CENA 01 - (TOWER SHOPPING. ESTACIONAMENTO/EXT./NOITE):
* Instrumental melancólico ON.
Joyce observa a noite de lua cheia, no estacionamento do andar de cima, abrindo os braços, sentido o vento bater.
FELIPE: Mas você é louca mesmo! Eu não imaginava que você fosse aparecer. Tá fazendo o que aqui, Joyce?
JOYCE: Olhando a vista, eu sempre gostei de olhar o alto da cidade.
FELIPE: Que droga você quer? Fala logo que eu não tenho tempo pra isso.
JOYCE: Quem diria, Felipe? Que um dia aquele moleque que entrou na minha casa, seria dono de tudo isso aqui...
FELIPE: Pois é! A vida dá voltas o tempo inteiro.
JOYCE: Sim... Sem sombra de dúvidas, meu querido.
FELIPE (saindo): Olha, Joyce se você veio aqui aproveitar a festa, chegou um pouco tarde. Agora me deixe em paz, que eu tenho mais o que fazer.
JOYCE: Espera aí!
FELIPE: Esperar o que? Qual é a sua?
Em sincronia com a cena, Camilla se apresenta ao palco, perfeita, como nunca visto antes, dançando e cantando o musical "Cabaret". Por trás, André vai subindo lentamente, observando o conflito de Felipe e Joyce.
FELIPE (tentando Joyce): Sai daqui, Joyce! Pareceu que fumou crack, não tá falando coisa com coisa.
JOYCE (soltando Felipe): É a filha da Zélia que está cantando?
FELIPE (saindo): É! Pra você ver que até a filha da empregada tá melhor que você!
JOYCE (segurando Felipe novamente): Espera!
FELIPE: CHEGA! QUE INFERNO! Pra que merda você aqui, pra acabar a minha noite, é essa sua vingança?
JOYCE: Não, meu querido! Eu vim aqui; foi pra acabar com a sua VIDA!
FELIPE: Vai se tratar, velha demente.
Joyce insiste em segurar em Felipe.
JOYCE (gargalhando loucamente): Tá com medo é? Que eu te empurre daqui de cima?
FELIPE (empurrando Joyce no chão): ME SOLTA SUA LOUCA! Tá pra nascer o dia que você vai jogar daqui.
JOYCE (levantando em firmeza): E nem quero! Até porque não teria graça nenhuma em ver você se esborrachar lá em baixo!
JOYCE (se aproximando de Felipe): Eu te disse que a sua próxima parada seria na cadeia! Pra apodrecer junto com os ratos! E é pra lá que você vai!
* Joyce puxa a corrente do pescoço de Felipe, o puxão é tão forte que faz arranhão no pescoço de Felipe.
FELIPE (gemendo): MAS QUE PORRA É ESSA JOYCE?
JOYCE (rindo extremamente louca e segurando a corrente de Felipe): Eu nunca mais vou ser feliz como eu era antes... Mas você; TAMBÉM NÃO VAI! SEU MARGINALZINHO DE BÊCO!
Joyce vai caminhando de trás pra frente, lentamente, e fica em cima do muro.
FELIPE (assustado): Joyce! JOYCE PELO AMOR DE DEUS, SAI DAI!
JOYCE (virando pra Felipe): Vida longa ao REI!
Em sua última frase, Joyce fecha os olhos e pula sem êxito. A cena mostra a queda dela em câmera lenta, sincronizando com a voz de Camilla cantando. Joyce se esborracha no chão, uma altura semelhante ao um prédio de 7 andares.
* Close em Joyce no chão, morta, com sangue saindo pelo corpo.
A cena pra Felipe, do alto.
FELIPE: JOYCE! MEU DEUS ELA PULOU MESMO! MAS QUE MULHER LOUCA!
ANDRÉ (por trás): O jogo vira o tempo todo mesmo, hein, Felipe?
* Instrumental de revelação ON.
Felipe vira pra trás lentamente, seus olhos extremamente arregalados, boquiaberto... Sem acreditar no que estava em sua frente.
FELIPE: André!
