Let's Dance! - Capítulo 33 (Penúltimo Capítulo)

 

LET'S DANCE! - CAPÍTULO 33 (PENÚLTIMO CAPÍTULO)

criada e escrita por SINCERIDADE

CENA 01: MANSÃO FIGUEIRA/INT./DIA


CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR.


ISABEL (se levanta, irritada): Mas isso é um absurdo! Como foi que o meu pai teve a coragem de deixar tudo pra Ivani? Ela nem é da família!


ADVOGADO: Eu entendo a sua frustração, Isabel, mas agora não podemos fazer mais nada… o testamento infelizmente não pode ser alterado.


IVANI: Dona Isabel, eu não quero causar mais tragédias… olha, se quiser a gente…


ISABEL (cortando-a): Eu não quero nada de você! Eu só quero o que é meu por direito!


CECÍLIA (se levanta também, firme): Eu também! 


ISABEL: Eu não admito que uma empregadinha de merda roube tudo o que devia ser meu! Essa mansão e a empresa são minhas! 


IVANI: Vai apelar pra ofensa agora, é? Olha, eu entendo perfeitamente o Tércio em ter deixado tudo no meu nome, sabia? Nos últimos tempos quem cuidou da saúde dele fui eu! E quer saber? Eu e Tércio éramos amantes.


ISABEL (em choque, arregala os olhos): Como?


IVANI (erguendo o queixo, desafiadora): É isso mesmo, meu bem. Eu e o seu pai tínhamos um caso. Ele me amava. Foi por isso que deixou tudo pra mim. Enquanto você, Isabel, tava mais preocupada em destruir a Cecília, quem tava do lado do seu pai era a “empregadinha de merda”.


ISABEL (gritando, fora de si): VOCÊ É UMA OPORTUNISTA! UMA INTERESSEIRA! SE APROVEITOU DO MEU PAI DOENTE PRA DAR O GOLPE!


ADVOGADO (tentando intervir): Senhoras, por favor…


IVANI (avança um passo, com os olhos cheios de ódio): Golpe? Golpe foi o que a sua mãe deu a vida inteira! Fingiu ser o que não era, enganou seu pai, enganou você, matou gente… e você vem falar de moral agora?


ISABEL: Eu vou te tirar tudo, ouviu bem? Tudo! Essa escritura , esse testamento nojento, não vão valer nada quando eu acabar com você na justiça! 


IVANI: Chega! Já deu! Já vi que a gente não vai se entender tão cedo, e como tudo isso é meu agora, eu vou te convidar a se retirar da mansão, Isabel. Sai daqui antes que a gente saia no tapa! 


ISABEL (incrédula): COMO É QUE É? VOCÊ TÁ ME EXPULSANDO DA MINHA PRÓPRIA CASA??


IVANI: Tô! Não tem dinheiro pra comprar um apartamento? Vende o haras! Agora, já chega! Eu não vou ficar aqui escutando humilhações. 


ISABEL: Isso é uma injustiça… eu não vou aceitar uma coisa dessas!


IVANI (se aproxima, ameaçadora): Então faça o que quiser. Vá à justiça, grite, esperneie, chame a polícia, mas faca tudo isso longe daqui, porque eu não vou dividir essa casa nem um minuto com você! 


Com ódio, Isabel lança um último olhar para Ivani, vira as costas e sobe as escadas. 


CECÍLIA: Bom, é melhor eu ir embora. E você, Ivani, reflita melhor sobre suas atitudes a partir de agora. Não é porque ficou rica que pode achar que está com o rei na barriga. Passar bem.


Cecília se retira. A expressão de Ivani se abre novamente e ela começa a pular de alegria e gritar que está rica, chegando a abraçar até o advogado.


CENA 02: CASA DE CECÍLIA/INT./DIA


Cecília e Leandro estão no sofá. A mocinha está deitada no colo do amado, enquanto ele acaricia seus cabelos.


LEANDRO: Então quer dizer que o Tércio deixou tudo pra Ivani? Que loucura…


CECÍLIA: Pois é, e agora ela tá lá, se achando a rainha da Inglaterra. Sabe, eu fico preocupada é com a Isabel no meio dessa confusão… acho que ela tá sendo muito forte depois de tudo o que passou.


LEANDRO (acariciando os cabelos de Cecília): É… por incrível que pareça, a Isabel tem mostrado uma força que eu nunca imaginei dela.


CECÍLIA: Ela tá mudando, Leandro. A queda foi dura, mas abriu os olhos dela. Eu vejo uma nova Isabel surgindo, sabe? Mais humana, mais humilde…


LEANDRO: E você, hein? Como tá se sentindo no meio disso tudo?


