A INTRUSA - CAPÍTULO 25 - 22/09/2025

  

A INTRUSA

CAPÍTULO 25

UMA NOVELA DE TAÍS GRIMALDI


Quatro Por Um - Cap. 001 (22/09/2025)

 Quatro por Um - Capitulo 1



uma novela de:

Jacques LeClair


Direção:

Allan Fiterman

Leonardo Nogueira


Elenco:

Letícia Colin 

Marcello Melo Jr.

Renato Góes 

Sheron Menezzes 


Elenco em ordem alfabética 

Ângela Vieira 

Christiane Torloni 

Dan Stulbach 

Emílio Dantas 

Giovanna Cordeiro 

Herson Capri 

Lilia Cabral 

Lucinha Lins 

Marcos Palmeira

Maria Eduarda de Carvalho

Mariana Sena

Mel Maia

Paulo Betti

Paulo Lessa

Ricardo Pereira

Selton Mello

Sophie Charlotte 

Stella de Freitas 

Suely Franco 

Valentina Herszage 


Participações especiais

Cosme dos Santos 

Cristiane Pereira 

Irene Ravache 

Kadu Moliterno


Atriz convidada:

Cássia Kis 


Ator convidado:

Luis Melo


O primeiro capítulo inicia-se ao som de Rio Babilônia - Jorge Ben Jor, tema de locação, mostrando as belas praias do Rio. Pessoas jogando vôlei na praia, mergulhando e surfando, além de pessoas passeando no calçadão. As imagens voltam para uma visão de drone da cidade, mostrando um HB20 branco fazendo seu trajeto, que seria para um grande prédio nomeado Grupo Royal, onde ele estaciona. Jorge Passos (Emílio Dantas) desce no veículo com uma pasta, partindo para dentro do prédio, caminhando em direção a recepção, que o direciona para uma sala. Ele abre a porta, e dá de cara com Carmen Royal (Cássia Kis), que o recebe.


Cena 01: Grupo Royal/Manhã/Interior


Jorge - Bom dia, posso entrar?

Carmen - Bom dia! Pode sim, estava te esperando.

Jorge - Muito obrigado. 

Carmen - O senhor quer uma água, um café?

Jorge - Um café, por favor.

Carmen - Perfeito. Araci! Araci, um café para o senhor, por favor. (Pausa) Bom, sem mais delongas, vamos ao início da reunião?

Jorge - Positivo. A senhora leu o meu currículo?

Carmen - Li sim. E posso te dizer que é um excelente currículo, me surpreendeu. O senhor sabe, eu não estava com desejo de contratar ninguém no momento, mas esse currículo me chamou a atenção, por isso convoquei o senhor até aqui. Algo que me chamou a atenção em sua trajetória é que o senhor não é daqui, não é isso?

Jorge - Exato. Eu sou catarinense. Fiz minha graduação e meu mestrado na federal de meu estado.

Carmen - E o que te trouxe até aqui? O senhor possui família, parentes?

Jorge - Não, não. Eu não tenho parentes aqui no Rio, mas devido as minhas necessidades. A empresa que eu trabalhava anteriormente mudou-se para o exterior, e um dos meus chefes indicou o Grupo Royal, o dr. Cantareira, conhece?

Carmen - Não me lembro. Bom, mas também há tanta gente para se lembrar que fica um pouco difícil. Mas prossiga.

Jorge - Bom, foi isso, eu vim para cá com a certeza desse emprego.

Carmen - Fico feliz com a sua escolha. Olha, na verdade não estávamos contratando ninguém, como te falei anteriormente. Estamos em uma fase de transição de cooperadores, e isso atrapalha um pouco a nossa organização. Mas seu currículo me chamou a atenção como eu já disse, e não poderia perder esta oportunidade. A vaga é sua.

Jorge - Quando eu posso começar?

Carmen - Na segunda-feira. Creio que seja só isso. (Ela se levanta e estende a mão) Foi um prazer te conhecer. 

Jorge - Digo o mesmo. Mas só falta uma coisa.

Carmen - O que?

Jorge - O Café. (Começa a tocar Tema Perua - Mu Carvalho)

Carmen - Verdade (risos). Araci! O café do rapaz. Olha, precisarei sair para resolver alguns problemas. 

Jorge - Entendo perfeitamente.

Carmen - Segunda-feira o senhor procura informações sobre seu setor que tudo lhe será repassado.

Jorge - Pronto!

Carmen - Até segunda. (Ela pega sua bolsa e sai)

Jorge - Até. (Uma figurante chega com uma xícara de café)

Araci - Seu café. (Fim da música)


A cena mostra Carmen caminhando pelos corredores em direção a recepção. 


Carmen - Por favor, se vier alguém à minha procura, diga que não estou disponível. Até segunda.

Recepcionista - Até!

Cezar (Herson Capri) chega correndo em sua direção com papéis e classificadores.

Cezar - Dona Carmem, bom dia. Foi muito bom ter te encontrado agora, precisamos montar uma reunião para discutirmos o empréstimo solicitado pelo Grupo Marcus Gama.

Carmen - Agora não, Dr. Cezar. Pode cuidar disso para mim, sim?

Cezar - Mas esse assunto é de urgência. Eu não posso fechar nada aqui sem seu aval, e a senhora sabe disso.

