CENA 01 - (APT. DE GIOVANNA/INT./TARDE):
Felipe consegue entrar no apartamento de Giovanna.
FELIPE (gritando): Giovanna!
FELIPE: Como eu pensei, o que será que essa mulher tá aprontando, meu Deus.
Felipe entra no quarto dela, e ao lado da cabeceira, uma corrente dourada.
FELIPE (pegando a corrente): Eu conheço essa corrente! Não é possível isso....
Giovanna entra na casa, com a porta aberta.
GIOVANNA (assustada): O que que acontecendo aqui?
Felipe vira a cabeça pra ela, a olhando com uma raiva mortal.
GIOVANNA (gritando, exigindo): Como é que você entrou aqui Felipe?
Felipe permance em silêncio, com o mesmo olhar fixo a ela.
GIOVANNA: Vai ficar me olhando com essa cara? Você tá me assustando.
FELIPE (sínico): Assustando? Porque eu te assusto? Achei que você não tivesse medo de mim. Achei também que éramos parceiros, mais do que isso até.
GIOVANNA (desentendida): Mas que conversa é essa? Você invade minha casa, aí eu chego e te encontro ajoelhado perto da cabeceira da cama e ainda por cima olhando e me fazendo perguntas e você não quer que eu me assuste?
FELIPE (balançando a cabeça e indo até ela): Esquece, eu... Eu quis te fazer uma surpresa, mas você chegou antes da hora.
GIOVANNA: Você é louco, isso sim.
FELIPE: Onde é que você tava?
GIOVANNA (embaraçosa): Eu tava- Eu fui no salão. É, eu fui no salão.
FELIPE: É mesmo? Fez o que no salão?
GIOVANNA: Eu? Ai, eu fui pintar as unhas, mas aquilo hoje tava uma loucura, e eu deixei pra depois.
FELIPE (olhando pra ela sinicamente, tentando conter o ódio): Tá bom então. Me diz uma coisa: Você seria capaz de me trair?
GIOVANNA: Como assim trair?
FELIPE: É, trair. Me trocar por alguém, ou então acabar com o plano?
GIOVANNA: Mas é claro que não, Felipe. Vem cá, que carência é essa? Que que te deu hoje?
FELIPE (mordendo os lábios de raiva): Nada. Nada... Só não tô tendo um bom dia.
GIOVANNA: Eu hein.
FELIPE: Bom, só queria te ver mesmo. Vou voltar pro trabalho, até porque... Eu tenho que garantir o nosso futuro.
Felipe dá um beijo leve no rosto dela.
FELIPE: Até mais tarde, meu anjo.
Giovanna sem reação, fica parada no mesmo lugar enquanto Felipe sai.
GIOVANNA (expressões de desconfiança): Aconteceu alguma coisa.
Corta para:
Renato entrando no carro de Felipe.
RENATO (batendo a porta): O que você quer, Felipe? Você mesmo disse que eu não posso faltar.
FELIPE: Vamo tirar uma história limpa.
RENATO: Que história?
FELIPE: Meu pai tá num flat e cheio da grana e Giovanna tá me traindo, é só for com a pessoa que eu tô pensando... Vai dar merda.
RENATO: Giovanna te traindo? Tô entendo nada, cara. Me explica isso direito.
FELIPE (puxando a marcha do carro): No caminho eu te explico.
Corta para
CENA 02 - (FLAT. SALA/INT/TARDE):
Jorge apesar de bem vestido e bem tratado, não perde a essência podre. Em mais um miserável dia, ele está deitado no sofá, bêbado, mas consciente.
* Batidas na porta.
JORGE (levantando): Quem é essa, a hora?
Uma voz que diz ser serviço de quarto. Jorge abre a porta e é surpreendido por Felipe e Renato que mal esperam ele abrir e entram.
FELIPE (sarcástico): Então quer dizer não é só eu que tá podendo ostentar, não é mesmo?
JORGE: Que que você tá fazendo aqui Felipe? E quem esse daí? É seu pau mandado é? Vá embora daqui antes que eu chame-
* Renato soca Jorge, fazendo ele cair no chão.
FELIPE: É como dizem, o porco larga o chiqueiro, mas o chiqueiro não larga o porco.
JORGE (caído no chão e gemendo): Desgraçado, filho de mãe!
FELIPE: É o André que tá bancando isso aqui, né? E não é que ele é esperto mesmo. O desgraçado comprou todo mundo e fez tudo direitinho, até te sustentar ele teve coragem, mas pelo visto foi dinheiro jogado no ralo, porque nem pra ajudar ele você serviu. Como é que não enxerguei, Meu Deus? Na moita só esperando a hora certa de me ferrar.
Jorge pra tentar disfarçar, começa a rir as custas de Felipe.
JORGE (gargalhando): Né possivel. Enlouqueceu de vez, foi?