CECÍLIA: Exausta, como se tivesse passando por dentro de um furacão. Eu só queria um tempo pra respirar, sabe? Esquecer de tudo o que aconteceu… Mas é praticamente impossível.


LEANDRO: Você passou por tanta coisa, meu amor… eu até me emociono em te ver assim, feliz, saudável… fiquei com tanto medo de te perder naquele acidente.


SONOPLASTIA: OUTRA VEZ - ROBERTO CARLOS


CECÍLIA: Você nunca vai me perder, Leandro. Só quando a vida decidir levar um de nós… 


LEANDRO (abraçando-a): Só de pensar em te perder, já dá um vazio aqui dentro… Cecília, você é a mulher da minha vida. É a mulher com quem eu quero viver até os meus últimos dias.


CECÍLIA: E você é o homem da minha. Mesmo com tudo o que a gente passou, eu olho pra você agora e só consigo sentir paz. Mas às vezes me bate uma angústia, sabe? A Isabel sempre jogou na minha cara que eu roubei você dela, e isso vive martelando na minha cabeça.


LEANDRO: Que besteira… se a gente tá junto, é porque o destino quis assim. Eu te amo.


Os dois de aproximam e começam a se beijar apaixonados. A câmera se afasta lentamente.


CENA 03: SHOPPING/INT./DIA


Isabel e Inácio estão sentados em um café, localizado no shopping. 


INÁCIO: Então quer dizer que você vai se mudar? 


ISABEL: É… já que agora eu não tenho nada e nem ninguém, eu vou embora dessa cidade que me fez tanto mal. Vai ser bom pra mim, pra espairecer um pouco a cabeça depois de tudo.


INÁCIO: E vai me deixar, é? 


ISABEL (ri, sem graça): Ué, e eu nasci grudada com você por acaso? Quando quiser, é só ir me visitar em Ribeirão Preto. 


INÁCIO: Porque não fica, hã? Eu tenho tantos planos com você… tava até pensando em te levar naquele circo que inaugurou…


ISABEL (interrompe, rindo): Circo? Por favor, nem continue! Eu tenho pavor dessas breguices. 


Inácio observa Isabel por alguns segundos, que tenta desviar o olhar, mas acaba olhando de volta. O olhar de ambos brilham, em meio ao clima romântico que se forma.


SONOPLASTIA: EASY - COMMODORES 


Os rostos se aproximam e, eles acabam se beijando. O beijo começa lento, porém a intensidade aumenta a cada segundo que passa. A câmera se afasta. A música continua a tocar, enquanto mostramos imagens do Rio de Janeiro.


DOIS DIAS DEPOIS…


CENA 04: IDEARIUM PUBLICIDADES/INT./DIA


SONOPLASTIA: CHEGA MAIS - RITA LEE (VERSÃO INSTRUMENTAL)


Funcionários circulam pelo ambiente a todo momento. De repente, a porta principal se abre e quem entra é Ivani, acompanhada por dois seguranças. Agora com roupas elegantes, batom vermelho forte e uma bolsa com estampa de oncinha, ela entra maravilhada, não acreditando que é dona daquilo tudo.


IVANI (olhando em volta): Quem diria, hein? Quem diria que um dia eu me tornaria DONA dessa empresa… 


Ela avança alguns passos e começa a cumprimentar alguns funcionários.


IVANI: Olá. (T) Olá, tudo bom? (T) Olá, querida! 


FUNCIONÁRIA (se aproxima): Seja muito bem vinda, dona Ivani. Quero que já fique sabendo que a Idearium é uma empresa receptiva, respeitosa e que tá sempre cuidando do bem estar tanto dos funcionários, quando dos nossos clientes.


IVANI (sussurrando, envergonhada): Eu não entendo nada sobre esses negócios de publicidade, menina. Eu não sei nem como administrar isso daqui!


FUNCIONÁRIA (rindo): Não se preocupe, os sócios vão te auxiliar em tudo. Se tiver alguma dúvida, pode perguntar aos funcionários também. Vem, vou te mostrar a sua sala.


IVANI: Não, não precisa, meu bem, eu sei onde é. Muito obrigada! Você é muito competente.


Ivani dá um beijinho no rosto da funcionária, deixando a marca do seu batom vermelho, e segue em direção a sua sala. A funcionária fica paralisada, constrangida.


ANOITECE.

Corta para o exterior do presídio onde Leila está.


