Entre a Cruz e a Espada - Capítulo 22 (28/07/2025)

ENTRE A CRUZ E A ESPADA - CAPÍTULO 22




CENA 01 - (POUSADA. SUÍTE/INT./NOITE):

Simone e Felipe vivem um sonho, mas esse sonho de Felipe pode estar de dias contados.

SIMONE: Amor, eu não tô achando minha bolsa, eu acho que deixei lá na recepção. Eu vou lá e já volto.

FELIPE: Claro, meu amor. Eu te espero aqui.

No momento em que Simone sai, Felipe se senta no sofá. Seu celular toca em questão de segundos e ele atende.

FELIPE: Quem fala?

* Os olhos de Felipe arregalam de susto e contradição.

FELIPE (alterando a voz): Eu disse pra você me deixar em paz.

Corta para:

CENA 02 - (CHURRASCARIA/INT./TARDE):

Início de uma tarde ensolarada. André combina de encontrar com Jorge numa churrascaria. 

ANDRÉ (sentado a mesa, tomando uma cerveja): Quem diria em Jorge?

JORGE: E então, pra que você chamou aqui?

ANDRÉ: Eu tô sabendo que você tá na pior, tá morando debaixo de um viaduto, passando fome, frio.

JORGE: Pois é, né? Eu sei que você tá adorando me ver nessa situação.

ANDRÉ (risos de sarcasmo): Não, pelo contrário, Jorge. Eu tenho pena de você. Você e eu fomos vítimas de uma pessoa. 

JORGE (indignado): Aquele desgraçado. Filho da mãe. Ele tá lá no bem e bom, enquanto eu tô aqui na merda, comendo porcaria velha. 

ANDRÉ: Calma... Eu posso te ajudar com isso, eu posso te tirar dessa situação. 

JORGE: Que história é essa? 

ANDRÉ: É o seguinte: eu vou desmascarar o Felipe na frente, vou acabar com essa festinha dele, mas pra isso eu vou precisar que você-

O som vai abafando, e a câmera vai afastando deles. 

Corta para:

CENA 03 - (MANSÃO DOS VENTURINI.SALA/INT./TARDE):

Simone e Felipe chegam de viagem.

ISABELLE: Ué? Mas já voltaram?

SIMONE: Ai tia, ligaram pro Felipe porque ele tava cheio de compromissos, a gente teve que voltar mais cedo.

FELIPE: Pois é, eu tenho que resolver uma dívida, que um cara disse que um amigo meu precisa muito. Eu só vim deixar ela em casa.

ISABELLE (lamentando): Nossa, eu bem sei como isso é desagradável.

SIMONE (abraçando Felipe): É, mas o bom de tudo isso, é que nós vamos aproveitar bem, o nosso quarto, que agora realmente é nosso.

FELIPE (dando um selinho): Vamos, vamos aproveitar muito, meu amor. Mas antes, deixa eu resolver esse problema, porque isso já tá me estressando.

SIMONE: Tá bom, eu te espero. Não demora, tá?

FELIPE: Claro, já já eu tô de volta.

* Felipe sai pela porta da frente.

ISABELLE: Bom, eu vou voltar pro shopping que o seu pai deve estar me esperando. 

SIMONE: E a minha mãe, tia? Onde é que ela tá? 

ISABELLE: Ela saiu, foi fazer uma visita aos Figueiredos.

SIMONE: Tá, eu vou esperar lá no meu quarto. 


Corta para:


CENA 04 - (APARTAMENTO DE GIOVANNA. ENTRADA/INT./TARDE):

Pela primeira, vemos Renato, melhor amigo de Felipe durante a infância/adolescência. Renato tá sentado no sofá do apartamento de Giovanna. 

GIOVANNA (oferecendo um copo d'água): Toma aqui. 

RENATO (espojado no sofá, tom malandro): Quer dizer então que o Felipe, tá ostentando lá com a patricinha e você aqui me servindo água, né mesmo?

GIOVANNA (revirando os olhos): Não é nada disso. O Felipe precisa se "afastar" de mim, pra não dar na pinta que a gente tá passando a perna nos Venturini. 