Felipe observa ele gargalhando no chão. A raiva no olhar dele é nítida.
JORGE: Só pode ter enlouquecido. Vai procurar o que fazer, moleque doido.
* Felipe dá um soco no rosto de Jorge.
Jorge geme de dor no chão.
Corta para:
Ao som de um instrumental de ação, Felipe revirando o apartamento inteiro, abrindo armários gavetas, derrubando objetos, até que ele abre uma gaveta e encontra um cheque, com a assinatura de André.
FELIPE (olhando pro cheque): Então é você mesmo, como é que eu pude ter sido tem idiota, meu Deus.
ABERTURA
FELIPE (amassando o cheque): Desgraçado, maldito, você vai se arrepender de ter nascido.
Jorge tenta levantar pra impedir.
JORGE (cambaleando): Pera aí, Felipe, não tem nada aí-
RENATO: Faço o que aqui, Felipe?
FELIPE (explodindo): SEGURE ESSA DESGRAÇA!
Renato agarra Jorge e atira ele no chão de novo. Felipe vai a sala esfrega o cheque na cara.
FELIPE (esfregando o cheque): Tá aqui o seu cheque, porco desgraçado!
JORGE: Que cheque? Eu nunca vi isso na minha vida, esse bolado eu ganhei na loteria.
*
FELIPE (chutando o rosto de Jorge): Tá aqui a sua loteria, sua desgraça mentirosa dos infernos.
RENATO: Abre logo o jogo, Jorge.
* Felipe chuta as costas de Jorge. O rapaz não segurar o sangue nos olhos do rapaz ao ser traído.
FELIPE: Velho cretino, porco miserável.
* Outro chute.
FELIPE: Nem seu filho é você capaz de amar. Você não ama ninguém e nem nada. Só serve pra gastar dinheiro e encher o rabo de cachaça.
* Outro chute.
FELIPE: Indigente, Capaz de quando morrer nem o capeta vai querer no inferno.
Felipe o puxa pelo cabelo, Jorge com o rosto todo deformado e sangrando muito.
FELIPE: Escute aqui seu verme cachaceiro, se você não quiser morrer, é melhor ficar caladinho.
Felipe larga no chão, que está sem forças e quase inconsciente.
FELIPE: Agora sim, você tá do jeito que você realmente é. Um bosta pisada no asfalto. Bora embora, Renato.
Corta para
CENA 03 - (CARRO DE FELIPE/INT./TARDE):
Ainda sem acreditar na "traição", Felipe entra em fúria em surto enquanto dirige. A cena mescla com ele surtando e tendo flashbacks.
FLASHBACKS EM CORTES:
Corte 1:
FELIPE: Como é que você pretende isso? Não é tão fácil assim não.
JOYCE: Claro que é, meu amorzinho. Tudo comigo é fácil. Eu vou anunciar uma festa lá na minha casa, festa essa, na qual você vai armar uma cilada pro seu primo, vai armar um flagrante pra que ele se deite com outra mulher. E então? Está disposto a isso?
FELIPE: Porque você me ajudaria nisso, Joyce? Não me diga que foi porque gostou do mim.
JOYCE: Simples, você é o homem ideal pra minha filha.
FELIPE (sarcástico): Tá bom então. Se a madame quer assim.
Corte 2:
O soco pega em cheio no olho de Felipe que cambaleia pra trás. Mas rapidamente se recompõe e parte pra cima com fúria. Os dois entram em uma briga violenta, derrubando objetos e socos intensos.
ANDRÉ (segurando Felipe pela gola): E VOCÊ É UM LIXO! UM VERME DESGRAÇADO!
FELIPE (sangue escorrendo no canto da boca): Não aguentou a verdade não é mesmo?
ANDRÉ: Eu juro por Deus que eu vou acabar com você! Nem que eu tenha que matar! Mas eu vou acabar com você! Pode voar, voa mesmo, quanto mais alto você voar, maior vai ser a queda.
Corte 3:
ISABELLE: A Joyce vai acertar isso ainda hoje. Felipe, você tem visto o seu pai?
FELIPE: Não, porque?
ISABELLE: Nada, achei estranho porque anunciei a morte do Otávio, ele foi uns dos primeiros a ligar.
FELIPE: Meu pai ligou?
ISABELLE: Sim, eu achei curioso, até pensei que vocês tinham se reconciliado.
Corte 4:
FELIPE (batendo na porta): Giovanna! Sou eu! Atende isso.
VIZINHO: Bom dia, a dona Giovanna saiu mais cedo, ela tava na companhia de um rapaz.
FELIPE: Rapaz? Mas que rapaz?
VIZINHO: Sim, eu vi um dois saindo cedinho. Eu vou entrando que eu tenho algumas pra resolver.
O homem fecha a porta. Felipe se entender nada.
