A INTRUSA - CAPÍTULO 04 - 28/08/2025


A INTRUSA

CAPÍTULO 04

UMA NOVELA DE TAÍS GRIMALDI




CENA 1. APARTAMENTO DE LARI PACOTÃO E VIVI VENENO. QUARTO. INT. NOITE

Luz baixa, o quarto bagunçado com roupas espalhadas e maquiagens sobre a cômoda. O celular de Vivi Veneno está apoiado sobre uma pilha de revistas na frente dela, ainda em chamada com Carolina, que aparece na tela com o rosto pálido e surpreso.

VIVI VENENO - (PRENDENDO O CABELO NUM COQUE FROUXO) Pronto, agora a gente pode conversar de verdade. Tô sozinha, as manas tão no corre.

CAROLINA - (INQUIETA, OLHOS FIXOS) Você é real mesmo? Não tá usando filtro, IA, deepfake, nada disso?

VIVI VENENO - (DÁ UMA RISADA CURTA, DEBOCHADA) Realzona, mana. De carne, osso e muito silicone. Pode acreditar. Eu é que quase tive um troço quando vi teu perfil. Uma ricaça, toda chique, com a minha cara.

CAROLINA - (BAIXA OS OLHOS, PENSATIVA) Também fiquei assustada. A semelhança é quase absurda. A boca, o olhar, até o jeito de virar o rosto.

VIVI VENENO - (ACENDE UM INCENSO, COM OLHAR DISTANTE) Tô tentando entender, sabe? Eu fui largada quando era piveta. Minha mãe me deixou com uma vizinha e nunca mais voltou. Sempre me perguntei se tinha alguém por aí com meu sangue, alguma história mal resolvida.

CAROLINA - (RESPIRA FUNDO, SINCERA) Você acha que a gente pode ter algum tipo de ligação?

VIVI VENENO - (DÁ DE OMBROS, MAS OS OLHOS BRILHAM) Não sei, boneca (T) mas cê não acha estranho demais ser só coincidência?

CAROLINA- (DECIDIDA) Amanhã à noite (T) eu tenho uma casa em Campos do Jordão. Isolada, discreta. A gente pode conversar lá, sem ninguém por perto. Você topa?

VIVI VENENO - (ENCARA A TELA POR UM INSTANTE) Topo. Mas sem truque, hein? Nem segurança armado nem mordomo escondido. Só a gente.

CAROLINA (PROMETENDO COM O OLHAR) Só a gente.

As duas trocam um último olhar intenso. A chamada termina.

CORTE PARA VIVI VENENO NA JANELA DO QUARTO

Ela se aproxima da janela, acende um cigarro com o isqueiro decorado, a fumaça sobe lentamente na luz amarela do poste lá fora. Seu rosto está enigmático, dividido entre o medo e o fascínio.

VIVI VENENO -(BAIXA) Campos do Jordão (RI ALTO) vai ser babado.

CORTA PARA:

 

CENA 2. SKYE RESTAURANT & BAR. EXT. NOITE

 

O rooftop está iluminado por luzes suaves, com vista deslumbrante de São Paulo à noite. Ao fundo, um instrumental de “Never Really Over”, de Katy Perry, embala a atmosfera sofisticada. A mesa de três está posta com vinho branco, pratos refinados e taças parcialmente cheias.

Rudolfe está elegante, como sempre, com seu jeito meticuloso e um sotaque francês leve que aparece de vez em quando. Madson veste um vestido preto simples, cabelo preso num coque improvisado. Ela tem um ar concentrado, ainda vibrando do ensaio. Felipe é mais jovem, descolado, com um charme espontâneo e olhar atento demais para Madson.

RUDOLFE - (SORRI PARA MADSON, FIRME) O ensaio hoje foi très bien. Você está encontrando a respiração certa. Dentro de cinco semanas, estará pronta.

MADSON - (AGRADECIDA, MAS CONTIDA) Obrigada, Rudolfe. Eu tô dando tudo de mim.

