criada e escrita por SINCERIDADE
CENA 01: PRESÍDIO/SALA DE VISITAS/DIA
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR.
INSTRUMENTAL: FAULT - RENO DUARTE
LEILA (fingindo estar ofendida): Mas até você tá duvidando de mim, filha?
ISABEL: Eu tenho motivos o suficiente pra duvidar de você. Ou acha o quê, que eu vou ficar vendo todo mundo te acusar de crimes graves e vou ficar bem? Eu tô cansada de ouvir essas acusações, e então eu decidi vir até aqui pra saber de você, mãe. É de você que eu quero saber toda a verdade.
LEILA (simulando um choro, pegando na mão de Isabel): Meu amor, eu te amo tanto, Isabel… olha, eu quero que você saiba, antes de tudo, que eu fiz tudo por amor à você…
ISABEL (afasta sua mão imediatamente): Então é verdade? Você realmente é uma criminosa?
LEILA: Isabel, eu… eu não quero que você fique contra mim, não quero que tome raiva da pessoa que te deu tanto amor…
ISABEL (impaciente): Então fala logo! Fala tudo o que quer falar! Eu preciso saber.
CENA 02: APARTAMENTO DE PAULINA/INT./DIA
Nina está sentada à mesa, enquanto Paulina serve um lanche para as duas.
PAULINA (sentando-se): Meu Deus, eu não imaginava que a Leila seria capaz de tanta crueldade… e a Isabel? Pobrezinha, deve estar arrasada depois de tudo o que aconteceu com o pai e com a mãe, ou melhor, a tia.
NINA (triste): É… eu fico com muita pena da Isabel, mas ela ainda não acredita que a mãe seja esse monstro.
PAULINA: Talvez ela já saiba, sim, só não quer aceitar. E a Cecília, como ela fica no meio disso tudo?
NINA: Arrasada, coitada. Cecília sofreu o pão que o diabo amassou depois daquele acidente,e agora perde o pai… às vezes me sinto culpada, sabe? Acho que não deveria ter contado tudo assim.
PAULINA: Mas o Leandro me disse que a morte do Tércio foi provocada por toxinas gravíssimas que foram encontradas no sangue dele…
NINA: Tudo culpa daquela vagabunda! Ela teve coragem de envenenar o próprio marido… tudo isso só por ambição, creio eu.
PAULINA: E pensar que eu e Leila éramos inseparáveis há alguns anos, porém o tempo nos afastou, e ainda bem.
NINA: Vamos parar de falar dessas coisas… me fala você. E aí, está gostando de morar sozinha?
PAULINA: Tô adorando! Me separar do Ubaldo foi a melhor coisa que eu fiz.
NINA (respira fundo): Paulina… eu quero te contar uma coisa, uma coisa que tá guardada aqui já faz um tempo e eu ainda não tomei coragem pra te falar.
PAULINA (curiosa): O que é? Pode falar, sou toda ouvidos.
NINA (direta): Paulina… eu tô completamente apaixonada por você.
PAULINA (chocada): Como?
NINA: É isso mesmo que você ouviu. Eu te admiro desde a primeira vez que nos vemos, desde a primeira conversa que tivemos… enfim, essa admiração acabou se tornando uma paixão que eu não sei explicar de onde veio…
PAULINA (interrompendo): Não precisa falar mais nada.
Paulina se aproxima do rosto de Nina e faz carícias.
PAULINA (com os olhos brilhando): Eu também sou apaixonada por você.
Elas se aproximam cada vez mais, até que se beijam, apaixonadas. O beijo é longo.
NINA (sem graça): Isso não podia ter acontecido… é melhor eu ir embora.
Nina se apressa e se retira do apartamento.
PAULINA (gritando): Nina! Volta aqui! Não precisa ficar assim!
No elevador, a sobrinha de Leila pensa no que acabou de acontecer, passando a mão pelo rosto.
CENA 03: PRESÍDIO/SALA DE VISITAS/DIA
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 01.
ISABEL: Vamos, mãe, fala! Eu não tenho o dia todo.