Carmen - Eu falei que agora não! O senhor não entendeu? Tenha um bom dia. (Carmen sai irada com a intervenção de Celso, que ficou frustrado e nervoso com a rejeição)

Recepcionista - Hoje ela está nervosa, e eu não sei o porquê.

Cezar - Você não se intrometa em nossos assuntos. 

(Sai irado organizando os papéis nos classificadores. Começa a tocar “Seu Nome - Biafra”. A cena mostra Carmem saindo com seu carro da garagem da empresa, e seguindo em direção a sua casa. Imagens belíssimas do Rio são mostradas como transição, indo para a mansão Royal. Carmen entra apressada, e é recepcionada por Vilma (Suely Franco), que chega entusiasmada. Começa a tocar Bom de Bico - Mu Carvalho)


Cena 02: Mansão Royal/Manhã: cenas gravadas no exterior e interior da mansão 


Vilma - Bom dia, dona Carmen. Como a senhora está? A senhora saiu tão cedo hoje que nem a vi.

Carmen - Bom dia, Vilma. Eu vou para o meu quarto, e não gostaria de ser incomodada. 

Vilma - Mas o que aconteceu? Não se sente bem?

Carmen - Estou um pouco nervosa, apenas isso. (Subindo as escadas). Se alguém ligar para mim, diga que não estou, está bem?.

Vilma - Está certo. O almoço eu tiro em qual horário?

Carmen - Hoje não irei almoçar, fique despreocupada. (Sai de cena)

Vilma (quebrando a quarta parede) - Como não quer que eu me preocupe? Primeiro me diz que não está se sentindo bem, depois diz que não irá almoçar, e ainda diz que não quer que seja incomodada. Eu realmente não entendo…


(Interior do quarto. Toca o tema Suspense new Ulas moo 1 - Mu Carvalho)


Carmen (preocupada, andando de um lado para o outro) - Meu Deus, porque isso foi acontecer comigo… eu não sei o que fazer. (Olhando para cima) É isso é culpa sua. Toda sua! Você é o culpado disso tudo, ouviu bem?

(Batidas na porta - corte para o exterior do quarto)

Vilma - Dona Carmen? A senhora está bem? Precisa de ajuda?

(Interior do quarto. Carmen mantém-se sofrendo em silêncio)

Vilma - Dona Carmen! Está tudo bem? (Carmen abre a porta)

Carmen - Entra, pode entrar.

Vilma (entrando) - Mas o que está acontecendo com a senhora? Nunca vi a senhora deste jeito.

Carmen - Primeiramente, pode tirar esse “senhora” do seu vocabulário. 

Vilma - Está bem.

Carmen - Eu preciso te perguntar uma coisa, e gostaria que você respondesse com toda a franqueza.

Vilma - Sim senho… digo, sim.

Carmen - Se você estivesse à frente de uma grande empresa, e visse que está na hora de você parar. O que você faria?

Vilma - Ora, eu parava.

Carmen - Não é disso que eu estou falando… estou falando de sucessor, de alguém para ocupar o meu lugar. Vilma, eu já não tenho mais idade para estar à frente de nada, e muito menos cabeça pra isso. Você sabe, meu marido faleceu já tem um tempo, e eu não tive filhos. Quando se é jovem isso não importa tanto, mas e quando você já está com mais de 60?

Vilma - Calma, dona Carmen, não é pra tanto…

Carmen (gritando) - Não me chame de Dona Carmen! Esquece esse “dona”, esquece esse “senhora” esquece isso! Nesse momento eu sou tão relevante quanto uma porta!

Vilma - Não diga isso. Você ainda é jovem, e presidirá aquela empresa por muitos anos!

Carmen - Não vou, Vilma. Não vou. Se você tivesse noção do que tenho.

Vilma - Mas o que você tem?


Carmen pega uns papéis dentro de sua gaveta e entrega na mão de Vilma (Amores Distantes - Rodolpho Rebuzzi e André Sperling)


Carmen - Leia. Leia o que está nesses papéis.

Vilma - Isso são exames? A senhora… digo, você foi na Dra. Lucia?

Carmen - A Dra. Lúcia não mora mais no Brasil. Mas os médicos são todos iguais. 

Vilma - Bom, eu não entendo nada do que está escrito aqui. O que diz aqui?

Carmen - Um problema no coração, Vilma. Um problema no coração, que pode me levar a qualquer momento.

Vilma - Dona Carmen!

Carmen - Eu já falei pra esquecer esse dona!

Vilma - Eu já sei, eu já sei. É que fiquei nervosa. 

Carmen - Pois é, Vilma. Eu posso morrer a qualquer momento… (close em Carmem)



 (Toca Suspense new Ulas moo - Mu Carvalho)


Vilma - Isso aqui só pode ser um equívoco, Carmen, um equívoco.

Carmen - Sendo um equívoco ou não Vilma, eu já aceitei que não durarei muito tempo. Eu já não tenho mais 30 anos. Meu coração já não é mais o mesmo, a idade chega para todos. Não dá para cuidar de tantos departamentos sozinha, e muito mais já minha idade. Mas sabe o que me entristece? Eu não tenho para quem deixar tudo isso. Quando me dei conta, meu pai já havia falecido, meus irmãos já haviam partido e agora o meu marido. E hoje estou aqui, sozinha e sem filhos.