ANDRÉ (sarcástico): Buuuu.
FELIPE: Eu tô vendo coisa, eu tô alucinando... Não é possível!
ANDRÉ: É possivel sim, meu primo. Nada nessa vida é impossível.
FELIPE: VOCÊ NÃO PODE ESTAR VIVO! VOCÊ MORREU NAQUELE ACIDENTE!
ANDRÉ: Não, seu imbecil. Muito pelo contrário. Eu renasci naquele acidente.
FELIPE (desprezando): Então você enganou todo mundo, né? Você forjou a sua própria morte! Como é que você conseguiu isso?
ANDRÉ: Isso não te interessa.
FELIPE: Interessa sim, agora é melhor ainda! É hoje que eu termino aquilo que eu comecei!
ANDRÉ (rindo): Ahhh Felipe! E pensar que meses atrás era eu que estava nas suas mãos!
* Felipe encara André.
FELIPE: Isso, ria a vontade! Que dia maravilhoso! O suicídio da Joyce e você ainda voltando e se revelando pra nada!
ANDRÉ: Suicídio? Mas ela não se matou.
FELIPE: É claro que ela se matou, ela acabou de se jogar daqui de cima!
ANDRÉ: Ela não se jogou, Felipe. Você que empurrou.
FELIPE: Eu? Pra que eu ia matar esse trambolho?
ANDRÉ: Você odiava, Joyce Venturini. Tinha todos os motivos pra mata-la.
FELIPE: Odiava? Ela que me odiava, era uma perua mal amada.
ANDRÉ: Você pode falar o que você quiser, mas não adianta porque eu vi tudo! Eu vi o momento que vocês dois brigaram, que você chamou ela "Puta", "Vagabunda", até que você empurrou ela daqui de cima.
FELIPE: NÃO TEVE BRIGA NENHUMA! ENLOUQUECEU FOI?
ANDRÉ: Ora, que isso, Felipe? Eu vi o momento que você deu um tapa na cara dela. Eu vi!
FELIPE: MENTIRA SUA!
ANDRÉ: Você estava querendo acabar com ela já muito, Felipe. E que melhor momento esse, vocês dois sozinhos... Só que você não esperava que eu estivesse aqui, olhando tudo.
FELIPE: Não adianta! Ninguém vai acreditar em você!
ANDRÉ: Não? Será mesmo? Olha que eu sou a única testemunha. Você, Felipe... Está em minhas mãos!
FELIPE (correndo pelo lado): NÃO! NÃO! NUNCA!
ANDRÉ: Isso, Felipe! Foge! Vai ser melhor ainda.
Corta para:
Felipe descendo pelas escadas as pressas, e entrando em seu carro.
Corta para:
CENA 02 - (CAMARIM/INT./NOITE):
Um brinde. Nada menos que taças de champanhe brindando o sucesso de Camilla.
CAMILLA (emocionada): Eu não acredito! Deu tudo cedo mesmo!
ALEX (beijando Camilla): Você foi perfeita, meu amor!
CAMILLA:; Ai Alex tô tremendo até agora! Eu achava que eu ia me estabanar pelo chão, que as pessoas iam me vaiar!
ALEX: Pelo contrário! Todo mundo achou o máximo.
CAMILLA: A minha mãe ficou tão orgulhosa me olhando!
ALEX: Vamo lá fora que as pessoas que querem falar com você!
Corta para:
CENA 03 - (CALÇADA/EXT./NOITE):
O som do impacto da queda de Joyce, chama a atenção de algumas pessoas próximas. Um homem que passa pela frente do shopping, se depara com o corpo de Joyce ensanguentado no meio da calçada.
HOMEM DESCONHECIDO (gritando): CARALHO! TEM UMA MULHER MORTA! ALGUÉM AJUDA AQUI!
O homem sai correndo, pedindo por ajuda. A câmera lentamente vai se aproximando de Joyce. Logo logo uma multidão de pessoas vão chegando ao local.
Corta para:
Do outro lado, André entra no carro de Renato.
RENATO: E aí como foi?
ANDRÉ: Você não vai acreditar o que aconteceu!
