deu os piores desgostos! Sem gostou da gente da ralé, da marginalidade! Anda com essas roupas horrorosas, com essa jaqueta ridícula parecendo um roqueiro de videoclipe! Com essas sapatos imundos! Sempre gostou do que não presta! Não é atoa que sempre gostou das negrinhas! Das empregadinhas, não é?

RICARDO: Mãe? 

SIMONE: Deixa, Ricardo. Vamos ver até onde ela é capaz de chegar.

JOYCE: Vocês dois também! Aliás os três! Três criaturas imprestáveis... Na qual eu tive a infelicidade de parir!

RICARDO: Joyce??? 

JOYCE (prazerosa): Isso mesmo! Três imprestáveis! Um paraquedista metido a piloto de avião, um pateta que não tomou nenhum rumo na vida e uma tonta que não sabe o quer! Três idiotas, três imbecis por completo. 

JOYCE (apontando pra Simone): Essa daí; Coitada (Joyce gargalha), se casou e foi feita de idiota! Não tem talento nenhum! Uma ridícula!

SIMONE: Cala essa boca, sua nojenta!

ALEX: Olha como você com ela, sou louca!

JOYCE (rindo em deboche): Ridícula, Simone! Ridícula! E ainda tive a bondade, a preocupação em criar você... Mas fazer o que, né? Você nasceu pra ser uma tonta mesmo. Sabe qual vai ser o seu fim, filhinha? Você vai é acabar velha, abandonada num asilo de indigentes!

RICARDO (segurando Joyce): PARA COM ISSO! PORQUE VOCÊ TÁ FAZENDO COM ELA? PORQUE TÁ FAZENDO ISSO COM A GENTE? SOMOS SEUS FILHOS! 

JOYCE: EU QUERO ESSES FILHOS! EU NÃO QUERO! Vocês não tem nada a ver comigo! NADA! Que vocês fiquem no esgoto que é o lugar de vocês! Eu sou completamente diferente! Eu sou uma dama, uma mulher acima de todos vocês!

ISABELLE: Acabou, querida? Você não tem o direito de falar essas coisas, ainda mais sendo seus filhos. 

JOYCE (se apoiando no corrimão da escada): Eu sou Joyce Venturini Albuquerque. Eu tenho o direito de pensar o que eu quiser, dessa gentinha pobre, baixa, vulgar, feia, ridícula!

* Silêncio mortal na sala. 

JOYCE: Agora que vocês já tomaram o meu tempo, eu vou me recolher porque não tenho mais paciência pra tolerar crise de filho mimado. 

Joyce sobe, cantando uma melodia. Como se nada tivesse acontecido.

RICARDO: Vamos embora, gente. 

SIMONE: Eu vou ficar aqui.

RICARDO: Vamos embora, Simone. Essa mulher tá completamente fora de si.

SIMONE: Não. Eu preciso esperar o Felipe. Eu tenho muito que conversar com ele. 

ALEX: Eu tô indo pro carro. 

RICARDO: Bom, minha irmã... Você que sabe. Se cuida.

SIMONE: Claro, cuida bem do Alex... Ele é o que mais sofre com esse monstro.

Corta para:

CENA 07 - (CASA DE MARION. COZINHA/INT./NOITE):

Marion esquenta uma sopa pra André. Ele explica como tudo aconteceu.

MARION: Como foi que você sobreviveu meu filho? Como foi você se sustentou durante esse tempo todo?

ANDRÉ: Foi um milagre mãe... Naquele dia do acidente, o carro capotou e pegou fogo e dentro dele tinha duas pessoas... O corpo delas tavam completamente carbonizado era irreconhecível, eu só precisei por a minha corrente... Era a minha única chance, era isso ou era preso.

MARION: Meu pai do céu... 

ANDRÉ: Tudo deles queimaram, os documentos deles também!

MARION: E como você se sustentou esse tempo todo? Não vai me dizer que-

ANDRÉ: Eu tinha um dinheiro guardado no banco, pra emergência. Eu fiz assim quando eu comecei a namorar com a Simone, caso a gente passasse por alguma coisa. Eu consegui juntar uma boa grana, suficiente pra alguns meses. Só que agora é hora de eu voltar pra acabar com o Felipe, por enquanto nem ele e nem ninguém pode saber que eu tô vivo. 

MARION: A máscara do Felipe já caiu, meu filho.

ANDRÉ: Como assim? 

