Entre a Cruz e a Espada - Capitulo 24 (31/07/2025)

ENTRE A CRUZ E A ESPADA - CAPÍTULO 24




CENA 01 - (MANSÃO DOS VENTURINI/INT./NOITE):

Renato obedece a ordem de Joyce. Ela sobe até o quarto, vestida com um robe escuro caminho até ele, sorrindo leve, com um tom diabólico. Ela chega pertinho de Otávio e começa a alisar novamente os cabelos dele.

JOYCE: Mas você não morre mesmo hein?

Otávio começa a ofegar. 

JOYCE (debochada): O que foi meu amor, tá infartando de novo? Você quer um remedinho? Sabe... Eu até que te daria esse remédio... Mas não vai adiantar nada. Sabe porque? Porque na verdade, isso aqui é farinha! Agora deu pra entender porque o seu coração anda tão fraco? Porque eu troquei seu remedinho por balinha!

Lágrimas descem sobre o rosto do pobre homem. 

JOYCE: Oh, meu amor. Eu sei que eu não devia ter atirado você daquela escada, mas você me desafiou, e eu a perdi a cabeça. 

Corta para 

Renato entra no quarto e se dá conta que não tem lençol pra se cobrir, e sobe até o quarto de Joyce. 


JOYCE: Eu fiz de tudo, eu te enchi de doce, troquei remédio, te joguei da escada, tudo isso pra ficar com o Andre... E mesmo assim você não morria de jeito nenhum! Mas não se preocupa não... Eu vou resolver essa situação, não deixando nada em pendência, como você sempre prezou fazer em vida. 

Joyce, pela última vez beija o rosto de Otávio. Ela pega o travesseiro lentamente e se aproxima até ele, ele tenta se mexer, mas não consegue. E assim... ela pressiona o travesseiro sobre o rosto dele.

OTÁVIO (sufocado): Mhrrr.. hrrrr

A cama range enquanto ele tenta se debater, mas Joyce tomada pela furia, pressiona o travesseiro mais ainda sobre o rosto dele.

JOYCE (sussurrando tomada pelo ódio): Mas que insistência em viver. 

Depois de muita luta, o quarto fica em silêncio absoluto. Restando apenas a respiração agitada de Joyce. A mulher olha pra Otávio, de modo satisfeito, mesclado com sua psicopatia e instinto diabólico. Em seguida, ela deita ao lado dele, como se nada tivesse acontecido.

Corta para:

O dia amanheceu. Joyce desce as escadas e encontra Isabelle e Simone sentadas a mesa. Joyce caminha até elas, fingindo estar desolada. 

SIMONE (reparando): Mãe? O que aconteceu?

* Joyce permanece em silêncio.

ISABELLE: O que aconteceu, Joyce? Você está me assustando!

SIMONE: Fala logo mãe!

JOYCE: O Otávio.... Ele não tá respirando.

* Instrumental melancólico. 

ISABELLE: Como é que é?

SIMONE: Mãe, o que aconteceu com meu pai?

JOYCE: Eu não- eu não sei... Eu fui dormir, ele estava bem e acordei e ele não tá respirando.

SIMONE: Eu vou subir, não é possível!

ISABELLE: Simone! Me espera.

As duas sobem, as pressas e desesperos. Em menos de um minuto: um grito estrondoso vindo por Simone corta o ambiente. Joyce dá um sorriso maquiavélico.

Corta para

CENA 02 - (TOWER SHOPPING/INT./MANHÃ):

A câmera passeia pelos corredores do Tower Shopping, lotado de pessoas. O som mistura conversas. Renato surge no meio da multidão e entra no elevador e aperta até o último andar. 

Corta para:

Renato entra no escritório de Felipe. 

FELIPE (erguendo o olhar, surpreso): Mas o que você tá fazendo aqui?

Renato permanece calado, com as expressões sérias.

FELIPE: Vai ficar olhando pra mim feito um poste? Fala logo cara! Você nem pode ficar aqui.

RENATO: Eu tenho uma bomba pra te contar, meu amigo. 

FELIPE: Ah meu Deus, qual é a bomba dessa vez?

RENATO: Você ainda não recebeu a notícia?

FELIPE: Mas que notícia? Quem bomba? Eu não tô entendendo nada do que você tá falando. 

RENATO: Eh se prepara, porque vem bomba, inclusive se eu fosse você eu iria pra casar consolar a Simone.

Felipe franze a testa, confuso.

RENATO: Perder o pai não é fácil pra ninguém.

FELIPE: Perder o pai?

RENATO: Sim, Otávio Venturini está morto. 

FELIPE (levantando da cadeira, em choque): O QUE? 

RENATO: Morto. Agora morar na terra dos pés juntos. 

FELIPE: Meu Deus... A Simone deve tá destruída. E ele morreu como? 

RENATO: Pra todos os efeitos foi uma parada cardíaca. 