RENATO: Qual foi?
ANDRÉ: A Joyce se matou pra incriminar o Felipe!
RENATO: O QUE?
ANDRÉ: É! Eu vi tudo! Ela tava completamente louca! Ela subiu em cima do muro do estacionamento!
RENATO: E como assim ela incriminou o Felipe?
ANDRÉ: Ela arrancou a corrente do pescoço dele, chega arranhou!
RENATO: Caralho! Que mulher maluca da porra.
ANDRÉ: Eu nunca pensei que eu iria comemorar tanto a morte de alguém. Isso vai ser perfeito pra mim, Renato! Eu fui a única pessoa a ver a cena! O Felipe tá nas minhas mãos!
* O celular de Renato toca.
RENATO (sem jeito): É o Felipe.
ANDRÉ: Atende, vai!
Renato atende.
RENATO: Alô!
FELIPE (do outro lado da linha): Eu preciso da sua ajuda!
RENATO: Calma, Felipe! O que aconteceu!
FELIPE: NÃO INTERESSA! VEM AQUI AGORA!
RENATO: E onde é que você tá?
FELIPE: Eu tô na mansão! Vem rápido! Eu não tenho muito tempo.
RENATO: Tá! Tá bom! Eu tô a caminho.
Renato desliga.
ANDRÉ: Onde é que ele tá?
RENATO: Ele- ele tá na mansão. Ele falou pra eu ir lá.
ANDRÉ: Que ótimo. Mas eu vivi pra ver o Felipe desesperado.
RENATO: A casa caiu pro Felipe mesmo.
ANDRÉ: Eu tive uma ideia.
RENATO: Qual?
ANDRÉ: Seguinte....
A sonoplastia é tomada por um instrumental tenso. Cortando para: André entrando na delegacia. Sério, frio e sem muita expressão.
Corta para:
CENA 04 - (MANSÃO DOS VENTURINI/INT./NOITE):
Renato entra no quarto de Felipe. E o encontra revirando o cofre, guardando sua arma na cintura, e na cama, uma mochila entre aberta.
RENATO: Que que tá acontecendo, Felipe?
FELIPE (ao extremo): Eu tenho um que sair! Eu tenho que fugir!
RENATO: Mas porque isso, Felipe? Que droga você fez?
FELIPE: NADA! PELA PRIMEIRA VEZ NA VIDA, EU REALMENTE NÃO FIZ NADA!
RENATO: Então porque você tá fugindo?
FELIPE: Aquele desgraçada! Aquela velha maldita se matou pra me incriminar!
RENATO: Como assim, Felipe? Eu não tô entendendo nada! Quer dizer que a Joyce se matou e te incriminou?
FELIPE: Ela arrancou minha corrente e pulou segurando ela! E pra piorar, adivinha quem viu tudo?
RENATO: Não tenho a menor ideia.
FELIPE: O André! Ele tava vivo esse tempo todo e só resolveu aparecer naquela MALDITA HORA!
RENATO: c Calma, Felipe! Não podemos tomar nenhuma atitude precipitada.
FELIPE (chorando com ódio): E pensar que eu fiz tudo isso pra aquela maldita acabar com tudo!
RENATO: Pelo menos o André tá encrencado também, eu não acredito que ela vai te entregar...
FELIPE: EU MATEI AQUELA VAGABUNDA PRA ACABAR COM ESSE DESGRAÇADO E ELE MESMO ASSIM SE SAIU! MAS ISSO VAI ACABAR! PORQUE VAI MATAR ELE! EU VOU DAR TRÊS TIROS NA CABEÇA DELE! COMO EU DEI NELA! COMO EU DEI NELAAAAA!
Corte para:
Mal sabia Felipe que aquilo era um armadilha pra ele. Todo desespero, tudo que estava sendo dito por ele estava sendo gravado. Uma jogada inteligente e de sorte por André. Que estava na delegacia, dando o depoimento e provas sobre o assassinato de Giovanna.
ANDRÉ: E então, delegado? Isso é suficiente?
DELEGADO: Isso é mais do que o suficiente.
