A INTRUSA - CAPÍTULO 10 - 04/09/2025


A INTRUSA

CAPÍTULO 10

UMA NOVELA DE TAÍS GRIMALDI


CENA 1. GODOY BUENO EXPORTAÇÕES. ESCRITÓRIO DE MARCO AURÉLIO. INT. DIA

 

SONOPLASTIA – TUYO – RODRIGO AMARANTE

 

O escritório é amplo, sóbrio e impecavelmente moderno.
Vidros espelhados, uma parede inteira de mármore travertino, móveis de design italiano. O clima é de império — e Marco Aurélio é o imperador.

Marco Aurélio está de pé, ao fundo, diante da janela panorâmica, observando a cidade como quem avalia um território a ser dominado. Terno cinza-grafite, gravata vinho escuro, impecável.

A porta se abre sem cerimônia. É Daniel.
Camiseta branca sob o blazer aberto, jeans escuros. Desprezo na postura, charme rascante no olhar.

DANIEL - (seco) Você sempre gostou de ver São Paulo de cima, né?

MARCO AURÉLIO - (não vira) Você sempre gostou de entrar sem bater.

Daniel fecha a porta atrás de si. Silêncio tenso.

DANIEL — Vim avisar que vou assumir meu lugar na empresa. Mãe já está preparando o conselho.

MARCO AURÉLIO - (se vira, com frieza) O seu lugar é onde eu disser. E não tente compensar sua mediocridade metendo os pés na minha casa.

DANIEL - (sorri de lado) Na sua casa? Ou na cama da Carolina?

Marco congela. O nome da esposa o atinge como faca.

DANIEL - (cont.) Desde sempre foi ela quem me olhava. Você só foi o prêmio de consolação.

MARCO AURÉLIO — Cala a boca, seu canalha.

DANIEL — Por acaso vai me bater? Igual fez com o Tomás no colégio, lembra? Quando alguém encosta na sua ferida, você parte pra agressão.

Marco atravessa a sala e dá um socão seco no rosto de Daniel.

O barulho ecoa como um trovão de luxo.
Daniel cambaleia, escora-se no armário. Sangue escorre discreto no canto da boca.

DANIEL - (limpando o sangue, com um sorriso venenoso) Que bom. Agora ficou pessoal.

MARCO AURÉLIO — Se encostar na minha mulher de novo, eu acabo com você.

DANIEL — Se ela ainda fosse sua, Aurélio, talvez eu respeitasse.

Silêncio. O veneno paira no ar.

DANIEL — Mas não se preocupe. Minha resposta vem à altura.

Ele sai, deixando a porta entreaberta.

Marco respira fundo. O reflexo no vidro mostra um homem perdendo o controle.

TRILHA SOBE – Tensa, luxuosa, grave.

CORTA PARA:

CENA 2. MANSÃO DOS GODOY BUENO. BANHEIRO DE AURORA. INT. DIA

 

SONOPLASTIA - COMPTINE D'UN AUTRE ÉTÉ, L'APRÈS-MIDI - YANN TIERSEN

 

Luz suave. Banheira em mármore bege. Toalhas bordadas com as iniciais “AGB”.
O banheiro parece uma suíte de hotel cinco estrelas, mas a intimidade entre Vivi e Aurora dá ao ambiente um calor inesperado.

Aurora brinca com patinhos na água. Vivi está ajoelhada ao lado da banheira, mangas arregaçadas, cabelo preso.

VIVI - (sorrindo, doce) E aí a princesa subiu na torre de sabão, bem no meio do reino das espumas… e adivinha o que ela descobriu lá no alto?

AURORA - (rindo) Um dragão?

VIVI — Não. Um espelho. E o espelho dizia: “você é linda mesmo sem saber quem é sua mãe”.

Aurora fica pensativa. Vivi também. A voz embarga.

VIVI -  (cont, mais baixa) Às vezes a gente não tem todas as respostas… Mas tem amor. E isso é mais forte do que mágoa.