CENA 06: PRESÍDIO/INT./NOITE


INSTRUMENTAL: GLITI - DANIEL FIGUEIREDO 


Nos corredores, só se ouve os barulhos de detentas cochichando dentro das celas. Um barulho metálico rompe o silêncio. Dentro da cela de Leila, a vilã se encontra deitada na beliche inferior, com os olhos fixos no teto. Sua colega de cela, Maura, se aproxima.


MAURA: Tem certeza que quer mesmo fugir? Se der errado, a gente fica aqui pra sempre.


LEILA (fria): Errado já deu a minha vida inteira. Essa é a nossa chance de sair desse inferno. Ou eu fujo, ou apodreço aqui, já que provavelmente eu serei condenada no maldito julgamento.


Ela puxa um pedaço solto da parede, revelando um buraco estreito, que elas passaram dias cavando. Leila entra primeiro, seguida de Maura e outras três detentas. As duas rastejam pela terra, respirando com dificuldade. Elas continuam rastejando até um ponto mais estreito. Elas se revezam pra passar, e finalmente chegam à saída do túnel, que dá acesso a uma pequena área externa, nos fundos do presídio. Elas seguem agachadas até uma mureta com arame. Leia sobe primeiro, rapidamente. Após todas pularem, ouve-se ao longe um som de apito.


MAURA (desesperada): Eles perceberam!


LEILA (gritando baixo): Corre!


Elas correm imediatamente, enquanto ouve-se sons de tiro. Finalmente, elas alcançam uma estrada de terra, onde um carro velho modelo anos 1930 está estacionado, com o motor ligado. Um homem de óculos escuros, nervoso, espera ao volante.


HOMEM: Vocês demoraram, porra!


LEILA (entrando por último, ofegante): Vamos, não temos mais tempo a perder! 


Em velocidade máxima, o carro parte dali, deixando rastros de poeira. Dentro dele, Leila fecha os olhos, aliviada, e sorri.


MAURA (olhando pra ela): E aí, vai descer a onde?


LEILA (fria, maquiavélica): Mansão Figueira, por favor. 


CENA 07: MANSÃO FIGUEIRA/INT./NOITE


Indo viajar para Ribeirão Preto, Nina e Isabel descem a escada carregando suas malas, enquanto Ivani está sentada no sofá, folheando uma revista de moda. Ela então se vira, ao ouvir os passos.


IVANI: Tem certeza que querem ir? Olha, Isabel, eu te disse aquilo tudo, mas se quiser ficar mais alguns dias…


ISABEL (fria): Não se preocupe. Eu preciso de um recomeço bem longe desta casa. 


IVANI: Eu não queria que terminasse assim, Isabel… eu juro. Se o seu pai deixou tudo pra mim, foi por livre e espontânea vontade.


ISABEL: Não vou dizer que tá tudo bem, mas eu sei que você vai cuidar desta casa com muito carinho. Agora já chega de papo furado, que o carro já deve estar esperando. 


Isabel e Ivani se despedem com um abraço breve, mas verdadeiro.


NINA: Vamos?


De repente, a porta se escancara com violência. Leila surge suada, descabelada e  com uma arma em punho, apontada para as três.


LEILA (sorrindo, maquiavélica): Prontas para fazer uma viagenzinha até o inferno? Quem vai ser a primeira?


A câmera dá o close em Ivani, Nina e Isabel respectivamente, que arregalam os olhos. Cada close se funde com um efeito sonoro de impacto.


CENA 08: DISCOTECA LET'S DANCE!/INT./NOITE


SONOPLASTIA: HEART OF GLASS - BLONDIE

Enquanto a música toca, pessoas dançam, bebem, beijam e se divertem. Na recepção, Lurdinha trabalha enquanto não tira os olhos da pista de dança. 


INSTRUMENTAL: ED S THEME - IURI CUNHA 


De repente, um tiro ecoa pelo salão. Na entrada, Teófilo surge armado, descontrolado.


TEÓFILO: TODO MUNDO PRO CHÃO! TODO MUNDO PRO CHÃO!


Gritos tomam conta da discoteca, enquanto Lurdinha está escondida atrás do balcão da recepção, agachada. 


TEÓFILO (gritando): EU SÓ QUERO UMA PESSOA! CADÊ A LURDINHA? CADÊ ELA? APARECE AGORA, SUA VAGABUNDA!


A câmera corta para Lurdinha, apavorada. Lágrimas escorrem pelo seu rosto. Ela tenta controlar a respiração, tapando a boca com a mão.


CONGELAMENTO EM LURDINHA.


O encerramento do penúltimo capítulo de “Let's Dance!” é longo, ao som de “Boogie Wonderland - Earth, Wind & Fire, The Emotions”.





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