ANDRÉ: Ah meu Deus! Eu não acredito que esse pesadelo vai acabar!
DELEGADO (no telefone): Mandem as viaturas agora até o local. Ele não pode fugir.
Corta para:
Voltando pra Mansão Venturini:
RENATO: Não vai agora, Felipe. Ainda vão demorar pra descobrir que a corrente era sua! Arruma suas coisas com calma!
FELIPE: EU NÃO TENHO TEMPO, RENATO! O ANDRÉ PODE BATER PRA POLÍCIA A QUALQUER MOMENTO!
RENATO: Que nada, cara! Confia no que eu tô falando.
FELIPE (desconfiado): Cê tá estranho, cara. Não tô entendendo. Logo você que até hoje mais cedo tava se cagando de medo da polícia e agora tá pedindo calma.
Renato fica sem qualquer tipo de resposta ou reação. Felipe se dá conta da cilada, ao ouvir sirenes próximas a mansão.
FELIPE: Isso é sirene? Cê chamou a polícia?
RENATO: A casa caiu pra você, Felipe.
FELIPE (tirando a arm): SEU FILHO DA PUTA! DESGRAÇADO!
RENATO (sufocado): Isso! Mata vai! Mais uma morte e mais anos de cadeia pra você!
FELIPE (soltando Renato): Eu vou voltar! Eu vou me vingar de vocês! Isso não vai ficar assim.
Felipe, ofegante, entra no carro e foge. As luzes vermelhas e azuis invadem o quintal no momento em que o carro dá meia volta e arranca em disparada pelo estreito caminho aos fundos da casa. Felipe acelera o carro com força. No retrovisor, surge o reflexo dos três carros da polícia atrás, já com o giroflex aceso e a sirene a todo volume. Dentro do carro, Felipe respira pesado, com o olhar fixo a estrada, seus dedos seguem firme ao volante.
FELIPE: Ah vão continuar atrás é?
Felipe saca a arma e dá dois tiros atrás, um tiro acerta de cara o motorista de uma das viaturas, que perde o controle e cai pra fora da estrada. Os homens não deixam barato, e revidam os tiros, que acertam no pneu de Felipe e faz o carro capotar.
Corta para:
ABERTURA
Voltando a apresentar: O carro capota pra fora da entrada, entrando numa zona de matagal, mas como vaso ruim não quebra tão fácil... Felipe sai ileso do carro, rastejando aos poucos e logo voltando ao controle. Os policiais saem da viatura e partem pro local onde o carro de Felipe capotou e conseguem avistar ele correndo pra uma pra Usina de Gás.
AGENTE DA POLÍCIA: Ele tá correndo pra aquele lado ali! VAMO!
Felipe entra na usina de gás, uma área de extremo perigo. E começa a trocar tiros.
FELIPE: Quero esses filhos de uma puta me pegarem.
Diante de um megafone, um agente avisa que ele está cercado e diz pra ele se entregar.
FELIPE: NUNCAAA! EU NÃO ME ENTREGO NUNCA!
Felipe, já sem juízo mental, olha para ao lado; e avista pra um tanque de gás. A cena destaca as risadas doentias dele, seu rosto suado, seu olhar completamente fora da realidade. Ele ergue a arma.
FELIPE (erguendo a arma): E que comece uma nova vida, uma longa vida, ao rei.
Felipe, sem exitar, atira no tanque de gás. Provocando uma explosão a larga escala. Um estrondoso barulho, a grande nuvem de fogo tomam conta da cena, dando um ponto final na história de Felipe.
Corta para:
CENA 06 - (DELEGACIA/INT./NOITE):
Finalmente André pode descansar sabendo que a paz vai voltar em sua vida. Ainda na delegacia, Simone e Marion chegam.
MARION (emocionada o abraçando): MEU FILHO! EU NÃO ACREDITO!
ANDRÉ (choroso): Acabou, minha mãe! ACABOU!
André, ainda emocionado, olha pra Simone, que não consegue disfarçar o contentamento e a emoção. André a abraça.
SIMONE (chorando): Me perdoa! Me perdoa!