FELIPE - (OLHANDO DIRETAMENTE PARA ELA) Dá pra ver. Além de talento, você tem presença. E... beleza. Isso conta muito no palco, e fora dele também.

MADSON - (SEM JEITO, SORRINDO DISCRETAMENTE) Obrigada...

Ela desvia o olhar, visivelmente desconfortável. Encontra o olhar de Rudolfe, que a observa em silêncio, com uma expressão difícil de decifrar — entre proteção e controle.

FELIPE - (ERGUENDO A TAÇA, DESCONTRAÍDO) A um novo começo. E a Madson, a nossa Odette.

Rudolfe não brinda, apenas observando Madson.

MADSON - (PEGANDO A TAÇA, HESITANTE) A Odette.

As taças se tocam suavemente. A música instrumental continua ganhando leve intensidade. Madson bebe um gole, ainda sentindo o peso do olhar de Rudolfe.

CORTE PARA A VISTA DA CIDADE.


As luzes de São Paulo brilham. A taça de Madson reflete o céu urbano. Ela força um sorriso, mas seus olhos estão distantes.

CORTA PARA:

 

CENA 3. MANSÃO DOS GODOY BUENO. QUARTO DE AURORA. INT. NOITE

 

O quarto é decorado com tons suaves, brinquedos organizados em prateleiras e uma iluminação morna vinda do abajur. Aurora, deitada, dorme profundamente, abraçada a um ursinho.

Marco Aurélio está sentado ao lado da cama, em silêncio, com um olhar emocionado. Seus traços, geralmente duros, estão suavizados.

Ana Maria aparece discretamente na porta. Usa o uniforme impecável, mas carrega um ar de delicadeza natural. Ao notar Marco ali, hesita.

ANA MARIA - (BAIXINHO) Perdón (T) não queria atrapalhar.

Ela se vira para sair, mas Marco Aurélio se levanta rapidamente, cruzando o quarto em poucos passos.

MARCO AURÉLIO - (BAIXANDO O TOM, FIRME) Por que está se desculpando?

ANA MARIA - (SEM SABER AONDE OLHAR) Porque é um momento íntimo entre pai e filha. Eu invadi, no lo sabía.

Eles se encaram por um instante longo. A trilha de "Estoy Enamorado", de Thalía, começa suave ao fundo, quase como um sussurro romântico.

MARCO AURÉLIO - Você não invade nada. (pausa, olha pra Aurora, depois pra Ana) Você, junto com essa menina tem sido a única coisa boa que me aconteceu nos últimos tempos.

ANA MARIA - (ABAIXANDO O OLHAR, NERVOSA) Señor Marco, por favor, não fale essas coisas...

MARCO AURÉLIO - (SUSSURRANDO) Não consigo evitar.

Ele toca o rosto dela com delicadeza. Ana Maria tenta resistir, mas seus olhos já estão entregues. Marco Aurélio se inclina e a beija com firmeza e ternura.

Ela corresponde. Com um leve tremor nas mãos, segura o rosto dele por um instante.

CORTE LENTO.


A câmera se afasta, deixando o beijo emoldurado pela meia-luz do quarto e o som suave da canção.

CORTA PARA:

 

CENA 4. MANSÃO DOS GODOY BUENO. COZINHA. INT. NOITE

 

A cozinha é ampla, moderna, com detalhes em mármore e iluminação elegante. Carolina está sozinha, vestida com uma camisola de seda e um robe por cima. Abre a geladeira, pega uma garrafa d’água. Quando fecha a porta 

LÍVIA - (CHEGA DE REPENTE, RINDO) Bu!

Carolina dá um passo pra trás, mas se recompõe num instante. Fecha o rosto e caminha até a bancada com a calma de quem já viu coisa pior.

CAROLINA -  Que susto (SECA, SEM EMOÇÃO) Sempre um prazer te ver, Lívia. Se veio atrás do Daniel, ele tá viajando.