RENATO: Hmmm, tá bom então.

Na mesma hora, Felipe entra no apartamento dela. 

RENATO: Olha só, apareceu Margarida. 

Felipe caminha até Renato, passos suaves, mas com um olhar furioso. 

RENATO: Ihh, tá nervosinho. Pera aí, Felipe. Sou eu, seu parceiro, seu amigo. 

FELIPE: O que você quer comigo? Achei que você tinha sumido do mapa depois que casou com aquela velha lá.

RENATO: É meu amigo, eu realmente casei, fiquei uns 7 anos lá por Paris, só que aí eu vacilei.... Uma mina ficou dando em cima de mim, aí eu não resisti e peguei, só que na hora do ato, a coroa flagrou a gente, e se separou de mim, e me deixou sem nada. 

FELIPE: Pera aí, você tá me dizendo que você passou 7 anos casado com uma coroa milionária e não arrancou nada?

RENATO: Exatamente. 

FELIPE: E que droga eu tenho a ver com isso? 

RENATO: Ô cara, você vai me ajudar. Eu te procurei há umas semanas atrás e descobri que você tava noivo de uma garota gente fina. 

FELIPE: Eu não vou te ajudar em nada, vaza daqui. Não tenho culpa se você é burro e não teve a capacidade de pelo garantir alguma coisa nesses anos de casamento.

RENATO: Ah mas você vai sim, porque se não... Eu ponho todo esse seu plano abaixo. Duvida? 

* Felipe dá um tapa em Renato.

RENATO (sem reação): Tá maluco, rapaz? aqui, ninguém bate em mim não!

FELIPE: Ah não, é?

* Felipe dá outro tapa. 

FELIPE (apontando dedo): Isso aqui, é só uma mostra grátis do que eu posso fazer, se você se meter no meu caminho. 

RENATO: Tá achando que eu tenho medo de você, Felipe?

FELIPE: Se não tem, deveria ter. As vezes o medo é nosso companheiro, eles nos ajuda a ter noção do perigo, o medo deixa a gente ligado nas coisas. 
E você vem sabe do que eu sou capaz de fazer. 

GIOVANNA: Vamo parar com isso. Todo mundo aqui tem ficha suja, ninguém aqui presta. E você, Felipe, não vai fazer nenhuma besteira. 

FELIPE: Seu imbecil, idiota. Imprestável dos infernos. Você em quase dez anos casado, não conseguiu tirar dinheiro nem pra comprar uma bala na sinaleira. 

RENATO: Felipe, eu sei que eu cheguei botando onda demais... Mas eu preciso de você, cara. Poxa, a gente era melhor amigo. 

FELIPE: Era, disse certo. Éramos amigos até você ir embora e me deixar na merda. 

RENATO: Eu sei, eu fui um babaca, um traíra. Aprendi a lição. Olha eu pensei em você me apresentar lá pra essa família rica.

GIOVANNA: Mas também, Renato, será que você não tem nenhum direito pelos anos que você ficou ao lado daquela mulher?

FELIPE (irônico): Que direitos, Giovanna? Ele vai bater na porta da mulher e dizer: "Oi, fui seu marido por quase dez anos e quero parte do meu dinheiro". Ele casou sem comunhão de bens, portanto ele não tem direito a nada, ainda por cima meteu um chifre nela. 

RENATO: Olha aqui não precisa explicar essas coisas que eu já sei. 

Felipe se senta no sofá, pondo as mãos no rosto, e respirando fundo. 

GIOVANNA: E aí, Felipe. Que que você vai fazer. 

FELIPE (respirando fundo de cansaço): Eu posso te contratar como mordomo lá dos Venturini. É o máximo que eu posso fazer. 

RENATO: Mordomo, eu lá tenho cara de mordomo, Felipe?

FELIPE: É isso ou nada. Você vai ter um salário bom e com direito ao um quarto nos fundos. É o maximo que eu posso fazer por você. E aí, quer ou não?