Vilma - Não diga isso, você não está sozinha. Não ter tido filhos não é o fim do mundo (ela pega um quadro) você tem quatro lindos sobrinhos. (Começa a tocar Triste Romântico- A Sucessora)

Carmen - É claro! Como eu pude me esquecer deles. (Surge uma ideia em sua mente) Vilma, estou tendo um grande plano. Desça o almoço, preciso me alimentar. E na piscina!

Vilma - É assim que eu gosto! Já vou descer o almoço (ela sai de cena. Carmen senta-se na cama olhando o quadro, que tem a foto de seus quatro sobrinhos ainda jovens). 

Carmen - Eu acho que tive um plano. É um plano daqueles.


(Ao som de Um Amor de Verão- Rádio Táxi, paisagens do Rio são mostradas, indo para a fachada do Prédio onde reside o grupo Royal. Celso está furioso, brigando com todo mundo)


Cena 03: Prédio do Grupo Royal/ Manhã/Interior


Cezar - Eu quero todo mundo trabalhando aqui, ouviu? Não quero moleza aqui não. Barbara, adiante logo esses papéis para minha sala. Carlos, que trabalho porco foi esse que você fez? Refaça! Quem faz mal feito faz duas vezes, anda! Parece que eu sou obrigado a fazer o trabalho por todo mundo…

Solange - Está com a macaca, Cezar? Resolveu gritar com todo mundo hoje?

Cezar - E você, isso são horas de chegar?

Solange - Para o seu governo, isso não te interessa. Eu acho que já sei o porquê você está assim. Não conseguiu bajular a Carmen o suficiente hoje? Não se preocupe, segunda-feira é logo ali.

Cezar - Vê se não enche (ele sai e todos riem, toca então instrumental Agulhas e Linhas 2 - Mu Carvalho)

Solange - Alguém tem que colocar ele no lugar. Sujeito chato…

Celso - Solange, eu acho que precisam de você lá no escritório da sala 3. 

Solange - Ah, meu irmão, foi ótimo você ter vindo. Já vai se preparando porque o Cezar está com a macaca.

Celso - Ele não conseguiu bajular a Carmen o suficiente?

Solange - Já sabe, né? Vá lá atrás dele, com certeza estava a sua procura.

Celso - E todo pepino cai nas minhas mãos. Deixa-me ver o que ele quer. 


Interior do escritório 


Celso - Bom dia, vossa senhoria.

Cezar - O que tem de bom? 

Celso - Pois diga o que aconteceu, sem rodeios.

Cezar - A Carmen, não me dá bola mesmo. Eu tento, Cezar, eu tento de tudo pra que ela me note. Eu sou prestativo, eu sou carinhoso, eu faço de tudo e nada de ela olhar pra mim. Ela não vê que eu sou o homem da vida dela.

Celso - Você parece que não vê que desde que o marido dela morreu ela só anda estressada. É trabalho pra um lado, trabalho para outro. Olha, eu acho que ela não está aguentando mais isso não viu, e só não larga tudo isso porque não tem pra quem deixar.

Cezar - E ela não vê que a pessoa certa para cuidar disso tudo sou eu? Caramba! Eu trabalhei com o Otto por mais de 30 anos, conheço isso aqui de cabo a rabo e olha só o que me tornei. Um mísero diretor.

Celso - E isso é pouco?

Cezar - É pouco. Eu não aceito menos que a presidência! E sou capaz de tudo para alcançar isso, caso com a Carmen com o maior prazer, e assumo esse posto que é meu por direito!

Celso - Você está enlouquecendo. Se eu fosse você eu parava por aí, viu. 

Cezar - Parar, meu caro Celso, é para os fracos. Eu faço de tudo, tudo para alcançar aquilo que eu quero. Tudo!


Cena 04: Mansão Royal/Piscina/Manhã - Vilma chega com uma jarra de suco e copos. Carmen está sentada à beira da piscina.


Vilma - O Suco, como a senhora pediu.

Carmen - Quem é a senhora? Não estou vendo nenhuma senhora aqui.

Vilma - Já entendi, já entendi. Você…

Carmen - Exato. Sente-se e sirva-se com o suco, tenho algo muito bom para te contar sobre a minha ideia. [Close em Carmen] Sabe o que eu estava prestando atenção enquanto você falava lá em cima? Observe, meu pai já faleceu há muito tempo, e delegou a mim a responsabilidade de carregar as empresas que ele construiu com as próprias mãos. Claro, ele ensinou os outros filhos esse caminho, porém não deram o devido crédito. Eu fui a única que se demonstrou capaz de assumir esse posto. Porém, um pedido do meu pai antes de morrer era que todos os filhos dele ensinassem aos seus filhos o caminho para assumir as empresas. Bom, eu não tive filhos, mas o Otto também era um homem de negócios, e me ajudou a carregar esse império. Acho que não preciso nem dizer, não é? O Otto não está mais aqui, então preciso de outra pessoa para que me ajude a dar conta de tudo isso, que agora não será só meu.

Vilma - Então quer dizer que.

Carmen - Exatamente. Vou convidar meus sobrinhos para serem meus representantes,. Vou fazer um teste com eles, eles assumirão alguns postos no Grupo para vermos como se sairão . O que se sair melhor, será meu sucessor legal nos Grupos Royal. Ah, mas preciso que você os procure imediatamente.