LÍVIA - (OLHAR IRÔNICO, TOM ADOCICADO) Vim, sim (T) ele não responde minhas ligações. Mas aproveitei pra saber como anda a estupradinha da casa.

Carolina para de mexer o copo. O silêncio dura alguns segundos. Ela gira devagar, encara a irmã.

CAROLINA - Você continua charmosa como sempre.

LÍVIA - (FINGINDO ESPANTO) Nossa, que frieza! Que foi, não tá feliz em ver sua irmãzinha?

CAROLINA - (IRÔNICA) Felicíssima. Uma bênção, como sempre.

LÍVIA - E pra onde vai, toda assim no salto?

CAROLINA - Campos do Jordão. Amanhã.

LÍVIA - Ai, que delícia! (SORRINDO, PROVOCANDO) Acho que vou aparecer por lá. Vai que me bate uma saudade da minha irmazinha favorita...

CAROLINA - (SORRI DE CANTO, GELADA) Aproveita e bate a cabeça na parede.

LÍVIA - (MURMURA SAINDO, DEBOCHADA) Ai, que grossa. Depois não sabe por que ninguém te ama...

Carolina apenas gira o copo d’água nas mãos.

CORTA PARA:

 

CENA 5. SALÃO DE BELEZA. INT. NOITE

 

O salão está quase fechando. As luzes são suaves, reflexos de espelhos e vidro misturam-se com os tons dourados e rosados da decoração. O som ambiente é baixo, quase silencioso.

A porta se abre com um leve tilintar. Laura entra, elegante mesmo com a aparência cansada. Duda,o cabeleireiro, gira a cadeira devagar e arregala os olhos ao vê-la.

DUDA - (ABRINDO UM SORRISO, EMOCIONADO) Meu Deus (T) Olha quem resolveu dar o ar da graça. Eu senti falta da minha musa.

LAURA - (SORRI, UM POUCO MELANCÓLICA) Aproveita, Duda (T) Porque você vai sentir mais ainda. Tô indo pra São Paulo. Temporada indefinida.

DUDA - (ESPANTADO) Mentira! E o que você veio fazer aqui comigo? Despedida com escova?

LAURA - (RÍSPIDA, MAS CONTIDA) Não. Quero mais. Quero tudo novo. Quero me reinventar.

DUDA - (OLHA INTRIGADO, MAS ANIMADO) Você nunca deixou nem eu cortar mais que as pontas. Nem uma mechinha e agora vem com essa?

LAURA - (OLHA PRA ELE, DECIDIDA) Corta. Tinge. Transforma. Eu não quero mais parecer com a mulher que fui até hoje.

Ao som de "Abracadabra" – Lady Gagaa transformação começa. Duda envolve Laura na capa preta com ares cerimoniais e as primeiras mechas grossas de cabelo preto caem ao chão com o som seco das tesouras, como se pedaços do passado estivessem sendo arrancados. A tinta loira, densa e cintilante, cobre os fios escuros como um véu de luz sobre sombras antigas. As mãos de Duda se movem rápidas, coreografadas, como um alquimista em transe. Laura, de olhos fechados, entrega-se ao momento. Entre uma pausa e outra, brindam com espumante em taças finas — o gesto tem mais de ritual do que de celebração. O cabelo é cortado em camadas assimétricas, desfiado com precisão cirúrgica, revelando um visual moderno e elegante, quase andrógino. Quando Duda finalmente vira a cadeira em direção ao espelho, o reflexo mostra uma nova mulher: Laura está loiracom fios curtos, ousados, sem nenhuma semelhança com quem entrou ali. Um sorriso pequeno se forma em seus lábios — um sorriso que não é de alegria, mas de libertação.

DUDA - (AO FUNDO, QUASE SUSSURRANDO) Abracadabra, meu amor...