MARION: A Isabelle ouviu ele conversando com aquele cúmplice, e confessando que matou a Giovanna pra incriminar você.

ANDRÉ (expressando alívio): Ahhh, minha mãe! Você não sabe como isso é maravilhoso! E a Simone? Me diz!

MARION: Ela já abriu os olhos também. Só que por enquanto eles estão de mãos atadas. Sabia que o Felipe agora é dono do Tower Shopping?

ANDRÉ: Tô sabendo. Já tá em todas páginas, e amanhã vai ser uma grande festa pra aquele desgraçado. Vem cá, eu percebi que você entrou aqui choramingando? Aconteceu 

MARION: Oh meu filho.... Com essa sua chegada eu até esqueci de falar! Você não vai acreditar na nova monstruosidade do Felipe!

ANDRÉ: O que foi dessa vez? 

MARION: O Felipe.... O Felipe envenenou o Jorge!

ANDRÉ: O QUE?

MARION: Pois é. Ele é um lixo, um ser cruel, sem amor a nada, a ninguém.

ANDRÉ: Eu vou parar esse cara, mãe! Ele não pode continuar solto por aí! Eu tenho medo o que ele possa fazer com a Simone!

MARION: Calma! A Simone sabe o que fazer! Você agora tem que se proteger!

* Batidas na porta da casa.

ANDRÉ (meio assustado): Você tá esperando alguém?

MARION: Se esconde aí.

André se esconde no quarto, e Marion vai até a porta, e olha pelo olho mágico.

MARION (falando baixo): É a Simone...

ANDRÉ: Abre. 

MARION: Fica ai, no quarto.

* Marion atende a porta.

SIMONE: Eu preciso conversar com você, Marion!

MARION: Oh Simone... É que- é que eu tô meio ocupada agora!

SIMONE: Por favor! Eu tô a ponto de explodir!

Marion fica inquieta, expressando preocupação e insegurança, olhando pra trás.

SIMONE: Tá tudo bem, Marion? Você tá estranha. 

MARION: Que isso... Eu só preciso que você vá embora!

SIMONE: Mas- mas- mas espera aí!

MARION: Você tem que ir agora.

ANDRÉ (voz saindo do canto): Não. Você fica, Simone.

* Marion vira assustada.

SIMONE: André?

  
* Close em Simone.


Andre segue sério, olhando firmemente pra Simone.

SIMONE: Não! Não é possível isso! 

ANDRÉ: É possível sim, Simone. 

Simone caminha lentamente até André.

SIMONE: Então era tudo uma mentira... Você tava vivo! Sempre esteve!

ANDRÉ: Eu tive que me esconder, eu não tinha outra escolha. 

SIMONE: Como- como é que você conseguiu forjar a sua própria morte? Como é que você enganou todo mundo? Foi com a ajuda dela? 

ANDRÉ: A minha mãe não tem nada a ver com isso. Ela assim como tudo mundo achava que eu tava morto. Mas o que isso importa agora pra você? 

SIMONE: Como importa? Eu chorei a sua morte! Eu sofri e sofro até hoje por isso! 

ANDRÉ: E o meu sofrimento, Simone? Você acha que tudo isso foi fácil pra mim? Você acha que foi fácil perder você, perder tudo e até mesmo minha liberdade? Como é que você acha que foi pra mim ser acusado de um crime que eu não cometi? 

SIMONE: Isso- isso- isso não pode ficar assim, André! Não pode! Você tem que virar esse jogo. 

ANDRÉ: Quando eu implorei pra que você acreditasse em mim, você não fez a menor questão.

SIMONE: Como é que eu ia te perdoar? Eles armaram pra você ir pra cama com a Giovanna! Eu me senti traída, ferida! 

ANDRÉ (desprezo): Uma pena que você só enxerga isso agora. 

SIMONE (chorosa): Me perdoa! Me perdoa! Por favor! Eu fui uma idiota, eu fui uma tonta, ingênua! 

ANDRÉ: Não me pede isso agora, Simone. Não se trata nem de perdão, mas sim de tudo que aconteceu entre a gente.

SIMONE: Eu tenho que acabar com aquele mal caráter! EU TENHO! 

MARION (abraçando por trás): Calma, minha querida. 


Corta para:


CENA 08 - (MANSÃO DOS VENTURINI/INT./MANHÃ):

Clima pesado na Mansão Venturini. Felipe desce até a sala, Simone está sentada a mesa. 