Vilma - Sim senhora! (Sai correndo)

Carmen - Senhora está no céu! Meu Deus, será que isso dará certo?


(Começa a tocar Sabado à Noite - Cidade Negra e Lulu Santos,  mostrando as pernas de um rapaz caminhando pelo corredor, e entrando pela porta. A câmera sobe e mostra Rafael. Na cama, está Dira Paes sentada na cama o aguardando)


Cena 05: Hotel/Interno/Manhã 


Rafael - Finalmente a sós! 

Tâmara - Finalmente meu amor! (Os dois se beijam e alguém bate na porta)

Rafael - É o serviço de quarto?

Tâmara - Deixa eu ver. (Ela olha pelo olho mágico na porta e vê seu marido) é meu marido!

Rafael - Mas você é casada? Porque você não me disse isso antes?

Tâmara - Você não perguntou…

Rafael - Caramba, e agora?


Romulo (Danton Mello), marido de Tamara, grita por ela e volta - toca o arranjo instrumental de Sábado à noite 


Romulo - Abra essa porta, Tâmara! Abra essa porta.

Rafael - O que eu faço? Eu tenho que sair. (Ele vai olhar na janela e vê que está muito alto)

Tâmara - Sei lá, vai pra debaixo da cama, dentro do armário…

Rafael - Aí ele me encontra e eu viro farelo 

Tâmara - Você não é homem?

Rafael - Claro que sou homem.

Tâmara - E Então?

Rafael - Mas ele tem uma arma.

Tâmara - Como você sabe?

Rafael - Olha ali na gaveta 

Rômulo - Abra essa porta! Eu vou arrombar! É 1

Tâmara - Ah meu Deus!

Rômulo - É 2!

Rafael - Já sei o que vou fazer 

Rômulo - É 3! (Ela abre a porta)

Tâmara - Meu amor! Eu não tinha te escutado… o que te trouxe tão cedo?

Rômulo - Quem estava aqui com você?

Tâmara - Ora, ninguém… 

Rômulo - Tinha alguém aqui sim, que eu sei.

Tâmara - Mas de onde você tirou isso, meu bem… não tinha ninguém aqui.


Mostra o lado de fora da janela e Rafael se segura nela. Ele não aguenta se segurar e cai, gritando.


Rômulo - Que barulho foi esse?

Tâmara - Esquece isso, e vem aqui comigo!


A câmera mostra, ao som de Sábado à Noite, Rafael dentro da caixa de lixo do Hotel, ele se levanta e sai em direção ao lado de fora. A cena seguinte é em sua casa.


Cena 06: Casa de Rafael/Interior/Tarde.


Rafael - Norma! Cheguei! 

Norma - Finalmente querido, já estava preocupada… meu Deus, que fedor é esse?

Rafael - Não vamos tocar nesse assunto. E meu almoço, como é que está?

Norma - Olha querido…

Rafael - Hoje eu estava afim de um frango grelhado, sabe? Com brócolis, e um pouco de espinafre pra dar uma força.

Normal - Rafael…

Rafael - Sem muito óleo, porque estou com uma dieta daquelas. Não quero muito sal também, e o arroz bem soltinho…

Norma - Me escute Rafael!

Rafael - Isso são jeitos de se falar com o patrão?

Norma- Eu acho que depois do que eu tenho pra te contar, nem isso mais.

Rafael - O que? Não diga que você arranjou outra proposta? Saiba que te pago o dobro! Não, o triplo!

Norma - Rafael, você está pobre! 


Zoom na cara de Rafael, que cai a ficha.


Rafael - Pobre?





Rafael - Como assim pobre? Norma, conte essa história direito!

Norma - E precisa contar mais o quê? Nos últimos anos você gastou como um desordeiro. Comprou iates, carros do ano, gastou em baladas, festas… o mesmo dinheiro que entrou um dia iria sair. A fortuna de seu papai um dia iria acabar.

Rafael - Não, não é possível. Isso não pode ser verdade.

Norma - Então olha esse extrato (um papel imenso rola pelo chão)

Rafael - Isso aqui foi o gasto dos últimos anos?

Norma - Não, do último mês.

Rafael - Eu não acredito. Hoje não é primeiro de abril, né?

Norma - Bom, pergunte aos funcionários que estão com seus salários atrasados… ah, e pra não me esquecer, sua ex mulher te ligou 45 vezes.

Rafael - Pra piorar…

Norma - Você não pagou a pensão de sua filha, não foi?

Rafael - Eu? Esse trabalho é seu…

Norma - Oh, meu amor. Quem pariu Mateus que balance.

Rafael - Pois eu não pari ninguém e quem dera se chamasse Mateus. A dor de cabeça seria bem menor …

Norma - Não diga isso, sua filha é uma pessoa maravilhosa.

Rafael - Está com pena? Leve pra casa. Eu tenho outros problemas pra me preocupar…

Norma - Você e a Josie faziam um casal tão bonito… eu não sei porque terminaram desse jeito.

Rafael - Interesse, Norma. A Josie era uma interesseira. Ficou comigo por interesse. Fora que você não entende nada de relacionamentos. Não é atoa que está solteira.

Norma - Pois fique sabendo que eu já tive um namorado sim. E aquilo era homem. Um morenão, trabalhador, tinha um bigode que era um charme.

Rafael - E o que aconteceu com ele?

Norma - Fugiu. Foi só eu falar em casamento que meteu o pé.