CORTA PARA:

 

CENA 6. RESTAURANTE. RUA COBERTA. EXT. NOITE

 

A charmosa Rua Coberta brilha sob as luzes âmbar penduradas entre os toldos. A noite é fria, elegante, e o burburinho dos casais jantando se mistura ao som suave de um quarteto de cordas ao longe.

Marcelo já está sentado à mesa, com um copo de vinho tinto à sua frente. Ele veste um terno escuro com cachecol de cashmere, impecável como sempre. Laura chega com passos decididos, envolta em um sobretudo bege que contrasta com o cabelo loiro recém-transformado. Ela senta-se à sua frente com naturalidade.

LAURA - (DIRETA) Preciso de um trabalho. E lembrei que você sempre foi o homem de confiança do Roberto.

MARCELO - (SORRI, EDUCADO) Seria uma honra poder ajudá-la, Laura.

LAURA - (MOSTRANDO O CELULAR COM UMA FOTO) Essa aqui é a Carolina. Preciso saber tudo sobre ela. Tudo. E sobre os Godoy Bueno também.

MARCELO - (OLHA A FOTO, ATENTO) Família poderosa...

LAURA - (MORDE OS LÁBIOS, AMARGA) Rica, poderosa e podre. Os podres deles podem estar bem enterrados, mas você vai cavar. E quando encontrar eu quero empurrar todos, um por um, na cova.

MARCELO - (ERGUE A TAÇA, CÚMPLICE) Parece divertido.

LAURA - (ERGUE A DELA, COM UM SORRISO ENVIESADO) Vai ser.

As taças tilintam em um brinde silencioso, enquanto a câmera se afasta devagar, revelando a rua charmosa sob as luzes suaves, em contraste com o pacto sombrio que acaba de ser selado.

CORTA PARA:

 

CENA 7. APARTAMENTO DE MADSON E RUDOLFE. SALA. INT. NOITE

 

O apartamento é minimalista, elegante e frio. Poucos objetos pessoais. O silêncio ao entrarem contrasta com o som das risadas e talheres do restaurante minutos antes.

Madson entra primeiro, rindo ainda um pouco nervosa, com o casaco nos braços. Rudolfe tranca a porta com calma, tira o sobretudo e o pendura no cabide com precisão meticulosa. Ele se aproxima, sorri de leve, e toca o cabelo dela.

RUDOLFE - (SUAVE) Você estava linda esta noite. Fez um bom trabalho com o Felipe. Muito charmosa.

MADSON - (SORRI, ALIVIADA) Obrigada. Eu só queria que você sentisse orgulho.

Ela se inclina para beijá-lo.

Num instante, o punho de Rudolfe afunda com brutalidade no estômago de Madson, que dobra o corpo no ar com um gemido rouco, sem ar. Ela cai de joelhos, arfando, tentando entender.

RUDOLFE - (FRIO, OLHANDO DE CIMA) A próxima vez que usar esse mesmo charme com outro homem a punição vai ser bem pior.

Madson tenta levantar, mas perde o equilíbrio. Seu rosto contorce em dor. Ele agacha-se lentamente ao lado dela, acaricia seu cabelo com falsa ternura.

RUDOLFE - (SUSSURRA, PERTO DO OUVIDO) Você é minha, Madson. Só minha.

Ele se levanta e vai calmamente em direção à cozinha, abrindo uma garrafa de vinho como se nada tivesse acontecido. Madson permanece caída, lágrimas silenciosas escorrendo enquanto tenta recuperar o fôlego, o batom borrado, a dignidade ferida.

CORTA PARA:

 

CENA 8. SCANDALLO LOUNGE. FACHADA. EXT. DIA

 

SONOPLASTIA - DON’T WANNA HIDE – DODA

 


A batida envolvente da música dita o ritmo enquanto a câmera percorre
 carros importados, mulheres deslumbrantes, e homens impecavelmente vestidos que chegam ao luxuoso Scandallo Lounge. O sol reflete nos vidros fumês dos carros. Manobristas correm para atender os convidados.