LEILA: Tá bom. Se você quer mesmo saber, então vamos lá, Isabel. (respira fundo) É verdade, sim.
INSTRUMENTAL: ED S THEME - IURI CUNHA
LEILA (olhando nos olhos de Isabel): A Nina não mentiu em nada do que disse aquele dia. Eu realmente fiz tudo isso que me acusaram.
Os olhos de Isabel começam a se encher de lágrimas.
LEILA: Eu menti sim pro seu pai, quando disse que você era nossa filha. Isabel… eu fiz tudo isso por amor, filha… eu te amei desde o primeiro momento que botei os olhos em você…
ISABEL (com os olhos marejados): Amor? Você chama isso de amor?
LEILA: Você só era um bebê… indefesa e abandonada depois da morte de sua mãe… e eu… eu vi a chance de ter tudo o que sempre sonhei: um filho, uma família, uma vida digna ao lado do Tércio…
ISABEL: Assassina… você teve coragem de matar o meu pai biológico só pro seu caminho ficar livre… você destruiu vidas só pra conseguir o que queria!
LEILA (começando a chorar): Eu sei que errei… mas foi por você, filha. Se lembra que eu te disse que iria proteger os nossos bens a todo custo?
FLASHBACK - INÍCIO
ISABEL: Me chamou aqui porquê?
LEILA (falando baixo): Eu dei o meu primeiro passo no nosso plano de proteger a nossa herança. Agora, é só esperar o resultado.
ISABEL: Deu o primeiro passo? Como?
LEILA: Eu não posso falar, filha… Mas olha, foi só o primeiro passo. Ainda vai ter o segundo, o terceiro, o quarto, até o plano começar a dar certo.
ISABEL (desconfiada): Tô começando a ficar com medo desse tal plano.
LEILA: Não precisa temer. Vai ser bom pra gente, Isabel. Ninguém vai tomar a nossa herança!
FLASHBACK - FIM
LEILA: A partir daí, Isabel, eu comecei a envenenar o seu pai. Mas tudo isso foi só pensando em você, no seu futuro. Imagina se ele e a bastarda ficassem mais próximos e ele decidisse deixar tudo pra ela no testamento?
ISABEL (com expressão de nojo, com os olhos cheios de lágrimas): Monstro… VOCÊ É UM MONSTRO!
LEILA: A Cecília, aquela maldita conseguiu tirar tudo da gente, filha… e quando eu soube que ela era amante do Leandro, eu não hesitei em cortar os freios daquele carro pra dar um basta naquilo tudo! Só que, a maldita da Dalvinha entrou no meu caminho, pedindo grana e me ameaçando… enfim, eu não aguentei e dei um basta naquela fofoqueira!
ISABEL (se levanta da cadeira, transtornada): CHEGA! CHEGA, EU NÃO QUERO MAIS ESCUTAR ESSAS BARBARIDADES VINDO DE VOCÊ! A pessoa que eu mais amava, que eu mais admirava, é uma assassina, uma psicopata… às vezes os outros me achavam uma pessoa ruim, mas foi você quem me manipulava, que ditava as regras da minha vida. (Limpando as lágrimas) Mas agora chega! Eu não quero mais saber de você, não quero mais saber das suas mentiras. Acabou, mãe! Aliás, eu nem sei se devo te chamar assim.
LEILA (gritando, desesperada): EU TE AMO!!! SEMPRE TE AMEI, FILHA!! EU FIZ TUDO POR VOCÊ!!!
ISABEL (encarando-a, fria): Você não sabe o que é amor.
Isabel caminha até a porta, mas antes de sair, olha por cima do ombro.
ISABEL: E reza pra eu nunca testemunhar no seu julgamento. Porque se eu subir naquele tribunal, você apodrece aqui dentro.
Isabel sai e a porta se fecha com força.
Leila desaba sobre a mesa, mas logo enxuga as lágrimas e encara um ponto fixo com uma expressão carregada de ódio e rancor.