Rafael - Norma, Norma, eu tenho mais com o que me preocupar. Eu vou precisar vender meu Iate, meu carro, minha casa. Onde é que eu vou morar?

Norma - Em um apartamento, tem tantos apartamentos bonitos aqui no Rio.

Rafael - 20 metros quadrados, o banheiro é na sala, e o quarto é na cozinha. Se eu for encostar minha cabeça em um cômodo eu caio em outro, Norma! Eu quero normalidade, não pobreza.

Norma - Eu realmente não sei o que posso fazer pra te ajudar. Ah, quase ia me esquecendo. A governanta da casa de sua tia ligou, e sua tia marcou um jantar para amanhã ao meio dia.

Rafael - Claro! Minha tia! Ela é rica, Norma, podre de rica. Dona de banco e os escambau. Ela vai me emprestar uma graninha com certeza, e não vou precisar vender tudo o que tenho! Amanhã ao meio dia apareço por lá!


Ao som de Pedacinhos - Guilherme Arantes. Miguel chega de carro em sua residência, trazendo consigo compras. Ele entra em sua residência e é recebido por sua mãe, dona Eliete.


Cena 07: Casa de Miguel/Sala/Tarde.


Eliete - Meu filho, finalmente você chegou. Você novamente não levou seu celular, não é?

Miguel - Oh mãe, a senhora sabe que quando eu vou pra academia eu não gosto de levar o celular. Me distrai bastante.

Eliete - Pois é, mas a sua noiva não sabe disso. Ela ligou pra você não sei quantas vezes.

Miguel - A Carol ligou pra mim?

Eliete - Você por acaso tem outra noiva? Retorne para ela, deve estar com os nervos à flor da pele. Para o tanto de vezes que ela ligou pra você.

Miguel - Vou ligar, me deixa só guardar essas coisas e tomar um banho.


O telefone de Carol toca, e ela atende. A cena passa a alternar entre a casa de Carol e a de Miguel conforme quem estiver falando ao telefone.


Carol - Finalmente, né? Você não viu o tanto de vezes que liguei pra você?

Miguel - Oh, Carol. Você sabe que quando eu vou pra rua eu não levo celular. 

Carol - Pois é né, já percebi. Meu amor, você sabe que eu te amo, não é? E faço tudo isso para o seu bem. Eu não sei o que seria de minha vida se não fosse você comigo.

Miguel - Eu sei, meu amor, eu também não saberia viver sem você.

Carol - Você não se esqueceu, não foi? De nosso evento de amanhã. Você se lembra?

Miguel - Claro, claro que me lembro.

Carol - Então qual é?

Miguel - Bom, é… é aquele… é…

Carol - Pra casa de meus pais, um almoço Miguel, você esqueceu?

Miguel - Claro que não, meu amor. É que são tantas coisas pra fazer que às vezes me confundo, mas esquecer jamais.

Carol - Espero mesmo. Amanhã ao meio dia, viu? Não esqueça. Tchau, meu bem.

Miguel - Tchau, meu amor (desliga o celular) que saco… toda hora essa garota fica me ligando.

Eliete - Essa garota tem nome, Miguel, e é sua noiva. 

Miguel - Eu sei, mãe. Mas tem horas que ela passa do limite. 

Eliete - Deve ser porque você nunca pôs limite, não foi? Sabe quem te ligou hoje? A dona Vilma, governanta da casa de sua tia Carmem. 

Miguel - Aconteceu alguma coisa com tia Carmen?

Eliete - Se é coisa boa ou não eu não sei, não me falaram. Mas me disseram que era apenas para você ir amanhã.

Miguel - Amanhã? Em que horário?

Eliete - No horário de almoço.

Miguel - Caramba, no mesmo horário do almoço lá na casa da Carol. Mas minha família sempre será minha prioridade.

Eliete - Se não for almoçar com sua noiva, é melhor avisar a ela.

Miguel - Depois eu aviso. Deixa eu comer, porque estou morrendo de fome. A senhora fez aquele purê de batatas que eu gosto?

Eliete - Claro, meu querido. Esse negócio não vai dar certo…


Começa a tocar 60's 7 moo - Mu carvalho , mostrando a Vila de São Félix (vila fictícia). A cena começa com a dona Noelita assistindo os rapazes Sérgio e Higor arrumando o muro.


Cena 08: Vila de São Félix/Externas/Tarde


Noelita - Isso, vão arrumando aí. Eu quero esse muro um primor.

Sérgio - Eu quero ver se não vão pagar nossa diária…

Higor - Pois é.

Noelita - Que diária? Isso aí vai ser descontado do aluguel de vocês dois. Mas era só o que me faltava, diária… eu vou ali comprar um pão, e já volto viu? E façam tudo bem direitinho, pra não fazerem de novo.

Higor e Sérgio - Sim, dona Noelita.

Noelita - Gosto assim.


a música segue tocando enquanto Noelita sobe a rua para comprar pão na padaria Doce Sabor, de propriedade de Isabel. Ela está fazendo um bolo, enquanto toca em seu celular a música Recado - Joanna e cantarolando e ela ouve palmas.


Noelita - Despache! Despache! 

Isabel - Já estou indo! (Ela abre uma cortina) Oh, dona Lita, como vai?

Noelita - Tô bem, minha filha. Vou querer uns pães.