FELIPE: Posso saber onde você passou a noite? Te esperei a noite inteira e você nada de chegar. 

SIMONE: Não interessa. 

FELIPE: É claro que interessa, você é minha mulher, no mínimo você tem que me avisar! Eu fiquei preocupado com você, meu amor. 

SIMONE: NÃO ME CHAMA DE MEU AMOR!

* Instrumental Criminal ON. 

Close em Felipe surpreso com a reação de Simone. 

FELIPE: Mas o que é isso, Simone? Enlouqueceu? Porque você fez isso? 

SIMONE (extremamente alterada): Ah você ainda pergunta? Seu sínico! Desgraçado! ASSASSINO! Você é um bicho, Felipe! Aliás nem bicho você é, porque eu nunca bicho matar o próprio pai! 

FELIPE: Matar? Que história é essa? DO QUE É QUE VOCÊ TÁ FALANDO?

SIMONE: PARAAA! PARA! Para com essa sua cara sínica! Com esse jeitinho inocente! Para com esse teatrinho ridículo! A sua máscara já caiu, todo mundo já sabe o lixo que você é!

FELIPE: É Simone, você enlouqueceu de vez. 

SIMONE: Não, muito pelo contrário! Louca eu tava quando cai na sua lábia! Vem cá, vai continuar mesmo com esse joguinho? 

FELIPE (encarando ela): Eu não sei do que você tá falando. 

SIMONE: Não é? É! Bem que me disseram que você nunca foi homem! Você só serve pra passar a perna nas pessoas! Parasita dos infernos que nunca conseguiu nada na vida por conta própria. Não passa de um lixo!

Sem ter outra alternativa, o rapaz revela a sua verdadeira face. 

FELIPE (sarcástico): É. Um lixo. Lixo esse que te enganou direitinho, que tomou tudo que você tem, ou melhor: tinha. Ah, Simone... Você há de concordar comigo, que você é BURRA por natureza. Coitada de você, Simone... Tão influenciável, tão idiota, sabe? Se soubesse como foi fácil te enganar.

SIMONE: Isso! Mostra quem você é de verdade! Seja homem pela primeira vez na vida.

FELIPE: Só que vai ser melhor ainda ver você perder tudo que você tem, a começar por essa casa. 

SIMONE: É aqui você se engana, meu amorzinho.

FELIPE: Será? Olha lá hein, meu amor. Quem se engana aqui é você. Agora, eu tenho que me arrumar, porque eu não sei se você lembrou, mas hoje é a grande festa da posse do presidente do Tower Shopping. 

SIMONE: Aproveite bem! Aproveite cada segundo! 

FELIPE (saindo plenamente): E eu espero ver a minha amada esposa lá. Com licença, meu amor.

Simone decide ir até Renato.

Corta para:

SIMONE (entrando no quarto de Renato): Renato. 

RENATO: Simone? 

SIMONE: Você foi o único que viu o Felipe matar a Giovanna.

RENATO (desviando): Que isso, Simone? Da onde você tirou isso?

SIMONE: Para de se fazer de sonso que eu já sei de tudo. E sei que você é cúmplice do Felipe, sei vocês dois estão juntos nessa. 

RENATO: Eu não tenho nada pra te falar. Agora se você se me permite, eu vou terminar meu serviço.

SIMONE (encurralando): Pensa bem, cara! É sua chance de se sair dessa! Você sabe que a casa do Felipe tá caindo aos poucos e você tá dentro dela!

RENATO: Vem cá, como é você descobriu tudo isso?

SIMONE (sem jeito): Eu- eu abri os olhos contra o Felipe. E o que isso interessa agora?

RENATO: E como é que você sabe que o Felipe matou a Giovanna? Só tinha eu pra testemunhar! Quem é que tá ajudando, hein?

SIMONE: Não interessa! Interessa é que é o cerco tá fechando pra vocês dois.

RENATO (sorrindo): Pode esquecer, gata! Eu não vou trair o Felipe assim tão fácil não.

SIMONE: Tá bom então, você que sabe. Uma pena que mesmo na espreita você ainda insiste em ser capacho do Felipe. 


A cena chega ao fim com Simone se retirando, e deixando Renato só.

RENATO: Tem alguém ajudando ela. E eu vou descobrir.


Corta para: 


CENA 09 - (TOWER SHOPPING. ENTRADA/EXT./TARDE):

SONOPLASTIA: LOSE CONTROL - TEDDY SWIMS.