INSERTO – FLASHBACK


Imagem granulada, com filtro levemente envelhecido. Uma menina pequena (Vivi) é deixada na porta de uma casa simples por Olívia, que carrega uma mala de couro. Olívia nem olha para trás. A porta se fecha. A criança observa, imóvel.
Som ambiente é só o vento.

VOLTA PARA O PRESENTE

Aurora estende os bracinhos molhados.

AURORA — Você é minha fada, mamãe?

VIVI - (engolindo o choro) Fada nada. Eu sou só uma garota tentando entender esse castelo gigante.

Aurora abraça Vivi, ainda dentro da água. Vivi se deixa molhar. As lágrimas se misturam às gotinhas da banheira.

A TRILHA SOBE – Violinos suaves, melancólicos, com leve toque infantil.

CORTA PARA:

CENA 3. COPACABANA PALACE. SUÍTE DE ARMAND. INT. DIA

SONOPLASTIA – PADAM PADAM – KYLIE MINOGUE

Luz filtrada pelas cortinas de linho. Uma brisa suave agita as flores no vaso de cristal.
Lari Pacotão está esparramada em lençóis de algodão egípcio, vestindo apenas uma camisola de renda fluorescente e meias arrastão. Uma taça de espumante semi-cheia repousa sobre o criado-mudo.

Armand entra em cena em silêncio, apenas com uma toalha enrolada na cintura. Ele se debruça sobre Lari e começa a beijá-la com volúpia. Ela revira os olhos, dramaticamente satisfeita.

LARI PACOTÃO - (ronronando, sem abrir os olhos) Se continuar assim, vai ter que pagar por hora extra, mon amour...

ARMAND - (sorrindo) Amanhã, vamos voar para São Paulo. Uma festa poderosa da Godoy Bueno Exportações. Champagne, jet set (PAUSA) E você, como minha rainha.

LARI PACOTÃO - (abre os olhos, alerta) Godoy Bueno?

Ela pensa em Vivi por um segundo. Um leve desconforto surge — quase imperceptível.

LARI PACOTÃO - (cont.) Tá. Mas quero suíte presidencial, look da Daslu e nada de buffet self-service. Eu me dou ao luxo.

ARMAND — Tudo o que você quiser, mi diosa.

Ele puxa a camisola por cima da cabeça dela. Lari ri com gosto.

LARI PACOTÃO — Ai, Armand (PAUSA) você me trata como uma Monique Evans de Cannes. Se eu sumir, me procura no Festival de Veneza.

A TRILHA SOBE:
As imagens se tornam mais quentes, sensuais, ritmadas com a batida da música. Corte rápido entre corpos entrelaçados, lençóis amassados, espelhos embaçados, e o olhar de Lari no espelho — levemente desconfiado, como quem sabe que o prazer também é perigo.

CORTA PARA:

 

CENA 4. RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO. EXTERNO. ANOITECER


A sonoplastia da cena precedente pulsa como um coração acelerado, acompanhando a transição entre duas metrópoles.

A câmera flutua sobre o Cristo Redentor, dourado pelos últimos raios de sol, observando impassível a cidade abaixo. A praia de Copacabana reluz, onde os primeiros postes se acendem como vaga-lumes urbanos. O trânsito nas pistas do Aterro do Flamengo flui como veias abertas da cidade.

CORTE PARA SÃO PAULO:

skyline da Avenida Paulista desponta sob um céu violeta. Os faróis vermelhos e brancos desenham linhas frenéticas na Marginal Pinheiros. Um letreiro iluminado da Godoy Bueno Exportações brilha no topo de um prédio espelhado. O avião de Armand pousa discretamente no Campo de Marte.
Luzes, sombras e concreto se entrelaçam como personagens de uma cidade que nunca dorme — e nunca perdoa.

CORTA PARA:

CENA 5. AEROPORTO INTERNACIONAL DE GUARULHOS. SAGUÃO. INT. NOITE


SONOPLASTIA – TZIGANE – DALIDA


Violinos dramáticos, decadentes, acompanham o desfile de chegadas e partidas. O som de rodinhas de malas, anúncios ao fundo, e um leve burburinho constante.