LEILA: Eles todos vão pagar caro… eu vou sair daqui e todos eles vão se arrepender de terem nascido. Eu vou acabar com todos. Um por um.
ANOITECE.
São exibidas imagens do Rio de Janeiro.
CENA 04: MANSÃO FIGUEIRA/INT./NOITE
Isabel desce as escadas lentamente, ainda abatida. Na sala, Nina está sentada no sofá, pensativa. Ao ver Isabel, Nina se levanta com cautela.
NINA: Isabel… e aí, tá melhor?
ISABEL: Eu fui visitar a minha mãe hoje.
Nina encara em silêncio, esperando.
INSTRUMENTAL: FAULT - RENO DUARTE
ISABEL: Ela… ela confessou tudo. Disse com todas as letras que você não mentiu… que tudo era verdade. Ela me roubou da minha mãe verdadeira, mandou matar o seu pai, matou meu pai aos poucos, cortou os freios daquele carro e deu um fim na pobre da Dalvinha… (começa a chorar) Eu fui horrível com você, te acusei de ter matado o meu pai naquele dia, te humilhei… sabe, sempre foi muito difícil pra mim pedir perdão pras pessoas e reconhecer os meus erros… mas eu quero que você me perdoe, Nina. Você só queria abrir os meus olhos… me perdoa, de verdade.
Nina, emocionada, não responde, apenas abre os braços. As duas se abraçam com força.
NINA (emocionada): Tá tudo bem agora… não precisa se preocupar.
ISABEL: Eu quero que você saiba que a partir de agora eu te reconheço como minha irmã. Eu quero me desprender de toda essa arrogância, de toda essa prepotência que a Leila me colocou durante a vida toda.
NINA (emocionada): Você não sabe o quanto esperei por isso… Bom, eu estou partindo nos próximos dias pra Ribeirão Preto… só volto pro Rio no julgamento da Leila, e eu quero tá lá, assistindo de camarote a condenação daquela vagabunda.
ISABEL: Vai me abandonar, me deixar nesse casarão sozinha?
NINA: Porque não vem comigo? Vai ser ótimo pra você conhecer os nossos familiares.
ISABEL (pensativa): Será?
DOIS DIAS DEPOIS…
Mostramos imagens do Rio de Janeiro ao som de “Freak Le Boom Boom - Gretchen”.
CENA 05: MANSÃO FIGUEIRA/INT./DIA
Na mesa, estão reunidos: o advogado da família, que irá dar início a leitura do testamento deixado por Tércio, Isabel e Cecília. O advogado então abre o envelope e se prepara pra começar a leitura.
ADVOGADO: Vamos lá, daremos início agora ao testamento de Tércio Figueira, registrado em cartório no dia 3 de maio de 1979, ou seja, há aproximadamente duas semanas.
Ivani se aproxima, servindo um cházinho a todos.
ADVOGADO (começa a ler): “Eu, Tércio Figueira, declaro de livre e espontânea vontade, que deixo a totalidade de minhas ações da empresa Idearium Publicidades, todos os bens móveis e imóveis que possuo, e todo o dinheiro guardado tanto no cofre, quando na minha conta pessoal, à Ivani da Cruz, empregada da casa.
Cecília leva a mão à boca, Isabel arregala os olhos. Ivani paralisa diante do advogado, perplexa.
IVANI: Como é que é?
ADVOGADO: Você que é a Ivani? Parabéns, o cliente deixou praticamente todos os bens à você. Bom, vou continuar “Às minhas filhas Isabel Figueira e Cecília da Silva Figueira, deixo o haras, localizado em Petrópolis, com todos os cavalos, equipamentos e lucros provenientes de sua operação.”
Isabel faz uma cara de decepção. A câmera se volta novamente a Ivani, que treme por fora e por dentro.
IVANI (quase explodindo de felicidade): Então… eu tô rica? Eu tô rica, é isso? EU TÔ RICAAAAAAAAAAAA!
CONGELAMENTO EM IVANI.
A novela encerra seu 32° capítulo ao som de “Chega Mais - Rita Lee” (tema de Ivani).
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