ANDRÉ: Eu não tenho que te perdoar. Você foi uma vítima igual a mim e a todos que passaram pelo caminho dele.
O diálogo dos dois é interrompido, pelo delegado.
DELEGADO: Eu tenho uma notícia boa. O suspeito está morto.
ANDRÉ: Morto?
DELEGADO: É. Parece que ele fugiu e foi perseguido até uma usina de gás e provocou uma explosão. Não se sabe ainda se o tiro foi provocado por ele.
O delegado se afasta.
ANDRÉ: Será que ele se matou?
SIMONE: Seja lá o que aconteceu... Foi o caminho que ele buscou.
MARION: Ahh, meu Deus.... Apesar de tudo; eu ainda tenho pena do Felipe. Pena mesmo! Juro por Deus!
SIMONE (de saida): Sinceramente, por mim ele queima no quinto dos infernos. Eu vou no banheiro, já volto.
Simone deixa André e Marion a sós.
ANDRÉ: Quem diria que tudo acabaria assim... O Felipe teve o que mereceu.
MARION (abraçando André): Que o Felipe procure a paz que ele não achou em vida, meu filho. O importante é que esse pesadelo acabou.
Corta para:
Enquanto vemos alguns cortes da cidade, numa cartela lemos:
ALGUNS MESES DEPOIS.
CENA 07 - (CONDOMÍNIO/EXT./MANHÃ)
SONOPLASTIA: VISION OF LOVE - MARIAH CAREY
CAMILLA (vendando Zélia): Calma, que a senhora já já vai descobrir!
ZÉLIA: Ai minha filha, diz logo! Cê tá me deixando aflita, menina!
CAMILLA (rindo): Calma, Dona Zélia! Que pressa é essa?
ZÉLIA: Vai, Camilla? Pra onde é que você tá me levando?
CAMILLA (tirando a venda): Vai! Tcharam!
Zélia, não acredita no que está vendo.
CAMILLA (emotiva): E então, minha mãe? Gostou da surpresa?
ZÉLIA (chorando de emoção): Oh minha filha! Eu amei! Não precisava disso não!
CAMILLA: A senhora merece muito mais, tá bom? Eu te amo!
ZÉLIA: Uma casa enorme dessa! Ah meu Deus, eu vou desmaiar!
CAMILLA: Desmaia não, tá? Desse jeito você nem puder aproveitar esse casarão!
As duas se abraçam, Zélia, depois de uma jornada dura e de muito sofrimento, finalmente tem aquilo que lutou pra ter. Alex chega com o carro, em vibração.
CAMILLA: Meu amor!
ALEX: E aí, Dona Zélia? Gostou?
ZÉLIA: Eu amei gente! Eu tô sem reação até agora!
CAMILLA: Eu acho que reação você vai ficar é agora...
ZÉLIA: Ah meu pai! Desse jeito eu vou infartar.
CAMILLA (chorosa): Infarta não, mãe! Seu netinho ainda quer te conhecer!
Zélia arregala os olhos de felicidade.
CAMILLA: Eu tô gravida...
ALEX: Cê tá grávida? MEU DEUS DO CÉU! EU VOU SER PAI.
Alex agarra Camilla, roubando um beijo.
Corta para:
CENA 08 - (AEROPORTO/INT./TARDE):
Ricardo e Alexia, vão até o aeroporto.
ALEXIA (segurando uma mala): Ainda não dá pra acreditar que você não vem.
RICARDO: Eu já disse, Alexia. Minha vida tá aqui.
ALEXIA: Você sabe que eu não ia conseguir viver aqui, Ricardo!
RICARDO: Eu sei. É por isso que eu não quero te prender, nem eu quero ficar preso a você. Mas se você, ainda tiver disposta a tentar...
Ricardo se aproxima de Alexia, a objetivo de beija-la, mas ela desvia friamente.
ALEXIA: Meu vôo vai sair agora. Eu tenho que ir.
RICARDO (cabisbaixo): Boa sorte pra você.
Alexia não diz mais nenhuma palavra. E segue em frente.