Corte 5:
FELIPE (olhando pra ela sinicamente, tentando conter o ódio): Tá bom então. Me diz uma coisa: Você seria capaz de me trair?
GIOVANNA: Como assim trair?
FELIPE: É, trair. Me trocar por alguém, ou então acabar com o plano?
GIOVANNA: Mas é claro que não, Felipe. Vem cá, que carência é essa? Que que te deu hoje?
FELIPE (mordendo os lábios de raiva): Nada. Nada... Só não tô tendo um bom dia.
Fim do flashbacks.
FELIPE (surtando): NÃO PODE SER! COMO É QUE EU POSSO TER SIDO IMBECIL, MEU DEUS.
Corta para
CENA 04 - (MANSÃO DOS VENTURINI/INT./NOITE):
Chegou o tão esperado dia pra Camilla, e talvez pra Zélia. Apesar das humilhações, as duas passam pela porta da frente com uma trouxa.
SIMONE (lamentando): Eu vou sentir falta de vocês. Uma pena que as coisas acabaram assim.
ZÉLIA: Não fique assim, minha filha. Você sempre foi uma menina maravilhosa.
CAMILLA: Eu vou sentir sua falta, Simone.
ISABELLE: Vocês já sabem pra onde vão?
ZÉLIA: Tem uma prima minha que mora lá por Madureira, e vai ajudar a gente.
CAMILLA: É, e isso é só um processo.
ISABELLE: Eu vou pedir pro motorista levarem vocês.
ZÉLIA: Que isso, Dona Isabelle? Não precisa disso
JOYCE (descendo as escadas): Não precisa mesmo. Não precisa e nem devem. Aliás, eu quero porque essas duas desfrutaveis ainda estão aqui.
SIMONE: Que isso, mãe?
ISABELLE (direta): Cala a boca, Joyce.
ZÉLIA: Não gente, a Dona Joyce tá certa. Por mais que isso seja o mínimo, eu e a minha vamos sair daqui de cabeça erguida.
SIMONE: Não fala isso, a minha mãe tá nervosa. Deixa que o nosso motorista ajuda vocês.
JOYCE: O motorista não vai ajudar ninguém, Simone. Não sei se vocês lembram mas eu sou dona desta casa, segundo o testamento do seu pai que inclusive vamos conferir tudo amanhã.
SIMONE: Como é que você é tão cruel?
CAMILLA: Deixa, Simone. A "Dona Joyce" anda muito nervosa, mas hoje teve o que mereceu. Não precisamos de ninguém, tá bom? Vamo logo, mãe.
ZÉLIA: Adeus a todos.
CAMILLA: Tchau, Dona Joyce. Foi um enorme desprazer trabalhar com a senhora.
* As duas saem superiores, sem deixar nenhum sinal de submissão.
ISABELLE: Meus Parabéns, Joyce. Você conseguiu perder até as melhores domésticas que alguém poderia ter
JOYCE: Você não se mete, a casa é minha e quem decide sou eu.
SIMONE: Auto-lar. A casa, do Alex e do Ricardo também. Você não tem direito de expulsar daqui a ponta pés.
JOYCE: Que isso, Simone? Eu te dou permissão pra falar assim comigo? Se coloque no seu lugar.
SIMONE: Você que se coloque. O que você fez hoje foi um absurdo e até mesmo um crime.
Joyce não tem resposta, e permanece em silêncio.
SIMONE: Eu vou subir, que o dia hoje foi pesado demais pra mim.
* Simone sobe.
ISABELLE: Tomou o doce, chérie?
JOYCE: Me deixe em paz.
ISABELLE (caminhando até a escada): Durma bem na companhia da solidão, meu bem.
Corta para '
CENA 05 - (CARRO DE FELIPE/INT./NOITE):
Felipe e Renato estão no carro, em frente ao prédio de Giovanna.
RENATO: Pra que você vai seguir a Giovanna? Você não já sabe de tudo?
FELIPE: Eu preciso ver com meus próprios olhos.
* Giovanna sai do prédio e entra num taxi.
FELIPE: Vamo seguir aquele táxi ali.
Corta para:
Cortes com a câmera sobrevoando a cidade, e as rodovias, logo em seguida vemos o carro de Felipe seguindo o táxi. O taxi chega no destino e Giovanna sai do carro, que para em frente a uma casa bem simples.
RENATO: Que fim de mundo isso aqui, Felipe.
FELIPE: Pra você ver a cruz que eu carrego e sem saber.
Diante do reflexo do retrovisor, vemos André saindo dessa casa e beijando Giovanna.
* Close em Felipe observando friamente.
FELIPE: Pode deixar. O dia de amanhã promete.
CONGELAMENTO EM FELIPE.
A novela encerra seu vigésimo sexto capitulo ao som de "Escorpião" - Jão
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