FELIPE: Como assim pra todos os efeitos, ele morreu ou não morreu de uma parada cardíaca? 

RENATO (tirando o celular do bolso): Bom, tire as suas próprias conclusões, vendo isso aqui.

Renato entrega o celular a Felipe. Na tela, um vídeo inusitado...

* Close no rosto de Felipe, olhos arregalados ao extremo.

RENATO: E então, meu amigo? Tirou as suas próprias conclusões?

FELIPE: Mas eu nunca pensei que a Joyce fosse capaz disso. Matar o próprio marido dessa forma!

RENATO: Já sabe o vai fazer com isso?

FELIPE (ainda sem processar): Eu... Eu nem sei. Você... Você guarda isso aí, que depois a gente ver o que faz. 

* Felipe abaixa inspira, e abaixa a cabeça sobre a mesa. 

FELIPE: Eu ainda tenho que ver por onde a Giovanna que sumiu e não me disse nada... Ah meu pai do céu, é só problema.

* Celular de Felipe toca.

FELIPE (atendendo): Finalmente deu sinal de vida, hein? Posso saber onde é que você tava? Olha, seja lá o que for eu preciso encontrar você. Como assim não? Giovanna é sério!

* Giovanna desliga o telefone na cara de Felipe.

FELIPE: MAS QUE INFERNO! O que será que deu nessa vagabunda?

RENATO: Ela só tá cansada de ser jogada de lado, Felipe. 


FELIPE (levantando): Não se mete nisso! eu vou atrás desse projeto de ninfeta. 

Corta para:

CENA 03 - (CARRO DE FELIPE/EXT./MANHÃ):

Felipe vai atrás de André. Enquanto isso: André e Giovanna estão na entrada do prédio. 

GIOVANNA: Vai logo, André! Ninguém pode ver você aqui.

ANDRÉ: Relaxa, você não dispensou o cara?

GIOVANNA: Vai logo. 

O carro de Felipe chega até o local.



ABERTURA



FELIPE (saindo do carro, enfurecido): Quer dizer então que você deu agora pra me dar um fora, né?

GIOVANNA: Que droga você tá fazendo aqui? Eu disse pra você não vim!

FELIPE: Eh meu amor, mas você não manda em mim, quem manda aqui sou eu.

GIOVANNA (rindo): Ah Felipe, faça-me rir. 

FELIPE: Escuta aqui, aonde você passou o dia ontem? Eu te procurei, te liguei e você sem dar nenhum sinal de vida!

GIOVANNA: No inferno, meu amorzinho. 

FELIPE: Eu tô falando sério, Giovanna!

GIOVANNA: Pois é, eu tô falando sério também. Não te interessa o lugar e com quem eu passei a noite.

FELIPE: Então você passou a noite com alguém? Bom saber. 

GIOVANNA: Pois é, passei mesmo. Você não passa lá com a patricinha? Então meu amor, decidi me divertir também. Agora dá licença, que eu tenho mais o que fazer. 

Giovanna entra no prédio, e deixa Felipe sozinho. 

FELIPE: Vagabunda escrota. 

Corta para:

CENA 03 - (MANSÃO DOS VENTURINI.SALA/INT./FIM DE TARDE):

Otávio é levado sobre uma maca, com um lenço preto cobrindo todo corpo. Joyce observa de outro canto da casa, em silêncio. Simone e Isabelle estão abraçadas, lamentando a morte do empresário. 

JOYCE (indo até a direção delas): Eu vou acertar tudo, sobre o enterro. Se vocês me dão licença, eu vou subir. 

Joyce sobe, e Felipe chega em casa. 

FELIPE ("lamentando"): Oh meu amor... Eu vim correndo assim que soube. 

* Simone abraça Felipe, desabada em lágrimas.

FELIPE: Isso chora... Bota pra fora. Pelo visto já estão todos sabendo... Já sabem quando vai ser o enterro?

ISABELLE: A Joyce vai acertar isso ainda hoje. Felipe, você tem visto o seu pai? 

FELIPE: Não, porque?

ISABELLE: Nada, achei estranho porque anunciei a morte do Otávio, ele foi uns dos primeiros a ligar. 

FELIPE: Meu pai ligou?

ISABELLE: Sim, eu achei curioso, até pensei que vocês tinham se reconciliado. 

FELIPE: É bem estranho mesmo. Depois eu tiro essa história a limpo. 


Corta para:

CENA 04 - (CEMITÉRIO/EXT./DIA):

Um dia depois. Naquela manhã cinzenta de sábado, uma multidão de amigos, parentes e até mesmo pessoas desconhecidas, acompanham o velório de Otávio Venturini. 

JOYCE (plena): Logo, logo isso vai acabar.


CONGELAMENTO EM JOYCE.

A novela encerra seu vigésimo quarto capitulo ao som de "Codinome Beija-flor" - (tema de Joyce).

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