Isabel - Está certo, eu vou pedir pra minha filha te despachar porque eu estou organizando algumas coisas aqui dentro, viu? Helena! Helena, vem cá minha filha!

Helena - Já vou, mãe! (Ela se aproxima) O que foi?

Isabel - Despacha a dona Lita pra mim, por favor.

Helena - Mas mãe…

Isabel - Faz esse favor pra mim, filha, eu estou muito ocupada agora.

Noelita - Que demora… vai colher o trigo ainda, é?

Isabel - Vai lá, filha. Ajuda a sua mãe, por favor.

Helena - Que saco… (ela anda em direção ao balcão com uma sacola plástica.) quantos pães, senhora?

Noelita - Oh minha filha, deixa eu ver aqui. Me vê uns 30 pães.

Helena - De quê?

Noelita - Deixa eu ver. De leite. Não, de sal. Calma, de milho. Ah, deixa de leite mesmo.

Helena - Dá pra se decidir?

Noelita - Gritando com o freguês? Era só o que me faltava.

Helena - Bora logo que eu não tenho o tempo todo…

Noelita - Vai, coloca aí 30 de sal.

Helena - Mas não era de leite?

Noelita - Eu disse de leite?

Helena - Ah não. Eu desisto, mãe, eu não vou despachar ninguém não. Eu desisto!

Isabel - Mas o que foi, minha filha? Volta aqui. Calma, dona Lita, eu mesmo te despacho viu.

Noelita - Fique na calma, eu não me importo com isso não. Ah, e aproveita e à noite você e sua filha apareçam lá na pensão. Vamos fazer um bolinho pra comemorar o aniversário do seu Amadeu, e aí vamos fazer uns docinhos lá. Apareça pela noite.

Isabel - Fico grata pelo convite. Vou aparecer lá sim. Ficou 18 reais. (Dona Lita entrega o dinheiro) Muito obrigada. (Dona Lita sai).


Enquanto ela volta para a cozinha, ela percebe que o seu celular está tocando. Prontamente vai e atende.


Isabel - Alô. É você, dona Vilma? Estou bem, obrigada. Quais as novas, como vai titia? Como? Amanhã ao meio dia? Mas perdi, Vilma, termina de explicar… desligou, desligou na minha cara. 

Helena - Olha mãe, eu já digo que não vou pra aniversário nenhum… mãe, mãe, preste atenção no que te disse. Mãe!!! (Isabel volta a prestar atenção)

Isabel - Onde é que você estava que me deixou aqui sozinha? Você sabe que eu preciso de sua ajuda nas coisas aqui.

Helena - Eu não sou obrigada a nada disso não, viu? Toda vez ter que ficar atendendo esses pobres insuportáveis. 

Isabel - Pois saiba que é o nosso trabalho. E nossa vizinhança é muito agradável, viu. Até para aniversário nos convidou…

Helena - Com o dinheiro todo que sua família tem, e você aqui vivendo de padaria. Eu teria vergonha.

Isabel - Cale essa boca, menina. Todo o nosso sustento vem daqui ó, dessa padaria que você tanto fala. Você come, se veste, estuda com o dinheiro que vem daqui.

Helena - Porém poderíamos estar em uma situação infinitamente melhor que essa espelunca aqui. Mãe, veja pelo lado bom, você tem direito naquela herança. Olha, eu andei pesquisando, e como tia Carmem tem pelo menos mais três herdeiros além de você, temos direito a 25% do patrimônio, não é um máximo? Afinal, quem ligou pra você que te deixou tão preocupada?

Isabel - Ninguém, ninguém me ligou não… deixa eu organizar minhas roupas para a noite. Você pode até não ir, mas eu irei. (Ela pega o celular e sai furiosa. Toca o instrumental Ação Moo 3 - Mu Carvalho)

Helena - Ai tem coisa. E eu vou descobrir! 


Começa a tocar Puro Êxtase - Barão Vermelho . Há uma transição de cena, para a casa de Anabel, que está arrumando as suas malas. Ela desce as malas pelo elevador e fala com o porteiro. Ela pega o carro de aplicativo e sai. Dentro de casa, o telefone toca sem parar. Logo em seguida, um chofer chega na portaria do prédio e conversa com o porteiro.


Vilma - É aqui que mora a Anabel Royal?

Porteiro - É aqui sim. 

Vilma - Ela se encontra?

Porteiro - No momento não. E pelo visto vai demorar pra aparecer, até entregou a chave. Pelo o que ela me disse, iria fazer uma viagem.

Vilma - Uma viagem? Mas tem quanto tempo que ela saiu?

Porteiro - Mais ou menos meia hora. E ela disse que estava atrasada.

Vilma - Eu preciso encontrá-la urgentemente!





Embalada por Rio Babilônia - Jorge Ben Jor, mostra as sequências de Anabel dentro do carro até o aeroporto, e logo em seguida, Vilma e o chofer. No aeroporto, Anabel desce do carro e segue caminhando, subindo a escada rolante. Logo em seguida chega Vilma desnorteada e sobe as escadas rolantes. Há uma sequência de desencontros, até que:


Vilma - Anabel!

Anabel olha para trás e vê Vilma.

Anabel - Vilma? O que você faz aqui?

Vilma - Eu te procurei tanto. Para onde vai?