Na entrada do shopping, as preparações pra grande festa. Felipe chega para presenciar aquele momento.

FELIPE: Quem diria... E pensar que há 20 anos atrás o meu pai daqui escorraçado e hoje o filho dele entra aqui como presidente e dono.

FUNCIONÁRIO: Seu Felipe, o senhor vai querer uma faixa em cima ou em baixo?

FELIPE: Põe onde você quiser, meu amigo! Hoje será um grande dia! 


Corta para: 



ABERTURA



CENA 10 - (MANSÃO DOS VENTURINI. GARAGEM/EXT./NOITE):

Noite carregada, Simone na garagem, entra no carro e liga. A câmera foca no carro dela saindo. Ela só não esperava que Renato estava aguardando o momento dela sair, pra ir atrás. 

Corta para:

A cena destaca cortes aéreos da cidade naquela noite.

Corta para: 


CENA 11 - (TOWER SHOPPING/INT./NOITE):

Chegou o grande momento de Felipe. Diante de um palco no andar de baixo e de um enorme plateia com convidados daquela festa, Felipe se apresenta. O rapaz está glamouroso, um terno perfeito, tudo aquilo que ele sempre sonhou.

FELIPE (pro público): Boa noite. É com enorme prazer que hoje eu assumo a presidência e a posse do Tower Center Shopping. Uma nova era, uma direção que mudará os rumos de último cargo...


Corta para:

No camarim, Camilla está nervosa, o fato de ser primeira vez que vai dançar em evento de tamanha importância, a assusta.

CAMILLA (choramingando): Eu tô horrível! Olha só pra isso! 

ALEX: Calma, meu amor! Você tá linda, seu cabelo tá lindo!

CAMILLA: Eu não vou conseguir, Alex! Não vou! Do jeito que eu tô aqui eu vou me estabacar toda no chão, vai ser o maior fracasso! Eu não vou! Eu não vou!

ALEX: Que isso? Você se preparou, você ensaiou, você é profissional nisso! Eu confio em você!

CAMILLA: E se eu errar? E se- e se der errado?

ALEX: Não vai! Eu sei que não vai. Eu confio em você. Agora entra naquela salinha, troca essa roupa, que lá fora o público está a espera de uma estrela!


Corta para:



CENA 12 - (MANSÃO DOS VENTURINI. QUARTO DE JORGE):

Sobrevoando a mansão, a câmera vai aproximando lentamente. Num corte lento, vemos Joyce em seu quarto, com um vestido branco, brincos de ouro, uma maquiagem discreta e segurando uma pequena bolsa.
Acompanhado de um instrumental melancólico, a socialite vaga pelo quarto, alisando os móveis, olhando para os porta-retratos que a faz relembrar dos bons momentos. Em seguida ela sai e desce até o quarto.

ISABELLE: Que ótimo. Então resolveu se divertir?

JOYCE (do alto da escada): É. Eu vou me divertir mais do que você imagina.

ISABELLE: Não vai levar um casaco, ma chérie? Olhe que o tempo pode esfriar.

ISABELLE (descendo): Não, não vou precisar. 


Joyce fecha os olhos e faz um sinal de lamentação.

ISABELLE: Algum problema, ma chérie? 

JOYCE: Nada demais, eu só esqueci de uma coisinha.


Joyce segue até o escritório normalmente. Ao entrar ela tira uma carta da bolsa e guarda dentro da gaveta.

JOYCE (falando sozinha): Assim fica mais fácil.

Sem demorar, ela volta até a sala.

ISABELLE:: Como é que você vai, meu anjo? Nosso motorista não está e o mordomo também não.

JOYCE: Não se preocupe, eu chego lá. Eu não vou perder por nada a festa daquele marginalzinho de quinta.

ISABELLE (sórdida): Imagina se você for barrada, Joyce? Nossa que vexame, vai ser.

JOYCE: É exatamente o que eu espero que aconteça.

ISABELLE: Eu não estou entendendo nada. Que planos são esses que você tem na cabeça, Joyce?

JOYCE: Não se preocupe, Isabelle. Apesar da sua traição... Eles não incluem você. Durma bem, minha querida irmã.

Sem dar mais nenhuma palavra, Joyce segue e até saída, continua vagando pela casa, o instrumental melancólico toma mais destaque. Em frente a porta, ela observa o primeiro porta retrato da casa com uma foto de toda família reunida. A megera finalmente sai, e caminha até esquina, e acena pra um táxi.