RICARDO (murmurando pra si): É, Ricardo... Você tem muitos planos a fazer aqui. Algo me diz que as coisas finalmente vão dar certo.
Corta para:
CENA 09 - (PARIS. SUÍTE DE HOTEL/EXT./NOITE):
Isabelle, impecável, está olhando pra janela, sobre a vista, a belíssima Torre Eifel. A magnífica dá uma leve caminhada pela casa. E por atrás, é recebida aos beijos e carinhos de Renato, pra surpresa de alguns.
RENATO (entregando uma taça de champagne): Um champagne, pra minha Deusa!
ISABELLE (segurando a taça): Você está se saindo um ótimo cavalheiro, meu rapaz.
RENATO: Sabe onde mais eu dou um belo cavalheiro?
ISABELLE (o beijando): Quer me mostrar?
Os dois se agarram pelo sofá, e dando início a uma noite quente e longa, e início de uma longa felicidade aos dois.
Corta para:
CENA 10 - (ESTACIONAMENTO/EXT./FIM DE TARDE):
Sobre a linda paisagem do Rio de Janeiro, André e Simone caminham o local da tragédia com Joyce.
SIMONE: Se passaram meses, e.... Ainda não dá pra acreditar que tudo isso aconteceu. Mesmo a minha mãe, sendo uma louca, eu gostava muito dela.
ANDRÉ: A Joyce tinha seus desvios de comportamento, mas eu não acredito que ela era pessoal ruim, acho que no fundo só precisava ser amada.
SIMONE: É bizarro que... Ela matou o meu pai pra seguir uma ilusão de ficar com você, e pior, ela se atirou daqui de cima sem pensar duas vezes, tudo isso pra incriminar uma pessoa. Tá certo que o Felipe não valia nada... Mas isso é inacreditável.
ANDRÉ: Não fica pensando nisso, Simone. Isso só vai te fazer mal.
SIMONE: Sabe, André... Você é pessoa forte, você lutou até o fim pra provar a sua inocência. Da onde que você tirou essa força toda?
ANDRÉ: Minha força vinha quando eu pensava em você.
SONOPLASTIA: ANGELS LIKE YOU - MILEY CYRUS
* Close em Simone sem jeito.
ANDRÉ: Eu tinha raiva por você não acreditar em mim, eu tinha raiva desse jeito, teimoso e ingênuo ao mesmo tempo. Só que o amor por você falava mais alto.
SIMONE: André... Eu não sei o que dizer.
ANDRÉ: Não fala nada.
O clima não visto há muito entre os dois, volta a ascender.
SIMONE: Eu sei que, é impossível passar uma borracha nisso tudo, mas a gente pode recomeçar.
ANDRÉ (meigo): Tá afim de tentar?
SIMONE: Que que você acha?
* André e Simone dão um beijo. Uma nova história, um recomeço nascia ali.
Corta para:
CENA 11 - (JATINHO/INT./FIM DE TARDE):
SONOPLASTIA: BE MYSELF - CHARLIE BROWN. JR
Numa pista de vôo, um jatinho particular, dentro dele uma aeromoça carrega uma bandeja com champagne. Sentado ao lado do piloto, pra surpresa de todos, um homem fala ao telefone, a cena captura exclusivamente o telefone ao ouvido desse homem.
VOZ MISTERIOSA: Isso, uma nova vida me espera. Pode reservar em nome de "Alvarez Martinez Franco"...
O homem desliga o telefone, e o rosto dele é revelado, era ninguém menos que Felipe, agora com um novo nome, um novo estilo, um corte de cabelo raspado e com um óculos escuros, e como sempre, o seu sorriso sarcástico.
FELIPE (pra si): É Felipe, desde pequeno você escuta que o crime compensa, e hoje você pode dizer que é isso mesmo.
O jatinho decola, Felipe solta um gargalhada ao lado de uma mala de dinheiro, da janela, ele aponta o dedo do meio, como se estivesse soltando o dedo do meio pro país. A última cena é o jatinho no ar, e no céu o letreiro dizendo:
FIM
A novela encerra seu trigésimo quito e último capítulo ao som de "Be Myself"
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