Lucinha, impecável em um trench coat preto, óculos escuros exagerados e uma echarpe de seda, observa o fluxo de passageiros com impaciência controlada. Está sentada, pernas cruzadas, ao lado de Rubinho, que consulta o celular e mantém o silêncio respeitoso dos que sabem que tudo ali é sobre ela.

LUCINHA - (entredentes, para Rubinho) Se ela atrasar mais cinco minutos, a gente volta pra casa e eu deixo um bilhete. Que ela se vire com o Uber da vida.

RUBINHO - (sorri, tentando aliviar) Vai ver o avião atrasou. Ou ela quis fazer uma entrada triunfal.

LUCINHA - (tirando os óculos, olhar seco) Patrícia não entra. Ela se insinua. É diferente.

Patrícia surge na escada rolante, deslumbrante no limite do exagero. A roupa, justa. O cabelo, de salão. O sorriso, um truque antigo. Ela avista Lucinha e abre os braços.

PATRÍCIA - Mãezinha! Finalmente!

Lucinha se levanta com contenção. O abraço é breve, formal. Patrícia vira-se para Rubinho. O olhar dela pousa nele como quem reconhece um livro que já leu.

PATRÍCIA - (sem pressa, tom aveludado) Rubinho...

RUBINHO - (sem jeito, um meio-sorriso) Patrícia.

O silêncio que segue carrega memórias que ninguém verbaliza. Lucinha observa a troca e interrompe, cortante como sempre.

LUCINHA - Vamos? Ou vão precisar de um quarto aqui mesmo?

Patrícia ri, com gosto, como se fosse elogio. Ela pega a mala.

PATRÍCIA - Você não mudou nada, mãe.

LUCINHA - E você só mudou o vestido.

Rubinho puxa a mala discretamente. Patrícia vai atrás, com o mesmo sorriso afiado.

CORTA PARA:

CENA 6. MANSÃO DOS GODOY BUENO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE

 

SONOPLASTIA – O QUE FOI FEITO DEVERÁ – ELIS REGINA E MILTON

 

A sala está elegantemente iluminada. Claraboias revelam a noite azul-escura sobre os lustres de cristal. Móveis em tons bege e dourado. Um piano de cauda repousa no canto, como se esperasse por alguém. Tudo parece cuidadosamente organizado para esconder os escombros emocionais da família.

Cecília senta-se no sofá central. Veste um tailleur claro, joias discretas, maquiagem leve — um ar de mulher que sobreviveu a si mesma. Suas mãos se esfregam, tensas. Ela olha para o alto da escada, onde passos ecoam.

Vivi (disfarçada de Carolina) desce com elegância estudada, usando um vestido sóbrio. O cabelo bem penteado. Mas há um tremor pequeno no canto do olho — insegurança que nem a farsa apaga.

Ao vê-la, Cecília se levanta. As duas se encaram por um segundo eterno. Cecília abre os braços.

CECÍLIA - (minuciosamente emocionada) Minha filha...

Vivi hesita, depois caminha até ela e se deixam envolver em um abraço demorado. A câmera gira ao redor delas.

CECÍLIA - (voz embargada) Me perdoa por não ter ido a Gramado. Eu tive medo. Medo de ver o que restou de nós. (pausa) E mais ainda de ver tudo o que eu deixei acontecer. (olha nos olhos da filha) Eu devia ter te protegido. 

VIVI - (baixinho, segurando as lágrimas) A gente só sobrevive porque aprende a mentir pra si mesma. Eu também finjo que não doeu tanto. (pausa) Mas passou, mãe. Passou.

Elas se abraçam de novo, dessa vez com mais verdade. Uma pausa carregada. Então Lívia surge na entrada da sala, escorada na ombreira com um copo de vinho. Um vestido justo, um olhar cortante. A voz arrastada de quem domina o veneno.