No meio da ostentação, surge Lucinha, de óculos escuros Chanel e vestido vermelho esvoaçante, poderosa, com Rubinho a tiracolo — camisa de linho aberta no peito, pulseiras de couro e olhar apaixonado. Eles se beijam com desejo e leve deboche. Estão em sua própria bolha de prazer.

Ao se aproximarem da entrada, o segurança, já sorrindo, comenta.

SEGURANÇA - Ih, dona Lucinha (T) Trouxe o filho pra balada hoje?

LUCINHA - (TIRA OS ÓCULOS, FUZILA COM UM SORRISO) Trouxe sim. A diferença é que esse mama onde você nunca vai ter leite.

Ela dá um beijo demorado e provocante em Rubinho, que sorri com aquele charme de quem sabe que está causando. Os dois entram de mãos dadas, atravessando o salão como se o mundo fosse passarela.

CORTA PARA:

 

CENA 9. SÃO PAULO. AMANHECER. EXT.

 

Com a sonoplastia da cena precedente, o dia nasce sobre a selva de concreto. Imagens aéreas sobrevoam a Avenida Paulista ainda vazia, os primeiros raios de sol refletindo nos espelhados dos prédios. O ritmo da cidade começa a pulsar: feiras sendo montadas, cafés abrindo, executivos atravessando avenidas com passos apressados.

A câmera desce suavemente pelas ruas arborizadas dos Jardins até pousar diante da Mansão dos Godoy Bueno, com seus muros altos, jardim impecável e fachada imponente.
Um novo capítulo está prestes a começar.

CORTA PARA:

 

CENA 10. MANSÃO DOS GODOY BUENO. QUARTO DE CAROLINA E MARCO AURÉLIO. INT. MANHÃ

 

O sol de São Paulo invade o quarto amplo e silencioso, com cortinas leves balançando suavemente. Carolina, impecavelmente vestida, coloca a última peça na mala. Ela observa o reflexo no espelho por um instante — não há fragilidade ali. Apenas uma mulher que decidiu não sangrar na frente dos tubarões.

Na cama, Marco Aurélio desperta lentamente, o cabelo desalinhado, a voz ainda rouca da noite anterior.

MARCO AURÉLIO - (TENTANDO SOAR AFETUOSO) Você tá linda assim (SORRI) com essa cara de quem vai embora.

CAROLINA - (FRIA, MAS EDUCADA) Porque eu vou. Campos do Jordão. Vou me recolher até o escândalo baixar.

Ele se senta na cama, tateia os óculos no criado-mudo.

MARCO AURÉLIO - (SE APROXIMANDO, QUASE GENTIL) Talvez eu vá também. A gente pode se reconectar, como antes.

CAROLINA - (SEM OLHAR PRA ELE) Marco, antes nunca existiu.

MARCO AURÉLIO - (SEM ENTENDER) Como assim?

CAROLINA - Agora que tá tudo exposto, talvez seja bom você ouvir: Você foi o pai da minha filha. Só. Um marido de fachada. Um amante medíocre. E, o pior: um covarde.

MARCO AURÉLIO - (ERGUENDO A VOZ) Você tá surtando!

CAROLINA - (SORRINDO, FERINA) Não, Marco. Eu tô sóbria. Pela primeira vez em anos.

Ele se aproxima como se fosse tocá-la, mas ela se afasta com um gesto seco, quase aristocrático.

CAROLINA - Eu vou pra Campos. Você fica. E, se for esperto começa a apagar os rastros da sua sujeira. Porque quando eu voltar
(QUEBRA O TOM, FIRME) vou limpar essa casa com sal grosso.

Ela sai do quarto sem olhar pra trás. A porta bate com elegância e firmeza.

Close no rosto de Marco Aurélio, atônito, engolindo a humilhação.
Ele tenta rir, mas o riso morre no canto da boca.

CORTA PARA:

 

FIM

 

 

 

 

 

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