Anabel - Vou para a Grécia, passar uma temporada lá. Meu vôo já vai sair, então seja rápido. Como está minha tia, está bem?

Vilma - Sua tia precisa de você. Não viaje, Bel. Sua tia precisa de você mais do que nunca.

Anabel - Mas do que você está falando? Ela está doente? Fala Vilma! Eu preciso viajar, meu vôo já está saindo.

Vilma - Você não pode viajar, Anabel. Não agora.

Anabel - Mas eu planejei tanto essa viagem. Minha mãe está lá me esperando, os hotéis estão alugados e tudo.

Vilma - Fica, Bel. É uma urgência!


Anabel encara Vilma, sem saber se viaja ou se fica. (Toca o instrumental Suspense Oboé MMC - Mu Carvalho. Logo em seguida corta para a pensão de dona Noelita, batendo os parabéns. Amadeu está no centro da mesa, e muitas pessoas ao redor comemorando o aniversário. Ele sopra as velinhas de 65 anos. Começa a tocar Rio Babilônia - Jorge Ben Jor no radio, e todos se divertem. Comem cachorro quente, pipoca, bebem refrigerante. Até que resolvem servir um cachorro quente à Helena)


Figurante - Cachorro quente?

Helena - Se você chegar com isso pra perto de mim, eu jogo você e isso aí no lixo.

Figurante - Grosseira (sai de cena. Enquanto isso, Helena sai pela porta da frente e vai para a varanda).

Helena - Eu vou sair dessa vida, pode anotar. Eu vou embora desse bairro rica, e nunca mais pisarei os pés nesse chão imundo!

Noelita - Falando sozinha, Helena? Sua mãe está aqui dentro.

Helena - Eu sei onde está minha mãe, dona Lita, não precisa me informar.

Noelita - A bom, é pra você não ficar sozinha aí fora. Já te ofereceram o bolo? Está uma delícia.

Helena - Tira essa coisa de perto de mim!


 (Dá um tapa no bolo e ele cai no chão. Toca então Quimedha 1 - Mu Carvalho)


Noelita - Você é uma ingrata! Você não merece a Isabel como mãe, não merece mesmo!

Helena - Me deixe em paz! (Ela corre para casa. Isabel chega rápido a porta)

Isabel - Mas o que foi que aconteceu, dona Noelita? Cadê a Helena?


Cena corta para dentro da casa de Isabel, onde Isabel chega e tem uma conversa séria com Helena, ainda embalada pelo instrumental


Isabel - Eu fiquei sabendo o que aconteceu, Helena. E não fiquei nada contente.

Helena - O que você quer, mãe?

Isabel - Mas será possível que você não consiga conviver em paz com seus vizinhos? Tem que procurar briga com tudo e todos?

Helena - Eu não gosto desse lugar, não gosto dessa gente. 

Isabel - O que eles te fizeram? Porque comigo sempre me trataram super bem.

Helena - Claro, você faz parte deles. Vive como eles, come como eles, fala como eles. Mãe, você tem sangue nobre, não tem que viver com esse tipo de gente. 

Isabel - Você fala que nem o seu pai, igualzinha. Teve a quem puxar.

Helena - Eu tenho certeza que ele tinha consciência de quem era, e sabia com quem se envolver. 

Isabel - Não se engane, minha filha. 

Helena - E falando nisso, nem queria tocar nesse assunto. Mas mãe, já chegou a hora de falar, eu não sou mais uma criança. Quem é ele, mãe?

Isabel - Quem é ele quem?

Helena - O meu pai! Quem é o meu pai!


Instrumental: Tenso Deep - A Sucessora. Isabel fica em choque com o pedido da filha, ela tenta dizer algo, mas o nervosismo momentâneo toma conta e a faz retirar-se do ambiente. Helena tenta alcançá-la, porém Isabel entra em seu quarto e tranca a porta.


Helena - Mãe, mãe volta aqui e me responda! Quem é o meu pai! 


Interior do quarto: enquanto Helena grita do lado de fora, Isabel está sentada ao pé da porta, com a mão na testa com expressão de reflexão. Ela não aguenta a gritaria, e retruca


Isabel - Me deixe em paz, Helena. Eu quero ficar sozinha.

Helena - É sempre assim. É eu tocar nesse assunto e você se recolhe. Se você acha que vai esconder isso de mim para sempre está completamente enganada, ouviu? Enganada! (Ela se retira.)


Começa a tocar Um Amor de Verão - Rádio Táxi. Um fade divide as cenas, mostrando um domingo ensolarado e bonito. A câmera se apropria das belas imagens panorâmicas, porém acompanhando um carro, que circula pela cidade. Este carro para em frente a mansão Royal e entra, estacionando dentro da mansão. Desce do carro Anabel, com um óculos escuro no rosto e uma bolsa de grife. Ela caminha em direção ao interior da casa, e é recebida por Vilma 


Vilma - Você veio! Fico feliz com a sua chegada.

Anabel - Oh, Vilma. Só você pra me fazer desistir daquela viagem. Mas cadê titia? Preciso falar com ela.

Vilma - Me acompanhe, ela está na beira da piscina. Tenho uma surpresa pra você.

Anabel - Vilma, Vilma, não me fale de surpresas. Quando isso acontece, nem sempre são boas.


Elas caminham e logo Anabel avista Rafael. (Sábado à noite - Cidade Negra & Lulu Santos.) A câmera da um zoom com velocidade em Rafael, que interroga: 


Rafael - Anabel?