MOTORISTA DO TAXI: Pra onde madame? 

JOYCE (fria): No Tower Center Shopping, o senhor conhece?

MOTORISTA DO TAXI: Ah sim, entra aí.


Joyce entra. 


Corta para:


CENA 13 - (CASA DE MARION/INT./NOITE):

Simone vai até a casa de Marion, Renato a segue. 

MARION: Oh minha filha, E aí? Conseguiu?

SIMONE: Nada. Ele segue irredutível.

Renato anda atrás, caminhando devagar pela escuridão da rua.

SIMONE: O André? Ele tá aí?

MARION: Tá sim, claro. Acho melhor você entrar- 

RENATO: André? 

* Close em Marion e Simone de olhos arregalados.

RENATO: E então? Alguém vai me dizer o que tá acontecendo.

SIMONE: Renato? O que é que você tá fazendo aqui?

RENATO (sorrindo): Ah meu Deus do céu! Então era ele que tava te ajudando, que tava abrindo seus olhos! 

MARION: Sai daqui, rapaz! Você tá louco! Mei filho tá morto.

ANDRÉ (saindo de dentro da casa): Não. É isso aí mesmo, Renato.

RENATO: Caralho! Porra eu tô vendo assombração, né possível! Quando o Felipe que você era esperto eu não levei a tão sério.

ANDRÉ: É... Felipe né? Seu eterno patrão. Foi ele que mandou você vim aqui? 

RENATO: Não importa, o que isso te interessa.

ANDRÉ (debochando): Claro! Claro que não foi ele. A situação tá foda pra você, não é, Renato?

RENATO: Se você acha... Enquanto você tá aí, o Felipe tá assumindo a posse lá do shopping. Uma grande festa se você não sabe.

ANDRÉ: Festa essa que será a última dele.

RENATO: Porque? Até porque, pelo que eu tô vendo a última festa será sua, aliás nem festa você teve o direito de ter! Eu posso nesse exato momento contar tudo! Contar que você tá mais vivo do que nunca! 

ANDRÉ (calmo): Então vai lá. Conta! 

* Renato fica sem reação, olhando sério pra André.

ANDRÉ: Eu sabia. Você não vai contar, porque não vai valer a pena pra você! Você tá com raiva do Felipe e sabe que ele mais cedo ou mais tarde vai te passar a perna, assim como ele faz com todo mundo!

RENATO: Não cante vitória antes do tempo, cara. Eu posso muito bem fazer isso.

ANDRÉ: Eu não tô cantando vitória antes do tempo. Eu só vejo que você abrir o bico pro Felipe não vai ser nada vantajoso pra você. É sua chance de se sair dessa bomba de sena que o Felipe armou pra vocês dois! É chance de você recomeçar a sua vida! Você, ao contrário dele... Ainda tem salvação.

RENATO (aflito): Como é que vou me salvar, cara? Eu fui cúmplice.

ANDRÉ: Você pode se salvar, me salvando. Acorda, Renato! Você pode testemunhar a meu favor! Você pode ficar do meu lado! 

RENATO: Me conta o que você tá planejando.

ANDRÉ: Primeiro... Você vai me levar até o shopping.

MARION: O que isso, meu filho?

SIMONE: O que você tá planejando, André? 

ANDRÉ: Logo, logo vocês duas vão saber. 

ANDRÉ (pra Renato): E então, vamos Renato?


Corta para:

CENA 08 - (TOWER SHOPPING/INT./NOITE):

O táxi chega ao destino.

MOTORISTA DO TAXI: Chegamos, dona.

JOYCE (entregando o dinheiro): Aqui, meu querido. O senhor se importaria de abrir a porta pra mim?

MOTORISTA DO TAXI (assoprando): Aff.

O homem abre a porta pra Joyce. Ela segue e entra no shopping.

CENA 14 - (TOWER SHOPPING. PALCO/INT./NOITE):

O cenário é belo, luxo sobre as pessoas presentes naquela festa. No palco, chega a hora do magnífico show de dança com a apresentação de Camilla e sua a equipe. 

Corta para:


CENA 10 - (TOWER SHOPPING/EXT./NOITE):

Renato e André chegam no shopping.

ANDRÉ: Fica aqui, Renato. Minha conversa é com Felipe.

RENATO: Tem certeza que não quer que eu entre?