LÍVIA - (ferina, como quem sorri com sangue nos dentes) Ah, que cena linda. A família perfeita se recompondo (PAUSA) Me digam quando a novela passa, que eu gravo.

CECÍLIA - Lívia...

LÍVIA - (sarcástica) Relaxa, mãe. Eu não vim atrapalhar. Só vim ver o Daniel. Ele me prometeu uma dança, e eu sempre cobro o que me prometem.

Vivi a encara com frieza. As duas se estudam.

LÍVIA - (sorri, cruel) Não se preocupem, eu deixo vocês continuarem o melodrama depois. Mas com licença, o amor da minha vida me espera.

Ela sai, deixando o perfume e a tensão no ar. Cecília e Vivi se olham — a ternura anterior agora contaminada pela sombra que voltou a rondar.

CORTA PARA:

 

CENA 7. APARTAMENTO DE MADSON. SALA. INT. NOITE

A luz é baixa, vinda de um abajur antigo no canto. As janelas estão fechadas, abafando os sons da rua. O apartamento é pequeno, bagunçado, e cheira a medo e cigarro velho. A mala de Madson está sobre o sofá surrado, meio aberta. Roupas dobradas às pressas transbordam pelas laterais. Ela está de costas, apressada, trêmula.

MADSON - (para si, em sussurro) Vai dar certo. Vai dar certo...

A chave gira na fechadura.

Madson congela.

Rudolfe entra com ares calmos demais. Usa uma camisa de linho parcialmente desabotoada, cheirando a perfume caro e perigo. Fecha a porta devagar, como se já tivesse visto a cena toda em sua cabeça.

RUDOLFE - (docemente) Où est-ce que tu vas, mon amour?
(pausa) Fazendo as malas sem me dizer nada?

MADSON - (virando-se rápido, tentando disfarçar) Eu só precisava de uns dias. Só isso.

RUDOLFE - (rindo, seco) Dias? (aproxima-se, cada passo mais tenso) Você vai me abandonar como uma prostituta de rodoviária?

MADSON - Eu tô cansada, Rudolfe. Isso aqui tá me engolindo viva. Você (tenta conter o choro) Você tá me matando aos poucos.

Ele para à frente dela. A mão dele toca o rosto de Madson, num gesto quase terno. Mas seus olhos são gelo puro.

RUDOLFE - (baixo, em francês) Tu n’es rien sans moi. Rien.

De repente, o carinho se transforma. Ele a agarra pelo pescoço, empurra contra a parede com brutalidade. O som surdo da cabeça dela batendo no gesso ecoa pela sala.

MADSON - (tenta gritar, sufocada) R-Rudolfe...

RUDOLFE - (gritando) Você vai sair sim! Mas no sac* d’un cadavre, entendeu?! (mais baixo, com sorriso cínico) Quer experimentar como é sair daqui num saco preto, Madson?

Ela chora, luta, arranha o braço dele, sem força. Os olhos de Rudolfe brilham com fúria e prazer. Depois de alguns segundos que parecem uma eternidade, ele a solta.

Madson cai de joelhos, engasgada, tossindo, as mãos no pescoço.

RUDOLFE - (agachado diante dela) Você acha que alguém lá fora vai te acolher? Hein? (pausa) Você é minha. (ereto de novo, cruel) Levanta. Limpa o rosto. E esquece essas besteiras.

Sem aviso, dá um tapa seco no rosto dela. O estalo é alto. Madson fecha os olhos com dor, mas não reage. O sangue escorre do canto da boca.

Rudolfe se vira com calma e vai até o barzinho. Serve uísque. Bebe como se nada tivesse acontecido.

RUDOLFE - (com frieza banal) Amanhã a gente vai na festa da sua amiga. Vou te mandar flores, hein?

CORTA PARA:

CENA 8. MANSÃO DOS GODOY BUENO. SUÍTE DE CAROLINA E MARCO AURÉLIO. INT. NOITE

A suíte está levemente iluminada apenas por um abajur de cristal. As cortinas ondulam com a brisa suave da noite. O espelho ainda está embaçado pelo vapor do banho recém-tomado.