ABERTURA



CENA 05 - (MANSÃO DOS VENTURINI.SALA/INT./INÍCIO DE NOITE):

Joyce e Simone estão na sala, conversando e Felipe chega em casa. 

SIMONE (levantando-se): Nossa amor, achei até que você ia demorar mais.

FELIPE: Eu te disse que era algo rápido, que logo eu voltava. 

SIMONE: Que bom que você voltou rápido.

JOYCE: Eu vou mandar a Zélia preparar o jantar, afinal é o primeiro jantar nesta cas com vocês casados. 

FELIPE: Joyce, eu soube que tavam se queixando aqui porque não tinha um mordomo. 

JOYCE: Sim, é verdade. Inclusive eu preciso providenciar um, urgentemente. 

FELIPE: Eu tenho um conhecido, que é muito influente nisso. Eu posso entrar em contato com ele.

JOYCE: Ora, que ótimo. Entre em contato com ele, eu estou aqui amanhã o dia inteiro.

FELIPE (sorriso sínico): Ok então. Você não sabe como eu fico feliz em ajudar.


Corta para:

Joyce entra na cozinha, e não encontra Zélia. 

JOYCE (resmungando): Mas essas empregadas, são uma cruz. Quando a gente mais precisa elas somem. 

Joyce faz uma leve expressão de ideia, e pega o celular. 

JOYCE (mordendo os lábios): Alô? Nossa... Você atendeu rápido hein. Que tal a gente se encontrar hoje de novo naquele mesmo lugar?


Corta para:


CENA 06 - (TOWER SHOPPING.ESTACIONAMENTO/EXT./NOITE):

Otávio está no estacionamento, em direção ao carro, encerrando mais um dia de trabalho. Ao entrar no carro, ele se depara com um bilhete inusitado.

No bilhete diz: 
Joyce Venturini. Siga os passos da maior vagabunda da sociedade carioca.

OTÁVIO (assustado): Mas o que é isso? De quem é isso?

Corta para:

CENA 07 - (MANSÃO DOS VENTURINI.ENTRADA/INT./NOITE):

Otávio chega em casa, com um rosto sério. Felipe e Simone estão juntos, sentados no sofá.

SIMONE: Nossa pai, que cara é essa?

OTÁVIO: Nada. Cadê a sua mãe?

SIMONE: Ela tá lá em cima, se arrumando pra sair.

OTÁVIO (franzindo a testa): SAIR?

SIMONE: É.

FELIPE: Tem certeza que está tudo bem, Dr. Otávio?

OTÁVIO: Tenho, eu vou subir.

Otávio sobe até o quarto. 


Corta para: 

Ele encontra Joyce, se arrumando. Um batom vermelho forte, um vestido impecável.

OTÁVIO: Posso saber pra onde você vai, Joyce?

JOYCE: Ai, que susto, Otávio. Nossa, eu tô me arrumando sim, vou pra um encontro na casa da Maria Marta. 

OTÁVIO (desconfiado): A Marta? 

JOYCE: É sim. Aliás, eu já estou atrasada. Mais tarde eu volto, meu querido. 

Joyce dá um beijo leve em Otávio, e desce. Otávio por alguns segundos fica pensativo, com olhar de desconfiança. Logo, toma uma atitude. 

CENA 08 - (CARRO DE JOYCE/INT./NOITE):

Joyce entra no carro, e segue em direção totalmente oposto. A câmera vai se aproximando pelo carro, e no reflexo do retrovisor, é visto o carro de Otávio atrás. Sem ter a minima ideia de que Otávio está seguindo, ela chega frente a entrada do motel. 

JOYCE (saindo do carro): Não via a hora de te ver de novo.

ANDRÉ (sorrindo malicioso): Mas só foi um dia. 

JOYCE: Nem me fala. 

Um beijo quente, forte é o resultado desse encontro, mas... Otávio observa tudo de longe, dentro do carro.


CONGELAMENTO EM OTÁVIO.

A novela encerra seu vigésimo segundo capitulo ao som de "Escorpião" - (tema de Felipe).

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