ANDRÉ: Não, já sei bem o que fazer.

Corta para:

André subindo pelo elevador. Do outro lado, uma funcionária faz um comunicado com Felipe.

FUNCIONÁRIA: Com licença, seu Felipe. 

FELIPE: Algum problema?

FUNCIONÁRIA: A Dona Joyce, subiu até o último andar do estacionamento e disse que precisa falar com você.

FELIPE (franzindo a testa): A Joyce? Comigo? Que que essa doida quer, meu pai. Eu vou lá.

Corta para:


CENA 15 - (TOWER SHOPPING. ESTACIONAMENTO/EXT./NOITE):

* Instrumental melancólico ON.

Joyce observa a noite de lua cheia, no estacionamento do andar de cima, abrindo os braços, sentido o vento bater. 

FELIPE: Mas você é louca mesmo! Eu não imaginava que você fosse aparecer. Tá fazendo o que aqui, Joyce?

JOYCE: Olhando a vista, eu sempre gostei de olhar o alto da cidade.

FELIPE: Que droga você quer? Fala logo que eu não tenho tempo pra isso.

JOYCE: Quem diria, Felipe? Que um dia aquele moleque que entrou na minha casa, seria dono de tudo isso aqui...

FELIPE: Pois é! A vida dá voltas o tempo inteiro.

JOYCE: Sim... Sem sombra de dúvidas, meu querido. 

FELIPE (saindo): Olha, Joyce se você veio aqui aproveitar a festa, chegou um pouco tarde. Agora me deixe em paz, que eu tenho mais o que fazer.

JOYCE: Espera aí!

FELIPE: Esperar o que? Qual é a sua? 


Em sincronia com a cena, Camilla se apresenta ao palco, perfeita, como nunca visto antes, dançando e cantando o musical "Cabaret". Por trás, André vai subindo lentamente, observando o conflito de Felipe e Joyce.

FELIPE (tentando Joyce): Sai daqui, Joyce! Pareceu que fumou crack, não tá falando coisa com coisa.

JOYCE (soltando Felipe): É a filha da Zélia que está cantando?

FELIPE (saindo): É! Pra você ver que até a filha da empregada tá melhor que você!

JOYCE (segurando Felipe novamente): Espera!

FELIPE: CHEGA! QUE INFERNO! Pra que merda você aqui, pra acabar a minha noite, é essa sua vingança?

JOYCE: Não, meu querido! Eu vim aqui; foi pra acabar com a sua VIDA!

FELIPE: Vai se tratar, velha demente.

Joyce insiste em segurar em Felipe.

JOYCE (gargalhando loucamente): Tá com medo é? Que eu te empurre daqui de cima.

FELIPE (empurrando Joyce no chão): ME SOLTA SUA LOUCA! Tá pra nascer o dia que você vai jogar daqui.

JOYCE (levantando em firmeza): E nem quero! Até porque não teria graça nenhuma ver você se esborrachar lá em baixo! 

JOYCE (se aproximando de Felipe): Eu te disse que a sua próxima parada seria na cadeia! Pra apodrecer junto com os ratos! E é pra lá que você vai!

* Joyce puxa a corrente do pescoço de Felipe, o puxão é tão forte que faz arranhão no pescoço de Felipe. 

FELIPE (gemendo): MAS QUE PORRA É ESSA JOYCE?

JOYCE (rindo extremamente louca e segurando a corrente de Felipe): Eu nunca mais vou ser feliz como eu era antes... Mas você; TAMBÉM NÃO VAI! SEU MARGINALZINHO DE BÊCO!

Joyce vai caminhando de trás pra frente, lentamente, e fica em cima do muro.

FELIPE (assustado): Joyce! JOYCE PELO AMOR DE DEUS, SAI DAI! 

JOYCE (virando pra Felipe): Vida longa ao REI! 

Em sua última frase, Joyce fecha os olhos e pula sem êxito.

FELIPE: JOYCEEEE!

 A cena mostra a queda dela em câmera lenta, sincronizando com a voz de Camilla cantando. Joyce se esborracha no chão, uma altura semelhante ao um prédio de 7 andares.

* Close em Joyce no chão, morta, com sangue saindo pelo corpo.



CONGELAMENTO EM JOYCE CAÍDA NO CHÃO.


A novela encerra seu trigésimo quinto capitulo em silêncio, apenas algumas vozes abafadas ao fundo.

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