Vivi (disfarçada de Carolina) sai do banheiro vestindo um robe de seda marfim. O cabelo ainda úmido, a expressão serena — mas atenta. Ela anda até a penteadeira, pega um perfume, borrifa discretamente no pulso.

Ao se virar, dá de cara com Daniel, que já está no quarto, de terno desabotoado e olhar febril. Ele fecha a porta atrás de si.

DANIEL - (sarcástico, baixo) O aroma da deusa doméstica (pausa) pronta pra servir o marido?

VIVI - (calma, seca) Você não devia estar aqui, Daniel.

Ele se aproxima com passos lentos. Pega no queixo dela, tentando erguer o rosto. Vivi segura o braço dele com firmeza e o afasta.

DANIEL - (sem paciência) Para com isso, Carolina. Essa farsa de esposa arrependida. Você não é essa mulher submissa. (aproxima o rosto) Você é minha. Sempre foi.

VIVI - (olhos fixos nos dele) Você conheceu uma Carolina quebrada. (pausa) Essa mulher morreu. (mais firme) Eu sou outra. E essa nova mulher vai dar uma chance ao que construiu com Marco Aurélio.

Daniel recua, como se tivesse levado um tapa. O olhar dele se torna sombrio, quase infantil. Ele dá uma risada curta, debochada.

DANIEL - (entredentes) Então é isso? Vai mesmo se esconder nessa mentira de casamento perfeito?

VIVI - (baixando o tom, mas cortante) É melhor uma mentira confortável do que o caos em que você vive.

Daniel se aproxima de novo, impetuoso. Tenta beijá-la à força, mas Vivi desvia o rosto, empurra-o com firmeza. Por um segundo, os dois se encaram em silêncio. A tensão é palpável.

DANIEL - (raiva contida) Você vai se arrepender disso.

Ele vira as costas e caminha até a porta. Ao sair, bate com força, fazendo o espelho vibrar.

Vivi fecha os olhos, respira fundo. Leva a mão ao peito. Um misto de alívio e culpa. Ela sussurra para si mesma:

VIVI - (baixo) Uma nova mulher até quando?

CORTA PARA:

CENA 9. PALÁCIO TANGARÁ. SUÍTE DE LAURA. INT. DIA

 

SONOPLASTIA – MON MANÈGE À MOI - DE ETIENNE DAHO

 

A suíte é luxuosa, de tons champagne e dourado, com uma luz difusa entrando pelas cortinas translúcidas. A câmera passeia pelo quarto: sobre a mesa de centro, uma taça de espumante pela metade; na cama, uma echarpe de seda vermelha repousa ao lado de um tablet aceso.

LAURA, impecavelmente vestida num robe de cetim preto com rendas francesas, está sentada à escrivaninha. O laptop em frente a ela exibe um e-mail recém-aberto. O remetente: Marcelo. O assunto: "Convite Especial – Aniversário Godoy Bueno Exportações".

Ela lê em silêncio. Seus olhos, delineados com perfeição, brilham. Um sorriso lento se forma nos lábios carmin.

LAURA - (sussurrando para si) O baile das máscaras começou…

Ela leva a mão direita a uma caixinha de veludo sobre a mesa. Abre com cuidado e retira um pen drive prateado, elegante, quase uma joia. Encara o objeto por alguns segundos, com ar de triunfo.

LAURA - (baixo, venenosa) E a atração principal já está confirmada.

Ela se levanta, caminha até a varanda com a taça na mão, e observa os jardins impecáveis do Palácio Tangará. Um helicóptero sobrevoa ao fundo, discreto.

CORTE PARA UM CLOSE do pen drive sendo encaixado na entrada do laptop. A tela pisca. Um arquivo nomeado "VERDADE_FINAL.MP4" surge na tela.

LAURA – (para si, num tom suave e implacável) Nada como a verdade, dita no momento certo.

CORTA PARA:


FIM

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