Anabel - Rafael … eu não acredito que você está aqui. Vilma, você não me falou que…

Rafael - Querida prima, quanto tempo. São 20 anos?

Anabel - 20 maravilhosos anos bem distante de você, querido primo.

Rafael - Não diga isso… eu sei que você sentiu saudades 

Anabel - Nem do seu nome eu sinto saudades. Não é atoa que não tenho nenhum Rafael em minha vida, afinal, esse nome dá azar.

Vilma - Vocês já vão brigar? Não é possível.

Anabel - Olha Vilma, que brincadeira de mal gosto foi essa? Você me faz desistir de minha viagem para a Grécia pra vim encontrar-me com minha tia, e quando chego aqui dou de cara com esse trambolho?


Carmen aparece ao fundo


Carmen - Querida sobrinha, quanto tempo? 

Anabel - Titia, finalmente a senhora apareceu. Já estava preocupada em ter que ficar perto de certas pessoas, que são capazes de provocar alergias severas.

Carmen - Não diga que já brigaram? Não é possível.

Rafael - Minha tia, me diga aí, que hora vai ser o almoço? Porque se for pra esperar mais, eu já vou beliscar alguma coisa.

Anabel - Que deselegante…

Carmen - Não fiquem agoniados, porque só estou esperando mais duas pessoas. 

Vilma - Não falta mais ninguém, eles já chegaram!


Miguel e Isabel chegam 


Carmen - Finalmente chegaram, agora podemos conversar.


Os seis brindam com copos de suco. A cena se passa na beira da piscina.


Carmen - Queridos, nós precisamos conversar sobre um assunto que é um tanto complexo, mas não tenho dúvidas de que irão se interessar. Vocês sabem, infelizmente nunca fomos tão próximos quanto gostaríamos, porém o tempo aproxima as pessoas, seja por afetividade ou pela necessidade. Seus pais, meus irmãos, foram instruídos a que seus filhos recebessem uma educação de ponta, capazes de estarem à frente de empresas, altos cargos, etc. Você foram preparados para chegar até aqui.

Isabel - Titia, não querendo te interromper, mas onde a senhora quer chegar?

Carmen - Enfim, eu acho que não dá mais para enrolar. Pois bem queridos, a tia de vocês já não possui mais condições de assumir todas essas empresas que compõem o Grupo Royal sozinha. E, nesse momento de transição, vi que já é a hora de passar o bastão para meus sucessores. E como já sabem, eu não tive filhos…

Miguel - Então?

Carmen - É a hora de vocês assumirem o meu lugar nas empresas. Faremos um teste, vocês trabalharão no Grupo, e aquele que se sobressair, alcançará a presidência do Grupo Royal!


Nesse momento a câmera focaliza nos quatro, que ficam atônitos com a informação. A tela quebra-se em quatro, representando o congelamento da imagem, e encerra-se o capítulo. Encerramento ao de Só Você - Vinícius Cantuária 







Pobre Clara - capítulo 49 (22/09/2025) última semana

 

Chamada de Elenco - Quatro Por Um

 
Chamada de Elenco da novela Quatro Por Um, que estreia nessa segunda feira dia 22. Não percam!





Chamada 5: Quatro por Um - Isabel (Sheron Menezzes)

 Chamada 5: Quatro Por Um - Isabel (Sheron Menezzes)


Em fundo vermelho,Isabel aparece em cena meio nervosa, como quem estava começando. Ao som de Recado - Joanna, ela fala sobre quem ela é. 


Isabel - É aqui que devo falar? Gente, eu sou a Isabel. E sabe, as vezes me pergunto o que estou fazendo aqui, se sou capaz de assumir aquilo que criaram para mim. Mas não dá para fugir da raia, não é? Temos que encarar. Eu faço isso também pensando na Helena, minha filha. Ela é difícil de lidar, mas tem um bom coração. E eu espero que eu alcance aquilo que está destinado para mim, sem precisar atropelar ninguém.


Locutor - Dia 22, você não pode perder a novela que promete abalar as estruturas! Quatro Por Um, somente na Lacre Tv!


"DO QUE SOMOS CAPAZES PARA ALCANÇAR O PODER?"



Chamada 4: Quatro por Um - Miguel (Renato Góes)

Chamada 4: Quatro Por Um - Miguel (Renato Góes)


Em fundo verde, Miguel aparece em cena com postura, respondendo as citações anteriores de seus primos. Ao fundo, toca “Pedacinhos" - Guilherme Arantes 


Miguel - Eu fui preparado para assumir este lugar, e não serão dois desarranjados que tirarão o meu lugar. O que eu tenho de melhor? Eu nasci pra isso, desde pequeno papai dizia que eu alcançaria esse lugar que ele preparou para mim. E meus primos que se cuidem, porque não vim para brincar.


Locutor - Dia 22, você não pode perder a novela que promete abalar as estruturas! Quatro Por Um, somente na Lacre Tv!

 

"DO QUE SOMOS CAPAZES PARA ALCANÇAR O PODER?"


A INTRUSA CAPÍTULO 23 - 20/09/2025

 

A INTRUSA

CAPÍTULO 23

UMA NOVELA DE TAÍS GRIMALDI


Pobre Clara - capítulo 48 (20/09/2025) emoções finais